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Pov: Viera

Que doença é essa? Por que ele nunca me contou? Quer dizer que só o Fael sabia? Caralho, que doideira.

Depois da conversa de Cadu, ele pediu pra não contar pra ninguém, até porque o Vn ia ficar puto. Já liguei várias vezes pra esse maluco e o filho da puta não atende. Onde essa porra se enfiou? Tava pensando em ir na casa dele, mas antes vou dar uma passada lá na da Kaylane. Preciso conversar com ela.

Essa maluca vive com o portão aberto, parece que não tem noção. Entrei na casa dela e, por incrível que pareça, não tinha ninguém.

— Coe, Kaylane, cadê tu? — grito na esperança de alguém responder. Antes que eu pudesse falar alguma coisa, ouvi um choro saindo do banheiro. Estranhei e fui verificar.

— Ô, Kaylane, abre essa porta aí, maluca — bato na porta.

— Vai embora, Vieira — ela diz em meio a soluços.

— Tá doida, Kaylane? Abre logo, não quero arrombar essa porra, não — finalmente ela abre.

— Por que tu tá chorando? O que aconteceu? — antes que eu pudesse perguntar outra coisa, ela me abraça.

— Responde, Kaylane, o que tá acontecendo??? — ela não parava de chorar, já tava ficando preocupadão.

— Vieira...

— O que aconteceu, princesa? — digo acariciando o rosto dela.

— Eu tô grávida — na hora que eu ouvi essa frase, quase caí pra trás.

— Tá maluca? Grávida? Como assim?

— Isso mesmo que você ouviu, Vieira. Eu tô grávida, caralho.

— Grávida? Como, Kaylane? Como?

— Como você já sabe, né, idiota. Eu também não quero, não tô preparada pra ser mãe.

— E muito menos eu pra ser pai. Mas você não tomava remédio? E a camisinha, a gente sempre usou.

— Eu também tô me perguntando isso.

— Kaylane, você me traiu?

— Oi?? Tá maluco, Vieira? Que eu saiba, quem tem desvio de caráter aqui é você. E nem vem se justificar porque naquele dia que a gente brigou, você não perdeu tempo e já colocou outra na garupa da sua moto.

— Kaylane, não começa. O assunto aqui é a criança.

— Olha, Vieira, se for pra ser assim, eu quero você bem longe de mim e da criança que eu tô carregando. Se for pra trair, eu prefiro nem me relacionar.

— Quem disse que eu te traí, Kaylane? Tá doida? Eu vou assumir a criança, pô. Não vem de ideia torta, não.

— Não era pra isso ter acontecido. Eu me cuidava, eu não sei ser mãe. E a minha vida? O que vai acontecer? Vieira, eu acho melhor... — antes que ela terminasse, eu a interrompi.

— Não vai tirar a criança, não, caralho. Tá maluca? A cria é minha também. Eu tô contigo, Kaylane. Eu também não tô preparado, não, mas nós vamos ter que enfrentar isso juntos. Vamos ter que aprender. Tira essa ideia da cabeça. Já contou pra Ana?

— Ainda não.

— Depois nós vamos lá, então, pô — abracei ela.

— Vamos aproveitar esse momento, até porque a partir de agora nossa vida vai mudar — ela sorri.

Ainda não caiu a ficha que eu vou ser pai. Tá maluco, já pensou? É uma menina? Nem fudendo, tô preparado psicologicamente pra isso, não. Tem que vir um meninão.

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