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Pov: VN
4 meses depois...

Já fazia 4 meses que eu não via, nem ouvia falar sobre a Ana, e muito menos tive contato com a minha filha. Mesmo eu tendo conhecido ela há pouco tempo, eu me apeguei naquela menina. Ela é tudo pra mim. Eu queria poder estar do lado dela e conviver como uma família normal, mas sei que isso nunca vai ser possível, porque a única mulher que eu amei, eu deixei ir embora. Quando o assunto é falar sobre essa mulher, eu já fico louco. Eu queria poder mudar tudo, eu queria ser uma pessoa melhor, tudo por ela... pela minha família...

Mas isso nunca vai ser possível. Ela jamais vai me perdoar, e eu nunca vou conseguir mudar. Nesses quatro meses, eu não estou conseguindo ter o controle de mim mesmo. Nunca mais tive tempo de ir comprar os remédios. Estou cheio de B.O. pra resolver aqui na boca. Estou com um problema desgraçado pra resolver: nosso carregamento da semana passada foi roubado, e estou explodindo por não estar conseguindo dar conta dessa merda. Breni vive enchendo o caralho do meu saco, falando pra mim ir atrás dela, mas foi ela que quis assim. E uma coisa que eu vou fazer é respeitá-la, não importa qual seja a sua decisão. Por mais que a decisão dela seja uma merda e me doa pra caralho, não tem muito o que fazer.

- E aí, chefia - Cadu entrou e já foi logo se jogando no sofá, folgado do caralho. Já falei pra esse tilte parar com essas mordomias de entrar sem bater, acha que tá em casa, só pode.

- Manda - falo, já sabendo que coisa boa não é. Ele só vem aqui pra falar merda ou notícia ruim.

- Larissa tá fazendo mó caó lá fora, é melhor tu deixar a loira entrar - ele diz, indo em direção à porta.

- O que essa porra tá fazendo aqui, só o que me faltava. Manda entrar - suspiro fundo, cambaleando a cabeça pra trás.

Não demorou muito, e a loira entrou com uma cara nada boa.

- Fala o que tu quer, tenho o dia todo, não - acendi um verde e observei a mesma se sentando na cadeira em minha frente.

- Olha, VN, a gente tá ficando mó tempão, você não acha que tá na hora de me assumir? - soltei uma gargalhada alta, nunca ri tanto na minha vida.

- Só o que me faltava. Tu é burra ou se faz? Eu nunca vou assumir você, não, caralho. Tá achando o quê? Sempre deixei claro que entre nós é só um sexo casual, nada além disso. Se iludiu porque quis - dei uma tragada no baseado.

- Para com isso, amor, eu sei que você também criou sentimentos por mim. E se você tá assim por causa daquela mulher, saiba que ela não passa de uma putinha, ela nunca vai poder te dar o que você merece. - Essa mulher brinca demais com a vida.

- Por acaso tu tá achando que é melhor que ela? E eu acho melhor tu fechar essa tua boca fudida e meter o pé daqui logo - suspirei fundo.

Ela não falou mais nada e saiu. Inclusive, foi a melhor coisa que ela fez.

Hoje resolveram tirar o dia pra me tirarem do sério, tá doido. Acendi outro balão e fiquei vendo os lucros da venda das drogas, até eu receber uma notificação do Vieira, do chá revelação da cria dele, que inclusive era hoje. Puta que pariu.

Eu já tinha falado há uma cota pra ele que não ia rolar, mas que ia liberar os outros pra ir. Tô cheio de caó pra resolver.

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Viera

-coe Vn, tu vai hoje né ?

-já falei contigo pow, vai
Dar pra ir não

-mas fé pra ti aí irmao

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