Capítulo XI

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Guzman caminhava tranquilamente pelos jardins do palácio quando avistou Gwen andando às pressas na direção oposta. Ele acelerou seus passos para poder alcançá-la, ela parecia distraída o suficiente para não notar sua presença mesmo que teoricamente, os dois devessem se encontrar em torno deste horário alguns dias para que se cortejassem até o casamento. Gwendolyn certamente não o buscava, e ele sabia bem que seus olhares furtivos ao redor indicavam que ela procurava por quem teoricamente não deveria.

— Gwen! — Ele chamou fazendo-a virar para ele com os olhos arregalados. — Parece que a peguei no flagra.

— Não seja bobo. — Gwen respondeu num tom afobado. — Eu só estava apreciando a luz do sol...

— A luz do sol, claro. — Guzman cruzou os braços na frente do corpo. — Mas sabe, está nublado...

— O sol ainda está atrás das nuvens, não? — Ela retrucou esperta fazendo-o rir.

— Não me diga que alguém cairia nessa desculpa... — Uma risada sincera soou por sua boca fazendo Gwen rolar os olhos derrotada. — Está indo encontrar seu amigo?

— Você por acaso virou meu guarda costas? — Gwen indagou fazendo-o sorrir esperto.

— Ah, então é isso... Está indo para um encontro...

— Um encontro? — Gwen arregalou os olhos. — Guzman, nós somos só amigos!

— Só amigos que se encontram escondidinhos por aí. — Ele debochou fazendo as bochechas dela ficarem vermelhas como morangos, especialmente por conta de suas pequenas sardas amarronzadas sobre o rosto.

— O que você quer? — Ela cruzou os braços com um semblante irritado que o divertia. Gwen era péssima em esconder seus sentimentos quando ficava nervosa. Era claro que ela também tinha outra pessoa, certamente de idade mais apropriada, ocupando seu coração. Parecia mais que o correto abrir para ela seus planos, especialmente agora que Anya o aceitava como um amigo, permitindo-os aumentar sua intimidade, e considerando que agora ele pretendia ficar em Quiméria por mais tempo, talvez houvesse uma forma de resolver toda essa questão para todos os envolvidos.

— Precisamos ter uma conversa sobre nosso casamento.

— Ah, precisamos mesmo? — Ela indagou com uma careta. — Não me entenda mal, Guzman, mas sabe que eu sou uma péssima noiva, e até onde eu me lembro, você se interessa por nossa união tão pouco quanto eu.

— É exatamente sobre isso que quero falar.

— Não me diga que mudou de ideia e quer realmente se casar comigo... — Gwen implorou fazendo-o encará-la com olhos marotos. — Ah, não, Guzman, eu sou uma pirralha, lembra?

— Gwen, fique calma. — Ele riu. — Você continua uma pirralha e eu continuo não querendo este casamento.

— Graças aos deuses! — Ela comemorou. — Então o que é?

— Preciso que o que eu vou falar a você agora fique entre nós dois, então, caminhe comigo, por favor. — Ele disse estendendo o braço para ela que confusa envolveu o seu junto ao dele para caminharem lado a lado pela propriedade, sendo observados pelos diversos nobres e servos que passavam aleatoriamente por eles. — O quanto você conhece, sir Amon? — Guzman indagou entre os dentes.

— Amon? — Gwen franziu o cenho. — Além dele ser pai da Kiara, sacerdote real e mão do rei, nada...

— Confia nele?

— Bom, acho que não... Não vejo porque confiar, até porque aquela cara horrenda dele me dá arrepios.

— Maravilha. — Guzman falou. — Porque eu não confio e é essencial que você não confie também.

Sim, majestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora