Sim, majestade

Capítulo XVII

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Obrigada!

Yasmin e Alina.

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Morrygan abriu os olhos com dificuldade quando a luz do sol invadiu o quarto trazendo o anúncio da manhã que se iniciava, manhã essa que marcaria o início de uma nova jornada em sua vida com sua ida para Quiméria. Seu estômago automaticamente ficou pesado pela sensação de ansiedade que isso trazia, afinal, ela nunca havia estado fora do palácio, tão pouco de Thulemar, e agora era rainha de outro reino e deveria partir com seu marido, com quem, diga-se de passagem, partilhava uma relação minimamente curiosa, deixando para trás suas irmãs e todos que amava.

A partir de agora Alaric seria o único a quem ela conhecia que estaria presente no seu dia a dia, e isso causava anseio e temor em seus ossos. A relação entre eles ainda era confusa para Morrygan. Hora se odiavam declaradamente, e tinham certeza de que irritavam um ao outro o suficiente para enlouquecerem, mas então depois, ele a defendia e era gentil, e ela sentia seu corpo vibrar na presença dele, se sentindo fraca em suas mãos, vulnerável a sua voz. A única certeza que tinha era que eles ou acabariam se entendendo no fim das contas ou matariam um ao outro muito em breve, mandando a trégua para o fundo do poço.

De repente a sensação do beijo quente dele em seu pescoço formigou sobre sua pele, fazendo-a se sentar para conseguir se ver seu reflexo no espelho do outro lado do quarto, notando que havia uma mancha arroxeada em seu pescoço, pequena, mas visível o suficiente para gerar perguntas e comentários pelos corredores do castelo, o que era exatamente a intenção dela e Alaric com isso. Não pôde deixar de soltar uma pequena risada silenciosa, lembrando do modo convencido como ele garantiu que a marcaria com aquilo. Ele sabia mesmo o que estava fazendo afinal.

Encarou-o então, ainda dormindo em sua cama improvisada de lençóis no chão. Os músculos morenos dele pareciam ainda mais bonitos conforme o sol refletia sobre sua pele, fazendo Morrygan precisar se obrigar a desviar os olhos. A respiração dele era tranquila, assim como seu rosto. Ela deixava seus olhos correrem sobre os detalhes dele enquanto sentia seu peito queimar e o resto de seu corpo vibrar, mas então ele começou a despertar fazendo-a se recostar novamente sobre a cama para que ele não notasse seus olhos sobre ele.

Alaric coçou o rosto com as mãos e se levantou o suficiente para ver Morrygan já acordada, sentada na cama que deveriam ter partilhado na noite anterior. Sentiu suas costas estalarem pelo desconforto do chão duro e gelado embaixo de si, e então se levantou completamente. Sem jeito, era como se sentia encarando os olhos dela agora, notando a marca em seu pescoço, se lembrando do gosto da pele dela em sua boca.

— Bom dia... — Ele disse envergonhado.

— Bom dia. — Morrygan respondeu num sussurro, engolindo a seco.

— Você dormiu bem? — Alaric perguntou tentando findar o constrangimento entre eles.

— Sim... — Ela respondeu. — E você?

— Bem, bem...

Estavam sem jeito, era nítido e incomum. Desde que se conheceram, pareciam não temer serem brutalmente honestos um com o outro, mas agora, era como se fosse a primeira vez que se viam em suas vidas, estavam tímidos, buscando as palavras certas, constrangidos na presença um do outro.

— Nós temos que partir hoje para Quiméria. — Ele desconversou para vê-la assentir. — Eu sei que isso não vai ser nada fácil para você, mas quero que saiba que estarei ao seu lado o tempo todo, e que não há nada a temer, não sobre Quiméria e certamente não sobre mim. — Ele disse fazendo o corpo dela relaxar um pouco.