Sim, majestade

Capítulo II

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Yasmin e Alina.

♥

Os pés de Robin eram ágeis pelos corredores do castelo.

O jovem sempre gostou de se esgueirar por aí, sempre foi curioso e ágil, o que lhe fez aprender diversas rotas e buracos pela vasta área do castelo que o levavam de um lado ao outro sem ser notado.

Não é exatamente algo com o que deveria ocupar seus dias, afinal, era um servo, um mero ajudante de padeiro, que por acaso, era seu pai, que insistia que ele deveria se preocupar mais em aprender seu ofício para substituí-lo quando ele finalmente se aposentasse o que estava relativamente próximo de acontecer. E não é que não gostasse de cozinhar, na verdade, era muito bom nisso, mas queria mais que viver preso a cozinha daquele castelo. Queria andar por aí, aprender novas culturas, novas receitas de vários lugares, e quem sabe um dia ter seu próprio negócio, um lugar onde as pessoas poderiam gostar de levar suas famílias para comer e se divertir.

Mas enquanto nada disso lhe parecia possível, gostava de explorar o castelo para se distrair, só que dessa vez foi diferente. Sem saber exatamente onde se metia, ele chegou a uma passagem que o levou direto a sala do rei, e pôde escutá-lo conversando com Amon. Ouviu mais do que deveria com certeza, e talvez isso não fosse nenhum crime aos dezessete anos, mas não acha que o rei pensaria assim se o descobrisse, então precisava sair de lá logo.

Aparentemente o rei se casaria novamente, foi o que ouviu, e antes de sair dali às pressas, tinha quase certeza de que ele havia mencionado algo sobre as princesas também, sobre casá-las talvez.

— Onde você estava?! — Questionou seu pai assim que o avistou entrar pela cozinha.

— Ah, eu estava por aí. — Disse o rapaz de olhos e cabelos castanhos bagunçados que caíam suavemente em seus olhos. Robin era bem alto, parecia mais velho do que realmente era, e era forte, o que certamente ele devia a tanto bater massas e carregar sacos de suprimento o dia todo na cozinha.

— Já disse que não quero você perambulando por aí... — Disse Guear, seu pai. — Se te pegam onde não deve te cortam a cabeça fora sem nem pensar duas vezes.

— Tudo bem, eu sei, me desculpe, eu só queria sair um pouco, tomar um ar.

— Se já o fez agora volte ao seu posto. — Ralhou.

— Pai... — Sussurrou Robin. — Eu ouvi algo que achei curioso...

— Robin, por favor, não são nossos assuntos.

— Mas nos afetam. — Robin protestou. — Fazemos parte desse reino, tudo que eles decidem ou não fazer mudam os rumos das nossas vidas também.

— Ah... — Guear coçou os olhos cansados, seu filho ainda lhe enlouqueceria qualquer dia desse com seus pensamentos progressistas. — Tudo bem, diga.

— O rei vai se casar novamente, e suspeito que também pretende casar as princesas...

— O que? — Guear perguntou confuso. — Robin, pelos deuses... esqueça isso! — Disse irritado. — O rei é muito complicado quando se trata desse tipo de assunto, então, por favor, finja que não ouviu nada disso e volte ao seu trabalho.

— Tudo bem, mas e se for verdade... — Robin disse. — Acha que isso pode melhorar as coisas?

— Eu não sei se qualquer coisa poderia melhorar as coisas. — Ele sussurrou. — Sou um homem velho, vivo nessa cidade, neste castelo há minha vida inteira e as coisas nunca estiveram tão ruins. — Ele falou fazendo o filho engolir a seco. — Se mantenha longe de problemas, e peça aos deuses para que seja lá o que o rei esteja planejando fazer que isso seja algo positivo pra todos ou será a ruína de Thulemar.