Capítulo IX

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Conrad caminhava pelos corredores do castelo quando um amontoado de sussurros raivosos chamou sua atenção vindo ao longe. Estranhando as vozes que ecoavam baixas pelo local que esperava estar vazio, ele escorou seu corpo em uma parede para observar cuidadosamente de onde vinham e quem as proferia. Para sua surpresa, Amon falava com um homem que ele não conhecia, de barba longa e preta, cabelos bagunçados e cicatrizes avermelhadas pelo rosto. Não conseguia entender direito o que diziam até que Amon soou grosseiro.

— Não pode haver erros! — Falou fazendo Conrad esconder-se quando Amon olhou repentinamente em sua direção como se suspeitasse que estavam sendo vigiados. — Saia já daqui. — Disse empurrando o homem que se pôs a correr. Sem esperar para ser visto, Conrad correu na direção oposta de Amon. A última coisa que queria era ter problemas com ele, mas afinal, o que Amon fazia ali? Quem era aquele homem? De que erros Amon se referia?

Quando Conrad finalmente abriu as portas da sala de Talin, ele encarou-o com reprovação.

— Atrasado. — Talin disse curto.

— Eu sei, me desculpe. — Conrad falou pegando ar. — Eu estava a caminho, mas parei quando uma coisa estranha me chamou a atenção.

— O que houve? — O homem de barba branca questionou a ele.

— Vi Amon falando com um homem... Eu nunca vi aquele homem, certamente ele não parece ser daqui. — Explicou. — Pareciam nervosos.

— E do que eles falavam? — Talin aproximou-se curioso de Conrad.

— Eu peguei a conversa pelo fim. — Conrad torceu os lábios. — Mas Amon falou sobre erros, ele disse "não pode haver erros"

— Curioso. — Talin falou para si mesmo. — Muito bem. — Ele disse como se o parabenizasse. — Olhos atentos, ouvidos atentos, como eu sempre o ensinei.

— Do que acha que se tratava? — Conrad perguntou confuso. — Quem era aquele homem?

— Concentre-se agora em seu estudos. — Talin disse encerrando o assunto. — Por hora isso basta. — Ele falou fazendo Conrad apenas assentir e sentar-se numa cadeira para iniciar suas leituras do dia. Sem dizer qualquer coisa, Talin encarou o horizonte pela janela de sua sala. Era hora de estender seus olhos e ouvidos.

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Cassian deixava sua espada bater com força contra um alvo inanimado no campo de treinamento. Ele estava sem camisa, seus músculos estavam expostos e sua pele negra brilhava devido ao suor. Gostava de treinar pesado sempre que tinha um tempo sozinho para manter-se em forma, afinal, como comandante, ele sabia bem o nível de responsabilidade em suas costas. Treinava seus soldados com afinco e buscava sempre estar pronto para qualquer que fosse a missão também.

Lyanna adentrou o recinto com cuidado, percebendo que ele não notou sua presença. O véu branco sobre seu rosto a impedia de ver os detalhes da pele dele, mas ainda assim, ela o observava com cuidado, deixando seus olhos correram cada centímetro dela enquanto se aproximava do comandante. Quando Cassian pendeu para trás esbarrando seu corpo contra o dela e quase a fazendo cair, ele a segurou em um de seus braços o mais rápido que conseguiu.

— Lyanna! — Disse assustado. — Você está bem? Me desculpe. — Disse preocupado fazendo-a rir enquanto o encarava.

— Não, eu quem peço desculpas, eu devia ter anunciado minha chegada... — Ela disse enquanto ele a ajudava a levantar-se, saindo de seu abraço.

— Jamais precisaria se desculpar. — Cassian falou lembrando-se que estava sem camisa e caminhando rapidamente até um canto para puxar sua blusa branca e vesti-la sobre o corpo. — A que devo a honra da sua silenciosa presença?

Sim, majestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora