Chefes da Máfia 3 - ZeeNuNew

Prólogo

"Eu nasci perdido e não tive prazer em ser encontrado".

- John Steinbeck

POV Mongkut

QUATORZE ANOS ATRÁS

O punho dele se encontrou com o rosto Nunew, mandando-o para baixo tão rápido que seu cabelo bateu em seu rosto antes dele bater no tapete. Ele ficou lá por um momento, congelado no chão do ringue de boxe, quase morto, antes dele tentar se levantar. Os braços dele vacilaram e seu peito subia e descia enquanto ele tentava desesperadamente conseguir o ar de volta em seus pulmões. Ele conseguiu chegar a um joelho antes de desmoronar de volta para o tapete.

Lamentável.

— Levante-se, Nunew, — eu disse a ele quando eu me inclinei contra a parede da antiga academia de boxe fora da cidade. Era assim que eu controlava essa cidade. Ninguém, além do nosso povo vinha aqui - suor a suor, sangue quente com sangue quente, somos italianos; um só povo. E ele estava se desonrando na frente das próprias pessoas que precisam respeitá-lo mais.

Ele não se moveu, ele só ficou lá, como uma coisa morta. Nem humano e nem animal.

— Eu disse, levante-se, Nunew!

Com um pequeno e frustrado grito, ele se empurrou em seus pés e se jogou nas cordas do ringue a fim de ficar de pé, quando Benz o segurou.

— Senhor? Senhor Perdpiriyawong? Você tem certeza? — Benz perguntou a ele, olhando para mim, os olhos arregalados quando ele não respondeu.

— Deixe ele ir. E eu juro por Deus Todo-Poderoso, Nunew, se você cair de novo...

— Eu estou bem. — ele empurrou os fios soltos do cabelo escuro atrás da testa e ficou mais reto quando ele levantou os punhos envoltos. Ele balançou a cabeça algumas vezes e tentou manter a compostura.

— Vê? Ele está bem. Agora, comece de novo, — eu disse a ele.

— Senhor, tem sido duas horas–

— Eu não me importo se já são dois dias! — eu lati, e foi então que eu vi.

Todos os olhos no ginásio olharam para meu pequeno filho com piedade, e para mim com desdém como se eu fosse algum tipo de monstro.

— TODOS PARA FORA! — eu disse de repente, os fazendo saltar e correr para a porta.

— Você e eu vamos conversar mais tarde, — eu disse a Benz, e ele acenou com a cabeça antes de sair.

O ginásio estava escuro. A única fonte de luz veio do centro do ringue, onde ele esperou sem uma palavra. Entrei, então peguei as esteiras acolchoadas, circulando enquanto eu os ajeitava.

— Você é uma decepção, Nunew, — eu sussurrei. — E não apenas isso, mas você está me deixando numa maldita situação embaraçosa. Quantos anos você tem agora, dez ou quatro? Você ainda precisa de alguém para te salvar? Por acaso você é um bebê? É isso que você quer?

— Não, senhor. — ele segurou a cabeça para cima. — Eu estou bem, posso continuar.

— Bem? Um minuto atrás você parecia um cervo recém-nascido. Será que é porque agora nós estamos sozinhos e você quer fazer um show?

Ele olhou para mim. — Eu venho fazendo isso por duas horas, pai. Qualquer pessoa normal-

— Você não é normal! Você é Nunew Chawarin Perdpiriyawong, filho do Mãos de Ferro, meu filho! Normal nunca será o adjetivo usado para descrever você! Excepcional; notório; impecável. Isso é o que você deve ser. Você está com dor? Dores no corpo? Adivinha? Essa é a sua vida.