Na Mira Da Bratva [Vol2: Anjos Sangrentos]

Capítulo Quarenta E Dois

Mikhail Petrov

— O que está acontecendo aqui? Vocês dois quase morreram e já estão brigando? —  Ivana nos repreende, a voz dela cortando a tensão como uma lâmina. Meu coração acelera, e sinto o peso das verdades não ditas sobre meus ombros.

Isabella se vira para Ivana, o rosto dela uma máscara de indignação, mas também de dor.

— Ivana, eu não quis brigar com ele, mas parece que o seu filho só piora as coisas —  diz ela, aproximando-se para abraçá-la — Você acredita que ele fez Mikhail enganar a moça que está ao lado da mãe, só para forçar uma aliança entre nós? — Cada palavra dela cai como um martelo.

Sinto um nó se formar no estômago. Niklaus, que se manteve quieto até agora, está com uma expressão que não consigo decifrar. Ivana, por outro lado, está confusa, olhando em volta como se esperasse que a resposta a uma pergunta invisível se materializasse.

— Quem é Mikhail? — Ivana pergunta, surpresa e perplexa, os olhos dela procurando a minha presença na sala.

Ela não sabe que Niklaus tem um filho fora do casamento, e a confusão dela só agrava minha sensação de deslocamento.

Aleksander, percebendo o desconforto crescente, intervém para evitar que a situação piore.

— Ah! Mikhail é o meu Consigliere, mama, vamos deixar a família Cassano uns instantes sozinhos —  ele diz, com um tom calmo que tenta apagar o fogo com água fria.

A tensão é palpável enquanto ele leva Ivana e Niklaus para o andar de cima, tentando mitigar o impacto das revelações. Caty e Cássia se retiram para a cozinha, deixando-me na sala com Isabella, a mãe dela, e Sophie. Meu coração aperta ao ver a incerteza no rosto de Sophie. Ela é a luz em meio a essa escuridão, e a última coisa que quero é que ela seja engolfada por esse caos.

Volto-me para Sophie, sentindo a responsabilidade esmagadora.

— Raio de sol, vamos deixar elas conversarem — digo, tentando manter a voz firme. Aproximo-me dela, minha mão tremendo levemente ao tocar suas costas. A suavidade do toque é um contraste gritante com a tempestade de emoções que estou sentindo.

Guiando Sophie para fora da sala, sinto uma mistura de alívio e desespero. Alívio por afastá-la da confusão, mas desespero porque sei que, eventualmente, teremos que enfrentar essas verdades juntos. Cada passo que dou, com ela ao meu lado, é uma tentativa de encontrar clareza em meio ao caos, de proteger o nosso futuro das sombras do meu passado.

Enquanto nos afastamos, a voz de Isabella ainda ressoa na minha mente, e sei que a batalha está longe de terminar. Mas, com Sophie ao meu lado, sinto-me um pouco mais preparado para enfrentar o que quer que venha a seguir. Deixo Sophie em seu quarto e volto ao escritório de Aleksander.

No escritório , o ar ao meu redor é pesado com a tensão do que está por vir. Este é o meu primeiro encontro com Niklaus Petrov, meu pai biológico, e meu coração bate rápido no peito. Ele está à minha frente, parecendo tão imponente quanto os relatos sugeriam, e a sala, com seus móveis opulentos, parece sufocantemente pequena.

— Então, você é Mikhial — ele começa, seu tom tão frio quanto o olhar que lança em minha direção — Aleksander me falou sobre você. Disse que havia se infiltrado na Bratva. Por quê? — Eu o encaro, minhas emoções se misturando em uma tempestade de raiva e dor.

— Para destruir você —  digo, sem rodeios — Me infiltrei para me vingar de você, mas desisti. Aleksander não merece sofrer por sua causa — completo.

Niklaus permanece impassível, observando-me como se estivesse tentando decifrar um quebra-cabeça.

— E o que acha que eu fiz para merecer essa vingança? — as palavras dele pioram o meu estado.