Capítulo Cinquenta E Três

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Sophie Cassano

— As flores estão lindas, não acha? — perguntei, tentando manter a minha voz firme enquanto observava os arranjos florais dispostos ao longo do corredor. O som do tecido de seda das cortinas se misturava com o murmúrio baixo das conversas dos convidados.

— Sim, realmente estão — respondeu Mikhail, seu olhar atento parecia também um pouco ansioso. — É o melhor que conseguimos fazer para tornar este dia especial, apesar das circunstâncias.

Havia passado um mês desde o sequestro e a perda de Allan, e a dor ainda era uma presença constante em nossas vidas. Allan havia sido oficialmente declarado morto, embora seu corpo não tivesse sido encontrado. A sensação de luto pairava sobre todos nós, mas havia um novo tipo de esperança surgindo das cinzas: a promessa de um futuro juntos.

O dia do nosso casamento estava finalmente aqui, e enquanto preparava tudo para a cerimônia, a realidade do que havíamos perdido ainda me assombrava. A ausência de Allan era um buraco no meu coração, mas havia algo de reconfortante em estar ao lado de Mikhail, compartilhando nossa vida e o futuro que agora enfrentávamos juntos.

— Sophie, você está linda — disse Loren, sua voz carregada com um misto de tristeza e alegria ao me ver na frente do espelho. Ela estava ao meu lado, vestida com um elegante vestido de dama de honra, os olhos ainda um pouco vermelhos de noites difíceis.

— Obrigada, irmã — respondi, tentando devolver um sorriso sincero. — Eu realmente aprecio você estar aqui hoje. Sei que este não é um dia fácil para você.

Ela dá um leve sorriso e segura minha mão por um momento, sua presença é um lembrete do que havíamos passado juntos e da força que ainda tínhamos. A jornada desde a perda de Allan até agora havia sido uma montanha-russa emocional, mas a cerimônia de hoje era um símbolo de nossa resiliência e da capacidade de encontrar a esperança em meio à dor.

À medida que o horário da cerimônia se aproximava, o salão estava tomado por uma mistura de convidados, amigos e familiares. O ambiente estava decorado com um esplendor elegante e respeitoso, uma homenagem à ocasião que esperávamos ser um pouco de normalidade após a tempestade.

— O que acha de começarmos? — perguntou Mikhail, sua voz cheia de emoção enquanto se aproximava de mim, o terno impecável e o olhar cheio de expectativa. — Está pronta?

Olhei para ele, meu coração acelerado com uma combinação de nervosismo e excitação. Apesar da tristeza que ainda permeava nossos corações, havia algo de profundamente consolador em compartilhar este momento com ele.

— Sim, acho que sim — respondi, a voz um pouco trêmula. — Vamos fazer isso.

Enquanto os primeiros acordes da música da cerimônia começavam a tocar, Mikhail e eu seguimos em direção ao altar. O caminho estava adornado com flores e velas, criando uma atmosfera de serenidade e beleza. O som dos passos de todos os convidados, sussurros de admiração e murmúrios de apoio preencheram o ar.

Loren estava ao meu lado, e eu senti seu apoio e amor em cada passo que dávamos. A cerimônia estava prestes a começar, e embora a ausência de Allan fosse uma sombra sobre tudo, havia um sentimento de força e unidade entre todos nós.

O celebrante começou a falar, suas palavras eram um misto de tradições e sentimentos pessoais que pareciam ecoar nossas próprias esperanças e lutas. Ele falava sobre amor, compromisso e a importância de encontrar força nos momentos difíceis. Cada palavra parecia ter um peso especial naquele dia, como se estivessem sendo ditas para nos lembrar da importância de seguir em frente e encontrar alegria apesar das adversidades.

Mikhail e eu trocamos votos, e ao dizer as palavras que prometiam nosso futuro juntos, havia um sentimento profundo de compromisso e esperança. Ele falou sobre a importância de enfrentar os desafios juntos, e eu falei sobre o amor e a resiliência que nos trouxeram até este ponto.

Quando chegou o momento de nos beijarmos como casados, o beijo foi suave, mas cheio de emoção. O salão explodiu em aplausos e lágrimas de alegria misturadas com tristeza, e a sensação de ter Mikhail ao meu lado, mesmo em meio à dor, era uma fonte de conforto profundo.

O restante da recepção foi um turbilhão de atividades. Havia risos e lágrimas, momentos de alegria compartilhados com amigos e familiares, e também uma constante lembrança da ausência de Allan. Loren estava ao meu lado durante a maior parte do tempo, tentando se manter ocupada e envolvida, e eu sabia que a presença dela era uma âncora importante para todos nós.

— Sophie, você está bem? — perguntou Loren, durante uma pausa na recepção. Seus olhos estavam cheios de uma preocupação amiga.

— Estou, sim — respondi, tentando parecer calma apesar do cansaço e da tristeza que ainda sentia. — Só estou tentando absorver tudo isso.

Loren assentiu, entendendo. Havia um conforto mútuo na nossa amizade e no apoio que nos oferecíamos. A dor pela perda de Allan nunca desapareceria, mas o esforço para encontrar momentos de alegria e gratidão ajudava a suavizar um pouco o peso que carregávamos.

À medida que a noite avançava, o ambiente estava cheio de conversas animadas e música suave. Mikhail e eu compartilhamos um primeiro dançante momento juntos, nossos corpos se movendo em harmonia enquanto a música preenchia o espaço. Havia um sentimento de paz e contentamento naquele momento, uma lembrança de que, apesar das dificuldades, havia beleza a ser encontrada na vida.

O final da noite chegou mais rápido do que eu esperava, e enquanto os convidados começavam a se despedir, Mikhail e eu nos retiramos para um momento a sós. Encontramos um canto tranquilo da casa, longe da agitação da recepção.

— Eu não sei como teria conseguido passar por isso sem você — disse Mikhail, puxando-me para perto dele. — Sua força e coragem têm sido minha âncora.

— E você tem sido a minha — respondi, olhando para ele com um sorriso cansado. — O apoio e o amor que você me deu durante este mês foram inestimáveis.

O calor e a segurança nos braços um do outro eram um consolo bem-vindo. Apesar da dor da perda de Allan, havia algo de reconfortante em saber que, juntos, podíamos enfrentar qualquer coisa.

O restante da noite foi um tempo de reflexão e conexão. As memórias de Allan estavam presentes em nossos corações, e enquanto planejávamos o futuro juntos, havia um sentimento de determinação para honrar sua memória e seguir em frente com coragem.

Quando finalmente nos preparávamos para descansar, havia uma sensação de paz que começava a se estabelecer. A jornada que havíamos enfrentado não era fácil, mas o apoio mútuo e a esperança de um futuro melhor eram uma luz guiadora em meio à escuridão.

O casamento foi um símbolo de nossa resiliência e da capacidade de encontrar alegria mesmo nas circunstâncias mais difíceis. A presença de Mikhail ao meu lado era um lembrete constante de que, apesar das perdas e desafios, ainda havia amor e esperança a serem encontrados. E assim, enquanto nos preparávamos para enfrentar o futuro, havia um sentimento de que, apesar da dor, o amor e a esperança nos guiariam adiante.

Na Mira Da Bratva [Vol2: Anjos Sangrentos]Onde histórias criam vida. Descubra agora