Capítulo Cinquenta Um

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Sophie Cassano

A escuridão ao meu redor é opressiva, um manto que parece me envolver em um abraço frio e cruel. Cada respiração que dou é um esforço consciente, e o medo que sinto é uma presença constante, quase tangível. As horas se arrastam, cada minuto parece uma eternidade, e o silêncio ao meu redor é quebrado apenas pelos ecos de meus próprios pensamentos e pela batida frenética do meu coração.

O medo se tornou uma constante desde aquele momento. Michael Cassano, meu primo, que deveria ser um membro da família, revelou-se o maior traidor. A traição me atinge com uma dor profunda e incompreensível. Michael, em sua crueldade, parece ter transformado nossa relação de sangue em uma arma contra mim. Suas palavras são um misto de ódio e vingança, e eu não consigo entender como ele pode ter se tornado tão monstruoso.

— Sophie, Sophie, minha linda princesa, está confortável? — a voz de Michael ecoa na escuridão.

— Michael? É você? — minha voz trêmula responde, apesar da mordaça que ainda me afeta. A tentativa de chamar por ele é um grito desesperado por compreensão.

— Uhmmmm! Parece que você conhece muito bem a minha voz, sou eu mesmo — Michael diz com um desdém claro, sua voz carregada de ironia.

— Por quê está fazendo isso? Eu sou sua prima, nós temos o mesmo sangue — pergunto, minha cabeça balançando de um lado para o outro, procurando por ele no escuro.

— Primos? Eu não sou seu primo, eu sou adotado, esqueceu? Sua família me acolheu, mas eu nunca fui um Cassano de verdade — a raiva na sua voz é quase palpável, e eu sinto uma dor aguda ao perceber a verdade distorcida com a qual ele está operando.

— Por quê está fazendo isso, Michael? — indago novamente, tentando entender o motivo por trás de sua crueldade.

— Como por quê? Você foi uma vagabunda comigo, partiu o meu coração da pior forma. Você fodeu com um russo, abriu as pernas para ele dentro de um carro, partiu o meu coração, traiu a sua família, me traiu, Sophie! — A raiva nas suas palavras é esmagadora, e eu me sinto ainda mais desesperada e impotente.

Meu pensamento volta para Mikhail, a dor de sua ausência é quase insuportável. Imagino como ele deve estar agora, lutando para me encontrar, sabendo que estou em perigo. A ideia de que ele está sofrendo por minha causa é uma tortura em si mesma. Mikhail sempre foi a minha âncora, e a esperança de que ele está tentando desesperadamente me encontrar é o que me dá forças para resistir.

— Eu o amo, Michael, não fiz por mal, eu juro — tento apelar, buscando algum vestígio de bondade em seu coração.

— Ama? Esse Russo não ama você, eu amo você. Aquele desgraçado só comeu você para te engravidar e forçar uma aliança — a raiva em sua voz é quase palpável, e eu sinto uma dor ainda maior ao perceber que ele não vai ceder.

O bebê, nossa pequena vida que cresce dentro de mim, é uma constante fonte de alívio e angústia. Sinto cada movimento com uma intensidade desesperadora, um lembrete do que está em jogo. A ideia de que algo possa acontecer com ele, que ele possa sofrer devido a essa situação, é uma dor insuportável. O pensamento de não poder protegê-lo, de não garantir sua segurança, é um fardo que me consome.

— Vou deixar você pensando em seus pecados, vadia imaculada — Michael grita, e o som da porta batendo ressoa no espaço pequeno e escuro. Seu ataque cruel deixa o ambiente ainda mais desolador.

Agora, estou sozinha novamente. A escuridão ao meu redor é esmagadora, e a solidão é um peso constante em meus ombros. O pensamento de Mikhail e das conversas que tivemos sobre nosso futuro me acompanha. Imagino como seria a vida depois que eu saísse daqui, como Mikhail e eu lidaremos com tudo isso. Cada lembrança de nossos sonhos e esperanças é um consolo temporário em meio à escuridão. Mas o medo de não poder viver esses momentos, de não poder ver nosso filho crescer, é uma dor constante.

O pensamento de estar em uma ilha isolada, longe de qualquer ajuda imediata, é uma tortura. Penso em como Mikhail deve estar revistando a ilha, procurando por qualquer pista. A falta de comunicação com o mundo exterior aumenta o sentimento de desesperança. Se a ilha é realmente isolada, o resgate pode ser mais difícil, e isso me assombra constantemente.

Cada som ao meu redor é uma tortura. O silêncio é quebrado apenas por pequenos ruídos que parecem amplificados na escuridão. A sensação de estar sendo observada é constante, e o medo de que algo terrível possa acontecer a qualquer momento é uma pressão implacável. Tento me concentrar em pequenos detalhes, em qualquer coisa que possa me ajudar a manter a sanidade. As respirações profundas e a tentativa de manter a calma são as únicas ferramentas que tenho para enfrentar o pânico que me consome.

Em algum momento, minha mente começa a criar cenários ainda mais sombrios. Imagino Mikhail correndo de um lado para o outro, desesperado, sem saber onde procurar. A ideia de que ele pode estar sofrendo por minha causa é quase insuportável. Cada pensamento sobre ele é uma mistura de esperança e desespero. A ideia de deixar Mikhail e nosso bebê sem mim é uma tortura que me faz continuar lutando, uma razão para não desistir.

Então, um som súbito, um estrondo que quebra o silêncio. O chão treme, e uma nuvem de poeira e detritos se ergue ao redor. O pânico se instala instantaneamente. O impacto da explosão é esmagador e o ambiente ao meu redor começa a desmoronar. A situação rapidamente se torna caótica. Ouço gritos e o som de colapso estrutural, e o medo se intensifica.

— O que está acontecendo? — meu grito é abafado pelo som do colapso.

Os sons de passos apressados se aproximam, e uma sensação de alívio mistura-se com o medo. Mikhail e sua equipe chegaram. A presença deles é um farol de esperança em meio ao caos. No entanto, o ambiente está se tornando cada vez mais instável. A estrutura da fábrica está ruindo, e a evacuação é uma corrida contra o tempo.

— Sophie, estamos aqui! — a voz de Mikhail é um alívio inestimável.

Ele e seus homens trabalham rapidamente para me soltar, mas a pressão da situação é imensa. Enquanto Mikhail remove as amarras e a mordaça, o ambiente ao nosso redor continua a se deteriorar. O medo é palpável, e a urgência é uma constante.

— Precisamos sair agora! — a voz de Aleksander é um comando firme e urgente. — O prédio está desmoronando!

Eu sou puxada para fora da sala, meu corpo fraquejado e cansado, mas a sensação de alívio por finalmente ver Mikhail é um conforto inestimável. Enquanto nos movemos, a destruição ao nosso redor é evidente. A fábrica está em colapso, e a necessidade de evacuar rapidamente é uma prioridade.

— Allan, você está conosco? — grito, tentando localizar o segurança que tem sido uma constante fonte de proteção.

A resposta é abafada pelo som do colapso e pela confusão ao nosso redor. O caos se intensifica, e a evacuação se torna uma luta desesperada para escapar da destruição iminente.

Enquanto finalmente conseguimos sair para um espaço mais aberto, a sensação de alívio é interrompida pela dor da perda. Allan, o dedicado segurança e namorado de Loren, está desaparecido. A realidade de sua ausência é um golpe duro, e o peso da sua perda se mistura com o alívio por finalmente estar a salvo.

— Allan! — grito, procurando desesperadamente por ele.

Mas a resposta é apenas o eco da minha própria voz na distância. A fábrica está em ruínas, e a possibilidade de encontrar Allan é cada vez menor. O vazio deixado por sua ausência é um lembrete doloroso do preço que pagamos pela segurança.

— Eu sinto muito — diz  Mikhail, tentando oferecer algum conforto em meio à confusão. — Tentamos o nosso melhor.

A dor pela perda de Allan é uma ferida aberta, e a tristeza por não poder resgatar todos os que estavam em perigo é uma realidade com a qual precisamos lidar. Enquanto somos levados para um local seguro, a memória de Allan e seu sacrifício é uma presença constante, uma lembrança do custo da nossa missão.

O resgate é uma vitória amarga. A sensação de segurança é envol

Na Mira Da Bratva [Vol2: Anjos Sangrentos]Onde histórias criam vida. Descubra agora