Sophie Cassano
A escuridão ao meu redor é opressiva, um manto que parece me envolver em um abraço frio e cruel. Cada respiração que dou é um esforço consciente, e o medo que sinto é uma presença constante, quase tangível. As horas se arrastam, cada minuto parece uma eternidade, e o silêncio ao meu redor é quebrado apenas pelos ecos de meus próprios pensamentos e pela batida frenética do meu coração.
O medo se tornou uma constante desde aquele momento. Michael Cassano, meu primo, que deveria ser um membro da família, revelou-se o maior traidor. A traição me atinge com uma dor profunda e incompreensível. Michael, em sua crueldade, parece ter transformado nossa relação de sangue em uma arma contra mim. Suas palavras são um misto de ódio e vingança, e eu não consigo entender como ele pode ter se tornado tão monstruoso.
— Sophie, Sophie, minha linda princesa, está confortável? — a voz de Michael ecoa na escuridão.
— Michael? É você? — minha voz trêmula responde, apesar da mordaça que ainda me afeta. A tentativa de chamar por ele é um grito desesperado por compreensão.
— Uhmmmm! Parece que você conhece muito bem a minha voz, sou eu mesmo — Michael diz com um desdém claro, sua voz carregada de ironia.
— Por quê está fazendo isso? Eu sou sua prima, nós temos o mesmo sangue — pergunto, minha cabeça balançando de um lado para o outro, procurando por ele no escuro.
— Primos? Eu não sou seu primo, eu sou adotado, esqueceu? Sua família me acolheu, mas eu nunca fui um Cassano de verdade — a raiva na sua voz é quase palpável, e eu sinto uma dor aguda ao perceber a verdade distorcida com a qual ele está operando.
— Por quê está fazendo isso, Michael? — indago novamente, tentando entender o motivo por trás de sua crueldade.
— Como por quê? Você foi uma vagabunda comigo, partiu o meu coração da pior forma. Você fodeu com um russo, abriu as pernas para ele dentro de um carro, partiu o meu coração, traiu a sua família, me traiu, Sophie! — A raiva nas suas palavras é esmagadora, e eu me sinto ainda mais desesperada e impotente.
Meu pensamento volta para Mikhail, a dor de sua ausência é quase insuportável. Imagino como ele deve estar agora, lutando para me encontrar, sabendo que estou em perigo. A ideia de que ele está sofrendo por minha causa é uma tortura em si mesma. Mikhail sempre foi a minha âncora, e a esperança de que ele está tentando desesperadamente me encontrar é o que me dá forças para resistir.
— Eu o amo, Michael, não fiz por mal, eu juro — tento apelar, buscando algum vestígio de bondade em seu coração.
— Ama? Esse Russo não ama você, eu amo você. Aquele desgraçado só comeu você para te engravidar e forçar uma aliança — a raiva em sua voz é quase palpável, e eu sinto uma dor ainda maior ao perceber que ele não vai ceder.
O bebê, nossa pequena vida que cresce dentro de mim, é uma constante fonte de alívio e angústia. Sinto cada movimento com uma intensidade desesperadora, um lembrete do que está em jogo. A ideia de que algo possa acontecer com ele, que ele possa sofrer devido a essa situação, é uma dor insuportável. O pensamento de não poder protegê-lo, de não garantir sua segurança, é um fardo que me consome.
— Vou deixar você pensando em seus pecados, vadia imaculada — Michael grita, e o som da porta batendo ressoa no espaço pequeno e escuro. Seu ataque cruel deixa o ambiente ainda mais desolador.
Agora, estou sozinha novamente. A escuridão ao meu redor é esmagadora, e a solidão é um peso constante em meus ombros. O pensamento de Mikhail e das conversas que tivemos sobre nosso futuro me acompanha. Imagino como seria a vida depois que eu saísse daqui, como Mikhail e eu lidaremos com tudo isso. Cada lembrança de nossos sonhos e esperanças é um consolo temporário em meio à escuridão. Mas o medo de não poder viver esses momentos, de não poder ver nosso filho crescer, é uma dor constante.
O pensamento de estar em uma ilha isolada, longe de qualquer ajuda imediata, é uma tortura. Penso em como Mikhail deve estar revistando a ilha, procurando por qualquer pista. A falta de comunicação com o mundo exterior aumenta o sentimento de desesperança. Se a ilha é realmente isolada, o resgate pode ser mais difícil, e isso me assombra constantemente.
Cada som ao meu redor é uma tortura. O silêncio é quebrado apenas por pequenos ruídos que parecem amplificados na escuridão. A sensação de estar sendo observada é constante, e o medo de que algo terrível possa acontecer a qualquer momento é uma pressão implacável. Tento me concentrar em pequenos detalhes, em qualquer coisa que possa me ajudar a manter a sanidade. As respirações profundas e a tentativa de manter a calma são as únicas ferramentas que tenho para enfrentar o pânico que me consome.
Em algum momento, minha mente começa a criar cenários ainda mais sombrios. Imagino Mikhail correndo de um lado para o outro, desesperado, sem saber onde procurar. A ideia de que ele pode estar sofrendo por minha causa é quase insuportável. Cada pensamento sobre ele é uma mistura de esperança e desespero. A ideia de deixar Mikhail e nosso bebê sem mim é uma tortura que me faz continuar lutando, uma razão para não desistir.
Então, um som súbito, um estrondo que quebra o silêncio. O chão treme, e uma nuvem de poeira e detritos se ergue ao redor. O pânico se instala instantaneamente. O impacto da explosão é esmagador e o ambiente ao meu redor começa a desmoronar. A situação rapidamente se torna caótica. Ouço gritos e o som de colapso estrutural, e o medo se intensifica.
— O que está acontecendo? — meu grito é abafado pelo som do colapso.
Os sons de passos apressados se aproximam, e uma sensação de alívio mistura-se com o medo. Mikhail e sua equipe chegaram. A presença deles é um farol de esperança em meio ao caos. No entanto, o ambiente está se tornando cada vez mais instável. A estrutura da fábrica está ruindo, e a evacuação é uma corrida contra o tempo.
— Sophie, estamos aqui! — a voz de Mikhail é um alívio inestimável.
Ele e seus homens trabalham rapidamente para me soltar, mas a pressão da situação é imensa. Enquanto Mikhail remove as amarras e a mordaça, o ambiente ao nosso redor continua a se deteriorar. O medo é palpável, e a urgência é uma constante.
— Precisamos sair agora! — a voz de Aleksander é um comando firme e urgente. — O prédio está desmoronando!
Eu sou puxada para fora da sala, meu corpo fraquejado e cansado, mas a sensação de alívio por finalmente ver Mikhail é um conforto inestimável. Enquanto nos movemos, a destruição ao nosso redor é evidente. A fábrica está em colapso, e a necessidade de evacuar rapidamente é uma prioridade.
— Allan, você está conosco? — grito, tentando localizar o segurança que tem sido uma constante fonte de proteção.
A resposta é abafada pelo som do colapso e pela confusão ao nosso redor. O caos se intensifica, e a evacuação se torna uma luta desesperada para escapar da destruição iminente.
Enquanto finalmente conseguimos sair para um espaço mais aberto, a sensação de alívio é interrompida pela dor da perda. Allan, o dedicado segurança e namorado de Loren, está desaparecido. A realidade de sua ausência é um golpe duro, e o peso da sua perda se mistura com o alívio por finalmente estar a salvo.
— Allan! — grito, procurando desesperadamente por ele.
Mas a resposta é apenas o eco da minha própria voz na distância. A fábrica está em ruínas, e a possibilidade de encontrar Allan é cada vez menor. O vazio deixado por sua ausência é um lembrete doloroso do preço que pagamos pela segurança.
— Eu sinto muito — diz Mikhail, tentando oferecer algum conforto em meio à confusão. — Tentamos o nosso melhor.
A dor pela perda de Allan é uma ferida aberta, e a tristeza por não poder resgatar todos os que estavam em perigo é uma realidade com a qual precisamos lidar. Enquanto somos levados para um local seguro, a memória de Allan e seu sacrifício é uma presença constante, uma lembrança do custo da nossa missão.
O resgate é uma vitória amarga. A sensação de segurança é envol
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Na Mira Da Bratva [Vol2: Anjos Sangrentos]
RomanceMikhail Petrov, é o filho bastardo do antigo Pakhan da Bratva. Antes de ser reconhecido como um Petrov, Mikhail sofreu nas mãos de seu padrasto drogando, tendo se tornado alguém sem alma nem coração. Sopy Cassano, é a filha única do capo da Camorra...