Capítulo Vinte E Quatro

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Sophie Cassano

— Eu não posso Harry, por favor, não faça isso comigo — Sussurro sem muita força de vontade, ele não está facilitando a minha vida.

Ele está beijando o meu pescoço com tanta força que não sei como é que a minha pele não saiu ainda. Com certeza isso vai deixar marcar. Eu não sei como é que vou esconder isso de Loren, ela é muito curiosa e não é nem um pouco boba, ela vai fazer um interrogatório assim que eu chegar a casa.

— Vamos Sophie! Você sente isso tal quanto eu, você sente essa química explosiva existente entre nós, não pode negar, o seu corpo sente isso — a voz dele está tão grongue que a mesma sensação que senti quando ele esteve com a minha boceta em sua boca, a minha calcinha está voltando a ficar molhada novamente, eu quero que ele coloque a mão em minha boceta novamente.

— Eu sinto, mas a minha família é muito perigosa — admito a contra gosto.

Eu não sei o que ele fez com o meu corpo, mas eu sinto que não tenho o domínio dele, eu sinto como se todo o meu corpo pertencesse a ele e olha que eu só o conheço há uma semana.

— Não se preocupe com isso, eu dou um jeito de ver você, só fique atenta no celular — ele parece tão certo em lutar por mim que dá pena.

Ele não sabe quem eu sou nem de onde venho, a minha família é muito perigosa, se o meu pai ao menos imaginar o que eu fiz com ele nessa sala, com certeza estaria totalmente decepcionado comigo, Harry com certeza seria morto.

— Está bem, eu preciso ir agora — concordo com ele, mesmo que isso seja tão errado.

Harry puxa o meu corpo até o dele e me dá um beijo forte nos lábios, eu estou com tanto tesão que correspondo ao beijo, mas ele não é profundo como o primeiro. Mikhail só cola os nossos lábios de forma bruta e sai do trocador. Eu não sei como é que vou sair daqui, as pessoas do lado de fora do provador, provavelmente devem ter escutado o que nós dois fizemos, eu não fui muito discreta. Com o pouco de coragem que tenho, espreito o lado de fora só para ver se tem alguém na entrada, se tiver alguém eu não sei como sairei.  Espreito com a mesma cara deslavada com a qual eu entrei aqui, para a minha sorte, a entrada está vazia, não tem nem sequer uma atendente para ver a minha cara desvergonhada saindo do provador depois de ser chupada por um estranho.

— Graças a Deus — sussuro saindo do provador e com a ajuda de um lenço e um espelho, faço um capuz para tapar o meu rosto e o meu pescoço.

Eu não posso sair da loja sem antes pagar as coisas que levei e nem posso sair sem as coisas, eu posso ser acusada de roubo. Mesmo que eu esteja me matando de vergonha, preciso pagar as coisas que levei.

— Senhorita Sophie! A senhorita parece óptima — infelizmente as atendentes falam com um sorriso sugestivo o que deixa bem claro que elas sabem muito bem o que eu e Harry fizemos no provador.

Eu não sei onde enfiar a cara, mas elas sumiram no momento em que eu e ele entramos no provador, o que me diz que ele subornou as atendentes.

— Ah! Eu estou bem obrigada — estou sem jeito mas não vou abaixar a cabeça, se Harry pagou elas é porque elas têm que manter segredo, assim sendo, não vejo o porquê de elas estarem tão engraçadinhas para cima de mim.

— O seu noivo comprou metade da loja em seu nome, as roupas serão enviadas para a sua casa, é só nos fornecer o endereço — elas estão muito felizes por terem feito uma venda tão grande como essa.

Faz todo o sentido elas não estarem na loja quando eu saí, as lojas nunca fecham para que dois coelhos no cio se comam, na verdade, ninguém faz isso em seu empreendimento, isso é loucura e pode colocar os lucros em causa.

— Ah! Obrigada? — não sei o que falar, não sei se agradeço ou se choro de vergonha.

Forneço o meu endereço para elas, quero logo sair daqui. Não posso ficar muito tempo nessa loja, a minha vergonha é tanta que não sei como é que ainda consigo falar com elas para fornecer as informações. Quando finalmente forneço as informações necessárias, saio da loja com o rosto todo vermelho.

— Senhorita Sophie, onde esteve todo esse tempo? — Allan me assusta com seu rosto todo transtornado de preocupação.

Eu não entendo o que ele está fazendo aqui, ele devia estar na Sicília para acertar algumas coisas com o meu pai, como é que ele voltou tão rápido? Eu não sei se conseguirei me encontrar com Harry com Allan aqui.

— Allan! Você não devia estar na Sicília? — Indago surpresa só para distrair ele.

Eu não posso permitir que ele desconfie de mim, se ele desconfiar ao menos um segundo, o meu relacionamento com o Harry, vai terminar muito antes de ter um início e no final eu serei encaminhada de volta a Sicília sem nem mesmo terminar o meu primeiro semestre.

— Eu fui, mas voltei a pouco tempo e fui informado que você sumiu, onde esteve? — ele é tão chato que parece o meu pai falando, às vezes eu acho que ele é um bastardo.

— Eu estive na loja todo esse tempo, não saí daqui, só fiquei distraída com o tanto de coisa que comprei — falo nervosa.

Eu ainda estou com o lenço no pescoço, se ele ao menos desconfiar dos chupões em meu pescoço, eu serei escoltada de volta a casa sem nem antes saber o que é ser uma mulher de verdade.

— Os seguranças procuraram por você por todo o shopping, não acredito que você só esteve aqui, bando de incompetentes — Allan parece crer nas minhas palavras, porque finalmente desiste de tentar entender o que aconteceu.

Nós dois saímos da entrada da loja e vamos até uma cafeteria próxima onde Loren está. Eu não sei o que vai acontecer quando os dois se virem, já basta ter que suportar Loren reclamando dele, eu ainda terei que conviver com os dois brigando por coisas sem o menor sentido.

— Primaaaaa! Onde você esteve, tem uma fofoca rolando pelo shopping, parece que um casal andou transando no banheiro de uma das lojas, acredita nisso? Dizem que a moça gritou horrores, o cara deve ser muito bom de cama — Loren grita desequilibrada sem se importar com a presença de Allan, na verdade eu acho que ela faz esse tipo de comentário de propósito só para chatear ele.

Do meu lado, Allan parece incomodado com as falas de Loren.

— Uhm! Uhm! — Allan arranha a garganta só para chamar a atenção de Loren..

Minha prima olha para ele e despreza totalmente ele, parece que as coisas entre eles não vão se acertar tão cedo como eu pensei.

— O que foi guarda costas? Você não sabe o que é transar? Você não transa? — Loren provoca tanto o pobre do Allan que às vezes eu acho que eles tiveram um rolo no passado, mas ele não terminou muito bem, porque não é possível que alguém só sinta prazer em maltratar o outro de forma gratuita.

Allan cerra os punhos e ignora minha prima, graças a Deus, porque se ele respondesse as provocações dela, a briga não terminaria tão cedo.

Na Mira Da Bratva [Vol2: Anjos Sangrentos]Onde histórias criam vida. Descubra agora