Na Mira Da Bratva [Vol2: Anjos Sangrentos]

Capítulo Quarenta E Cinco

Sophie Cassano

Ainda processando a conversa intensa e dolorosa que tivemos, minha mente está uma tempestade de emoções enquanto sigo Mikhail em direção à mansão na pequena ilha. Cada passo parece um misto de alívio e apreensão, uma esperança de reconciliação misturada com o medo de mais desilusões. A verdade exposta por Mikhail foi um golpe duro, mas também uma oportunidade, uma chance para recomeçar.

A mansão à nossa frente é um refúgio do luxo simples, com janelas grandes e uma arquitetura elegante que parece quase um santuário isolado do mundo exterior. À medida que entramos, o ambiente acolhedor e calmo contrasta com a turbulência interna que estou sentindo. A mansão, com suas paredes claras e móveis sofisticados, parece um refúgio sereno, longe do caos e das pressões que enfrentamos no mundo lá fora.

Mikhail me guia para a cozinha, onde um lanche simples está preparado: frutas frescas, pães e queijos. É uma cena que deveria ser comum e tranquila, mas agora carrega um peso emocional muito mais profundo. Sinto um nó na garganta enquanto olho para os alimentos, pensando na nova realidade que estou tentando absorver.

— Sente-se — ele diz suavemente, puxando uma cadeira para mim. Seu tom é gentil, mas há uma tensão subjacente em seus movimentos. — Deixe-me servir você.

Sento-me e observo enquanto ele arruma os pratos com uma habilidade calma. O esforço dele para tornar o momento mais confortável é notável, e embora seja um gesto simples, tem um significado profundo para mim agora. Mikhail parece genuinamente preocupado com o meu bem-estar, o que me faz refletir sobre as complexidades do nosso relacionamento.

— Eu já sabia da gravidez — diz ele, quebrando o silêncio que pairava entre nós. — Apenas não sabia como lidar com isso na época, com todos os meus próprios medos e inseguranças. Eu deveria ter sido mais honesto com você desde o início, eu sube muito antes de você, na verdade eu desconfiei, eu não tinha uma certeza, mas dado ak esforço que eu fazia para engravidar você, eu já imaginava muito antes de você contar — Ele fala com tanta tranquilidade que por um momento, penso em matar ele.

Sua admissão me surpreende. Eu tinha esperado que ele não soubesse, que a revelação sobre a gravidez fosse mais um choque para ele, mas parece que ele estava ciente e, de alguma forma, isso alivia um pouco a carga. Aparentemente, ele estava mais envolvido do que eu imaginei, o que torna a situação ainda mais complexa.

— Não sei se é um consolo, mas eu estava tentando proteger você e a mim mesmo, sem realmente entender as consequências das minhas ações — ele continua, enquanto coloca uma fatia de pão e um pedaço de queijo no meu prato.

Pego uma fatia de fruta e a coloco na boca, mastigando lentamente, tentando processar as palavras e a realidade que elas representam. O momento é quase surreal, e minha mente continua a vagar entre o passado e o futuro. As palavras de Mikhail ainda ressoam, e eu luto para encontrar um equilíbrio entre o que sinto agora e o que sei que ainda precisa ser trabalhado.

— Você sabia sobre a gravidez desde o início? — pergunto, tentando entender o alcance do que ele já sabia. — Por que não me contou antes?

Ele hesita por um momento, como se estivesse ponderando a melhor maneira de responder.

— Eu estava com medo — admite, olhando para mim com um misto de arrependimento e sinceridade. — Medo do que a revelação poderia significar para nós, medo de como isso poderia mudar tudo. Na minha mente, eu estava tentando controlar a situação, mas na verdade, acabei causando mais dano do que benefício.

O peso das palavras de Mikhail me faz refletir sobre o quanto o medo e a insegurança podem distorcer as ações das pessoas. Eu também estava aterrorizada com a perspectiva de ser mãe e com o impacto disso em nossas vidas, mas parece que a falta de comunicação só aprofundou a nossa dor.