Capítulo XIX - Só mais um Clichê

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Essa Fanfic não me pertence, mas eu tenho total permissão para posta-la aqui. A verdadeira autora se encontra no Social Spirit, com o perfil chamado (Yumex). Os votos e comentários são totalmente dedicados a autora. :)
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A linha de visão entre eles permaneceu estática por longos minutos. O peito de Dean inflava incansável acometido pela realidade disposta diante de si. Ele estava lá, de pé, a mão ainda envolta da maçaneta da porta como se ela o mantivesse no lugar. Era uma noite fria de inverno e a despeito da baixa temperatura e roupas leves de dormir um forte calor escalava os ossos de Dean, esquentando as maçãs do rosto. A boca semiaberta emanava uma respiração descompassada e a expressão em seus olhos tinha apenas uma tradução:

Desejo.

Castiel correspondia à Dean da mesma maneira. Seus lábios entrecortados deixavam escapar um hálito espesso. A escuridão o envolvendo tornava sua pele emaranhada nos lençóis pálida, o fazendo ser um destaque no meio do quarto. As esferas azuis índigo cintilavam um brilho voluptuoso, sem abandonar o verde esmeralda dos olhos de Dean. As mãos do moreno seguravam o colchão tal como se pudesse cair. Ainda assim, Castiel permanecia centrado no mesmo ponto, afastando a crescente antecipação corroendo seus pulmões em busca de ar.

Um passo à frente e Dean começou a diminuir a distância, mas seus pés ainda iam vacilantes, a visão ficara turva ainda descrente de que iria... De que podia... Com Cas... Tomando a iniciativa, Castiel ergueu-se permitindo o lençol escorregar lentamente a cama ficando de pé. Agora percebiam melhor que ambos respiravam em rápidas ofegadas quase como se no ambiente não houvesse oxigênio suficiente.

A mandíbula do loiro estalou no típico movimento de incerteza. Braços apertados contra as laterais do tronco, bíceps tencionados e uma bateria constante, turbulenta,vibrando no peito. Dean abriu novamente a boca, contudo a voz não saía. Pensamentos demais prendendo as cordas vocais. A mente do loiro enchia-se com todo tipo de pergunta, um suor frio escapando da nuca.

Castiel não deixou de encará-lo. A intensidade azulada dos orbes se fixou em Dean tal como lançassem um feitiço sobre o caçador negando a ele o vacilo. E Dean obedecera a este comando silencioso. Os olhos do ex-anjo tinham o tamanho quase dobrado devido às sobrancelhas arqueadas, a testa enrugada em poucas linhas num aguardo faminto.

Dean engoliu seco e Castiel desceu a atenção dos olhos verdes ao pomo de adão fazendo seu caminho pelo pescoço do loiro Os lábios separaram-se ainda mais e noutro passo Cas entrava no pequeno espaço pessoal de Dean. As mãos do maior continuavam tensionadas nos flancos. Castiel levantou brevemente o pulso direito esticando os dedos na altura do cotovelo do caçador. A ponta macia das falanges tocou a cútis ouriçando os pelos de Dean do antebraço até sua espinha. Cas mantinha a atenção sobre o toque até levantar o queixo encontrando-se com as pupilas dilatadas de Dean, a boca quase seca devido a respiração arfada, e os globos verdes dançavam nas órbitas dum lado a outro observando Castiel e suas ações.

Olhares colados entre si, tal como muitas vezes já o fizeram, tal como antes se encaravam sem saber da vontade latente, esses longos momentos em que pareciam analisar a alma um do outro. Ao menos Dean sentia-se assim, completamente despido pelo olhar penetrante de Castiel, o jeito único dele de quebrar todas as suas defesas e trazer a superfície cada detalhe oculto de seu ser.

Não me deixe ir (Destiel)Onde histórias criam vida. Descubra agora