Capítulo XVII - Vidas Domésticas

6.3K 564 780
                                    

Essa Fanfic não me pertence, mas eu tenho total permissão para posta-la aqui. A verdadeira autora se encontra no Social Spirit, com o perfil chamado (Yumex). Os votos e comentários são totalmente dedicados a autora. :)
_________________________________

Castiel ajeitou-se no quarto depressa. Não careceu de muito, afinal nem tinha suas próprias roupas, ou qualquer outro tipo de... Coisa. Desde a visita à casa de Bobby ele apenas possuía aquele par de jeans velho, duas camisas e um casaco, uma ou duas boxers limpas e... Só. Não é como se o ex-anjo tivesse condições de conseguir um emprego atrás do outro, ao menos não um lícito, sem documentos. Se usasse o nome de Jimmy Novak - seu receptáculo - a polícia poderia o rastrear e sua vida daria uma revira volta absurda.

Perguntas, interrogatórios, reportagens. Nada bom. Ainda, Jimmy tinha uma família que acreditava em sua morte. Castiel não podia provocar esse tipo de tristeza a eles, sobretudo com seu conhecimento da magnitude dos sentimentos humanos.

Não, ele seria melhor que isso. Mas esse 'melhor' havia sido noites mal dormidas em carros juntos de mendigos, abrigos comunitários, e casas de estranhos como Aprill - nota mental, ele jamais aceitaria ajuda de estranhos outra vez.

Sendo assim seu quarto se constituída de escassíssimas coisas:

uma cômoda, onde ele empilhou alguns dos livros da biblioteca, cadernos e canetas, a cama, uma pequena mesinha de café junto com duas cadeiras. Paredes brancas sem nada pendurado ou que demonstrasse que aquele lugar pertencia a alguém. Muito dali lembrava o cômodo de Sam. Parecia com o quarto de um hotel, algo temporário, não uma casa. A verdade é que Castiel ainda sentia-se uma espécie de intruso no Bunker. A hospitalidade de Dean e Sam nos últimos dois dias desde a sua chegada diziam o contrário. Cas era um bom amigo, companheiro que os ajudou em inúmeros momentos e os dois irmãos sempre atestavam o quanto ele era importante, mesmo sendo humano, mesmo sem sua graça.

Contudo, faltava algo em Castiel.

Ele sentia-se um pouco perdido, sem um caminho, sem propósito. Sentia-se vazio. Como um humano haviam coisas a serem perseguidas, a razão de ser de cada um. Mortais ambicionam por algo, seja construir uma família, ou simplesmente ter um bom emprego, qualquer coisa valia a pena ser almejada, desde que o propósito existisse até ser alcançado, até uma nova meta ser erguida.

Entretanto, Cas jamais precisou preocupar-se com estes detalhes, pois um anjo devia obedecer às ordens do Senhor, cumprir sua missão e retornar ao céu. O que ele devia perseguir agora? Qual seria seu objetivo? Ficar com Dean? Não apenas isso, ele queria mais, ajudar mais, servir uma causa maior.

E qual era a única coisa que ele guardara desde a sua queda - além de seus sentimentos por Dean? O conhecimento de séculos, acumulado dentro de sua mente. Ainda conseguia lembrar-se de todas elas, mesmo que levasse mais tempo para evocar as memórias, mas lá estavam as línguas antigas, as imagens do passado de civilizações, e tudo o mais. Por isso, nestes últimos dois dias, Castiel enclausurou-se em seu quarto debruçado sobre os livros mais complexos da biblioteca, os analisando, traduzindo e estudando a fim de auxiliar a pesquisa de Kevin na tradução das tábuas.

E o profeta precisou admitir o avanço nesse curto espaço de tempo. Não, ele ainda não havia traduzido muito mais do que antes, porém pode descartar muitos erros bobos cometidos e isso sim valia muita coisa. Agora eles saberiam onde procurar ao invés de perambular por hipóteses.

Não me deixe ir (Destiel)Onde histórias criam vida. Descubra agora