Capítulo 3

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Eu sei que muita gente vai rir dessa música porque não é alguma canção em inglês falando de sofrência, mas essa foi uma das músicas que me inspirou o enredo dessa história e expressa numa língua que todo mundo entende como esses dois se sentem agora, neste momento da história.
Boa sofrência e bom Carnaval.

-O que foi isso?

-Eu sou o seu alfa. Tenho necessidades. É o mínimo que preciso.

-"Eu tenho necessidades". - debochou e revirou os olhos ao arrumar o terno. - Alfas. - Sasuke o encarou em desafio.

-Ai quer dizer que a princesa não tem necessidades de ômega?

-Eu não sou um animal.

-Ou achou quem satisfaça a fome.

-Talvez. - odeia quando ele lhe acusa de infidelidade. - Não é o que dizem? Se não tem em casa, procura na rua. - que ele pense e exploda de raiva, então, ao ver amantes invisíveis pelos cantos.

Sasuke nada disse. Voltou para o jardim e Naruto foi trabalhar com o ego limpo, mas passando vontade. Sua mente é forte, mas seu corpo ainda clama pelo que só aquele maldito alfa provocante pode lhe dar. O alfa, em casa depois de cuidar do jardim, esfregou seu pescoço ao terminar de limpar as pastas, os livros e o que mais tivesse para ser limpo no escritório. Mais um pouco e teria rasgado aquele terno.

Sente muita falta dele. E nessas horas, Sasuke tem que apelar para o seu plano de emergência. Uma “traição”. Foi até o seu quarto e ficou ali, ocupando-se daquele vazio, preenchendo precariamente com quase nada. Podia ser pior, pensava, eu poderia não tê-lo.

22 anos. Quem suporta 22 anos de uma relação assim? Poucos. Hoje em dia, ele dá aula para os mais novos sobre lidar com uniões assim dando conselhos opostos ao que vive diariamente - ame-os ou deixe-os, uma união não existe para satisfazer a si mesmo, se há filhos a prioridade será o bem deles, rodízio de vontades e diálogos definem uma relação e assim segue -, porque o que acontece dentro da sua casa não é da conta de ninguém. Não quer preocupar ninguém, na verdade, porque todos esperam o engrandecimento e o empoderamento de Naruto.

“Você é alfa, já nasceu no lucro. Não reclame, é a sua sina.” diz Shikamaru em defesa do melhor amigo. Shikamaru lhe odeia em tantos sentidos que dá para preencher uma lista telefônica. Não entende muito bem o motivo, mas perdeu o hábito de perguntar há muito tempo. Hoje em dia, evita estar com os amigos de Naruto para não ouvir moralismos idiotas.

Quem sou eu na fila do pão, Sasuke se pergunta pelo menos uma vez na semana. Repetiram tantas vezes que não deve reclamar porque é privilegiado que às vezes ele esquece de sua própria natureza. Hoje, a ocasião da pergunta é durante o seu momento de passar roupas. Naruto pode dizer o que quiser de si, menos que não é um esposo zeloso e que preza pelo seu bem estar diária e religiosamente. O direito de reclamação lhe foi negado no momento em que nasceu ou foi quando casou?

Todas as roupas estavam sem vincos, macias e perfumadas, também bem guardadas no closet, do jeito que Sasuke gosta e Naruto está acostumado, e o próximo cômodo era a cozinha, pois se aproximava da hora do almoço.

Naruto lhe avisou por mensagem que não virá para a refeição do meio-dia, com isso ele desistiu de cozinhar cedo. Foi terminar sua faxina. E quando acabou, já era duas da tarde e ele sentiu preguiça - um sentimento raro no corpo de Sasuke -, pediu uma comida qualquer que chegou 40 minutos depois e ficou na sala vendo documentários enquanto come. Depois de 20 anos, ele se acostumou a estar sozinho e a inventar atividades para ocupar seu tempo.

Olá Confusão, minha velha amigaOnde histórias criam vida. Descubra agora