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- Não respondo por mim! – Agarrando o meu braço.

- É sempre assim que trata as mulheres, a base da violência?

- Eu trato como eu quiser e tu, uma mera instrumentista, não podes-me dar ordens.

- Quando eu fizer queixa de quem queres que sejas, vais ser preso. – Riu-se na minha cara.

- Tu não sabes com quem estás a lidar, pois não?

- Quem queres que sejas, nunca serás superior a mim. Pessoas que se acham assim, são grandes egocêntricas.

- Ego...o quê?! Tem cuidado com o que dizes, porque eu sou...

- Espera aí! Estás ameaçar-me, é? Ainda por cima, assim vestido.

- São os melhores trajes do reino.

- Reino? Em que ano estamos?

- Em 1410, é claro.

- Não estamos em 2015?

- Tu estás mesmo podre de bêbeda, quem te deu acesso à adega?

- Afinal, quem és tu?

- Vais-me deixar falar desta vez? – Acenei que sim. – Eu sou Henry V de Monmouth, Lorde da Irlanda.

- Continuo sem saber quem és, sou sei que não estou no sítio e no tempo certo.

- Tu não dizes coisa com coisa.

- Especificamente, onde me situo?

- No Castelo de Monmouth, a sudeste do País de Gales.

- Eu devia estar em Liverpool.

- Onde isso fica? – Com ar muito curioso.

- A noroeste de Inglaterra.

- Eu já fui para esses lados e nunca fui a cidade com tal nome.

- Talvez tu a conheças por outro nome? – Disse com um sorriso amarelo e pensei naquilo tudo que tinha acabado de ouvir, Nem estava no mesmo país nem no mesmo ano, fiz as contas e tinha recuado 605 anos, como era possível, tinha viajado no tempo e espaço?

- Quando as senhoritas falam assim, normalmente são espiãs ou com esses trajes e a falar disparates, são bruxas.

- Posso garantir que não sou.

- Como? Deixe-me ver a sua mala!

- Não! É minha, não tem nada que mexer.

- Sabia que eu já podia a ter mandado para a masmorra por desrespeitar um...

- Um...o quê?! Idiota! Se for isso, então acertaste em cheio.

- Como me ousas chamar de idiota ou Adam, o quer que isso seja! Estou a perder a paciência! – Aproximando-se de mim, outra vez.

- Não há nada que te interesse.

- Se não há, então não faz mal eu ver. – Encurralou-me, deu mais um passo, eu sentei-me na cama.

- Não! Tu não mandas em mim.

- Ah, eu já percebi com essa linguagem, essa roupa como dizes, mostrando o teu corpo, tu és uma prostituta e muito inconsciente, para me desafiares. – Agarra-me nos pulsos, deitando-me na cama.

- Eu não sou uma Prostituta! Não sou! Largue-me! – Remexendo-me.

- Foram os rapazes que fizeram isto? Que te mandaram aqui? Bem, eles sabem que eu gosto de algo diferente e que dê luta.

- Quais rapazes? Eu não sou prostituta! Por favor, deixe-me ir. – Ele chegou bem perto da minha cara, senti a respiração dele, olhou-me nos olhos, devia estar a ver o meu desespero na minha alma.

- Dou-te uma última oportunidade, o que dou a poucas pessoas. Quem és tu?

- Já disse sou Isabella Thompson e sou uma guitarrista.

- Eu não sei se acredito. É uma pena desperdiçar isto. – Olhando para o meu corpo, passando a mão na minha barriga, subindo por baixo do top, o que me fez lembrar de algo.

- Então queres mesmo isto, não é? – Seduzindo-o.

- Já que interrompeste uma das minhas doses diárias.

- Vem cá. – Chamando para se aproximar da minha cara, ele ia para me beijar, quando os nossos lábios se tocam, damos choques e então, dou-lhe uma joelhada, com força, no meu das pernas, ele caí para o lado, com as mãos no sítio onde o atingi, eu salto da cama, pego no meu isqueiro e numa das latas de tinta.

- O que estás a fazer?!

- É assim, fazes mais alguma coisa e eu queimo-te. – Acendo o isqueiro a frente da lata que faço disparar tinta, que faz uma chama de fogo, para demonstrar.

- Tu és mesmo uma bruxa, falas de coisas do futuro e agora fazes fogo assim, do nada. – Muito admirado e com um pouco de dor, naquele sítio, nunca falha, se deres com força suficiente.

- E se for?

- Também vês o futuro?

- Talvez.

- É claro que pelos vistos, estou a ver que não te importas de me queimar vivo aqui e agora, por isso vou fazer um acordo.

- Estou a ouvir.

- É assim, podes ficar aqui, eu ajudo-te, mas se trabalhares para mim.

- Porque haveria de trabalhar para ti, prefiro que seja para o diabo, só se tu o fores?

- Não profanes o meu nome. Além disso, só conseguirás voltar para de onde vistes com a minha ajuda.

- Hum, não posso pensar?

- Convém que seja agora, senhorita. – Fez um sorriso arrogante.

- Então que seja, mas quero isso por escrito, que prometas tudo o que disseste.

605 Years Before or AfterOnde histórias criam vida. Descubra agora