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De olhos castanhos, cor de lama como a que estava a volta dos nossos pés, postos em mim, e eu ainda a recuperar fôlego, ele já tinha limpo as mãos, eu aproximei-me dele, puxando o meu decote mais para baixo, para evidenciar o meu peito, quase lhe saltou os olhos para de mim:

- Tu costumas fazer isto muitas vezes? Com os teus dedos? – Seduzindo, voltando para a minha missão e também por estar de facto interessada.

- Normalmente, só quando acho que a pessoa vale a pena.

- Hum, onde aprendeste a fazer?

- Foi uma senhorita francesa com muita prática no assunto. – Disse convencido das suas capacidades.

- Oh lá lá, portaste muito bem.

- Ela também costumava dizer isso. Tu pareces que nunca tinhas feito?

- E não tinha, por isso é que me surpreendeste, eu gosto de pessoas que o façam.

- Tu és francesa? Não tens cara disso.

- E não, sou inglesa, nascida e criada. – Conformo falo, com uma das mãos, tento chegar ao seu punhal, tiro devagar, enquanto outra mão distrai-o, passeando pelo seu peito, quando já o tenho na mão, aponto-lhe com o punhal a garganta, ele tenta chegar a espada no seu cinto, mas eu também já o tinha, eu tenho as mãos muito rápidas, dava para ser carteirista.

- Sabes eu não sou assim tão estúpido, bem me parecia que estavas a preparar alguma.

- No entanto, estás aqui indefeso.

- Pois, porque quis acreditar no que dizias. Além disso, quem disse que para me defender preciso de armas? – De repente dá-me a volta, ficando por detrás de mim e desarma-me, pondo o punhal encostado ao meu pescoço, e dizia eu que tinha as mãos rápidas, ele é que tem movimentos velozes.

- Ok, ok, rendo-me. – Pondo os braços para cima. Puxa-me contra seu corpo.

- O que eu te disse. Sabes, eu ainda tenho o meu corpo. – Sussurrando ao meu ouvido.

- Já percebi. Agora podemos ir? – Tirando as suas mãos de mim.

Agarro na minha mochila, acabo a minha missão sem sucesso, também contra um matulão como o Douglas, e retomamos o nosso caminho, andamos a passo acelerado para apanharmos o Henry, chegamos ao pé dele e diz:

- Finalmente Douglas, estava a ver que ela tinha dado a volta e fugido.

- Ela nunca conseguiria, senhor. – Piscou-me o olho. – Temos de fazer aquilo mais vezes, Iza. – Com um tom de voz baixo para o Príncipe não ouvir.

- Nem nos teus sonhos! – Irritada por ele me ter dado a volta e não ao contrário.

- Não me parece ter sido um sonho. Queres que eu te leve?

- Não, idiota!

- Idiota?

- Está descansado que ela trata toda a gente assim, Douglas. – Disse Henry. – Agora estejam calados, já estou farto da vossa conversa.

- Sim, senhor.

- Ele é que insiste em falar comigo.

- Iza, o Douglas só está a ser simpático e tu é que és irritante.

- Eu?! Vocês é que são uma cambada de chatos! – Já farta daquilo tudo, querendo mandar tudo passear, lembrei-me outra vez, das saudades que tenho de casa e principalmente de um rapaz de jeito, do Adam.

- Desculpem a minha ignorância, mas o que é uma cambada de chatos, senhor?

- Douglas, perguntas-me a mim? Como queres que eu saibas?

- Desculpe, pensei que soubesse.

- As saudades que tenho de falar com alguém que perceba o que eu diga, mesmo que seja um insulto. – Disse para mim mesma.

Depois deste momento maravilhosamente, irritante, continuamos a andar, durante mais umas horas, já devia ter feridas nos pés, até que o Príncipe Henry, parou e nos fez travar de repente, já que eu como estava muito cansada, ia a olhar para o chão, sem dar atenção a nada, simplesmente a ver a natureza por debaixo de mim, que fez o soldado perguntar:

- Vossa Alteza, o que se passa?

- Acho que chegamos.

Parei ao lado do Douglas e vi um castelo muito maisimponente, também em pedra, mas estava mais bem trabalhado, notava-se devia termais riqueza arquitetónica por dentro e luxo, já que é o palácio principal, ouseja do Rei de Inglaterra, só espero que seja menos irritante que estes dois enão me atrapalhe nem atrase a minha viagem de volta a casa, como muita gentediz "a esperança é a última a morrer", sortudas são as mulheres com esse nome,devem ser imortais, já estou a divagar, e eu sei que não é verdade, mas não fazmal nenhum, poder sonhar.

605 Years Before or AfterOnde histórias criam vida. Descubra agora