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Quando abri os olhos depois do que tinha experienciado, no qual não desejo a ninguém, vi tudo muito confuso, pois estava a ver o chão, como se tivesse com a cabeça para baixo, pois era como se tivesse a ser carregada no ombro de um homem, sentia uma mão no meu rabo para me segurar ou simplesmente por estar a gostar da sensação, eu ainda estava meia zonza, levantei a cabeça e vi a nuca de quem me carregava e não era o Henry, pois era moreno e não ruivo, quem seria e o que deveria ter-me acontecido para estar assim. Como tinha os braços abalançar no ar, como se tivessem sem vida, recuperei controlos sobre eles, assim com um deles, dando um murro com toda a força, na parte de trás do joelho, ou seja, na articulação da perna, fazendo-o desequilibrar-se, deitando-me no chão, levanto-me e arranco da outra mão, a minha mochila que ele trazia, corro, mas sou logo agarrada pelo pulso, pois era o tal homem, quando desatei a fugir, nem me dei ao trabalho de ver quem era, pelos vistos não se ia abaixo por muito tempo, porque conseguiu-me alcançar logo depois do meu murro, ainda dou um esticão, mas ele puxa-me contra o seu corpo, ficando de costas para ele, estava apertar-me tão forte, que pensei que me fosse dar alguma coisa, devia estar a certificar-se que eu não fugi dele, outra vez, até que ouço uma voz:

- O que se passa aqui? – Henry apareceu com a sua espada em punho, toda ensanguentada.

- Vossa Majestade, ainda bem, que chegou diga ao seu soldado para me largar imediatamente! – Tentei berrar e libertar-me das suas mãos. – Largue-me! Está a magoar-me, não vê?!

- Douglas, larga-a!

- Mas ela estava a tentar fugir.

- Está descansado, que já não vai mais acontecer, não é, Iza? – Passando por mim, assim que o outro me largou.

- Sim, Vossa Alteza. – Virei-me e então é que vi que era o tal amigo e braço direito do Henry. - Idiota! Tenho pena da mulher que tens ou que terás. – Digo, escupindo com ódio.

- Vamos que ainda temos um longo caminho pela frente. – Corri um pouco para alcançar o Príncipe que ia todo acelerado.

- Henry, então mas e a carruagem, quando é que nós chegaremos a minha terra, assim nunca mais lá chegamos. – Disse mais baixo para o outro não ouvir, que provavelmente iria de qualquer das maneiras.

- É Vossa Majestade ou Alteza, Iza. Não há outra hipótese, já que fizeram uma emboscada, ficamos sem a carruagem e sem os meus soldados, tirando o Douglas, que devias agradecer, pois ele te carregou durante um dia, no seu ombro.

- Eu estive apagada durante um dia?! Como vamos fazer, não temos comida e só tens o teu querido segurança.

- Por causa disso, temos de fazer um pequeno desvio e ir para o Palácio Real, para arranjar mantimentos, descansar e arranjar transporte.

- O quê?! Estás doido?! Nunca mais chego a casa assim! – Elevei mais a voz do que devia.

- Vossa Majestade, quer que eu...?

- Não, Douglas, está tudo bem. E tu tem cuidado com a língua, não te esqueças que não podes tratar como bem te apetece.

- Ok, desculpa. Ainda falta muito?

- Talvez um dia ou dois. A sorte é que não estávamos muito longe do palácio.

Fiquei tão sem saber o que fazer, agora ainda falta mais dias para regressar ao meu querido século 21, onde não aparece bandidos no meio da estrada a disparar flechas e a decapitar as cabeças dos outros, devido a notícia, desacelerei um pouco o passo, ficando mais para trás, ao pé do tal soldado Douglas, só de pensar que fiquei um dia inconsciente em cima do seu ombro e ele com a sua mão, que andou sei lá onde, no meu rabo, de repente mete conversa comigo:

- Desculpa ter-te agarrado assim, mas era meu dever. E normalmente, faço o que mandam, sabes?

- Não sei, porque se for sinónimo de magoares-me, em vez de conversares como uma pessoa normal. Além disso, eu não te conheço de lado nenhum.

- Já nos vimos no quarto de Vossa Alteza. – Diz com um sorriso de tarado por pensar que sou uma prostituta.

- Ah pois, tu és aquele que me chamou de "égua por domar".

- Desculpa, é que não são todas que ficam tantas noites no quarto dele, normalmente só ficam uma noite, acho que ele gosta de variar e tu não aceitas ordens.

- Não sei se ele vai gostar muito de estares a falar assim dele.

- Ele até se gaba disso, para dar exemplo.

- A sério?! Só vocês. Isso é tão primitivo. – Só que a verdade, é que até no meu tempo o continuam a fazer.

- Olha, tu até que és boa a te defenderes. Eu vi-te com o inimigo, como lhe pegaste fogo? E ainda agora, o golpe que me deste, onde aprendeste?

- Isso não te interessa, eu tenho os meus segredos. – Gabei-me e aumentei o passo, porque estava farta da conversa.

605 Years Before or AfterOnde histórias criam vida. Descubra agora