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- Então, já te estás aproveitar da minha banheira? – Abro os olhos com susto, levantei-me logo e pus uma toalha de seguida a tapar o meu corpo daquele tarado.

- Afinal isto é real, eu com a esperança de estar a ter um pesadelo.

- Essa água era para mim, sabias? – Saio da banheira.

- Não devias estar numa festa qualquer?

- Sim, mas ainda falta um pouco e fui à procura daquilo. – Apontando para a cama, onde estava um vestido que parecia ser de empregada, porque não parecia ser elegante, nem nada, então reparo que na outra mão, ele tinha o meu sutiã.

- Tarado! Larga as minhas coisas!

- Ia para perguntar o que era isto.

- Larga! Faz parte do meu traje interior! – Arrancando da mão dele.

- Não vejo o problema, tu é que espalhaste as tuas coisas no meu quarto.

Estava a sair da casa de banho medieval e indo para o meu quarto, enrolada na toalha, para ver a roupa que me trouxesse, só que ele puxa-me por um pulso, tapa-me a boca com a outra mão, fecha a porta, encostando-me contra ele, de costas, quase me caiu a toalha, mas segurei-a antes que visse alguma coisa, não lhe ia dar esse gostinho, ao ter um deslumbre do meu corpo, ainda esperneei e lhe bati com a mão, mas ele olhou para mim, pondo o dedo indicador nos lábios, para me calar, tinha-se ouvido a porta abrir e vozes, mas logo a seguir, eles saíram e fecharam a porta, pelos vistos, por não terem visto ninguém, eu mordo-lhe a mão e ele me solta:

- Tu és doida! Para quê, que foi isso? – Olha para mim, chateado, conhecia-o há pouco tempo, mas já me tinha habituado aquele rosto, que ao contrário do Adam, que costumava ser mais alegre e sorridente.

- É só para saberes que para a próxima, não voltes a fazer isso. – Segurando melhor na toalha, vou para o quarto, ele segue-me.

- Tu chamas-me de tudo, sem ser do meu nome ou por Vossa Majestade, porquê?

- Chamo-te por aquilo que és.

- Então o que é tarado, idiota e Adam?

- Tarado tem a ver com queres sexo, idiota é quando és parvo com alguém e Adam é o nome do meu melhor amigo que tem a cara igual à tua.

- Ninguém pode ser igual a mim.

- Claro, mas fisicamente é. – Peguei na roupa que ele trouxesse.

- Bem, foi o que eu arranjei, para que possas comer e para minha bruxa não morrer já.

- Eu nem vou vestir isto nem morta, nem embalsamada e nem mumificada.

- São trajes de empregada, assim passas por uma. Não querias sair daqui? Agora podes.

- És capaz de teres razão e se alguém perguntar. O que digo?

- O teu nome, que és minha empregada e como a festa é grande, eu te emprestei para servires a comida.

- O que eu não percebo, é que por arriscas tanto, só para teres a tua bruxa pessoal?

- Porque se o meu irmão souber, diz ao povo que eu só acredito nestas tolices, difamando-me à frente do meu futuro reino.

- Hum, está bem, agora posso-me vestir, Vossa Majestade?

- Sim, eu vou tomar e mudar de roupa.

- É bom que não entres aqui, enquanto me visto.

- Oh, eu que estava a pensar que ia já te arrancar a toalha e deitar na minha cama, Lady Iza. – Rindo-se.

- Pensei que os futuros reis deviam ser impiedosos e não engraçados. – Ele tosse, recompondo-se, tira roupa do armário, indo para casa de banho.

Fecho a porta do quarto à chave, tiro a toalha, tendo perceber primeiro como a roupa desta época funciona e tentar vesti-la como deve ser, fazia parte, pôr um espartilho, mas tinha-se de puxar por trás e dar-se nós, mas não conseguia ver, tive que esperar pelo Henry, enquanto meti a minha roupa na mochila, e revi o que tinha lá dentro, o que tinha trazido comigo nesta, suposta, viagem inesperada e voltei a pensar, se alguém sentia a minha falta, pelo menos, o Adam devia sentir, já se tinha passado uns dez minutos, levantei-me da cama sedosa, a porta da casa de banho não estava trancada, por isso entrei.

605 Years Before or AfterOnde histórias criam vida. Descubra agora