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Desde da chegada de mais um membro real, ou seja, da Princesa Catherine de Valois, já tinha passado duas semanas e no final de contas, com o tempo que tinha passado ao seu lado, fez-me perceber que era realmente uma pessoa gentil, fazia de tudo para me sentir integrada no ambiente da corte, pois tive que aprender muito sobre etiqueta e outras coisas, para que fosse ajustada e tivesse a altura da alta sociedade, nos meus pensamentos, farto de me rir às gargalhadas, porque se os meus amigos da minha banda me vissem agora, iam se juntar a mim e caiam todos a rir, até o Hugh que é tão sério e quase não fala. Ser dama de companhia, apesar de ser o meu trabalho, estava a divertir-me bastante, acho que a Princesa faz o mesmo, quando me vê, já que eu não nem parecida as raparigas desta época, ela acha-me muito interessante, além disso sou o motivo de muitas conversas e risadas na corte, talvez devido as minhas maneiras, acho que todos tornaram-se mais alegres e simpáticos quando me juntei a corte mais aborrecida do mundo, mas acho que seja natural que eu dê uma nova cor, porque eu tenho um ponto de vista e uma experiência de vida diferente de todos os outros, tirando o Douglas que cada vez mais me compreende e faz sentir que fiz muito bem em lhe contar o meu segredo, porque assim sempre terei alguém ao meu lado, além disso ele tem apreendido muito comigo, além de ser dama de companhia, também sou uma excelente professora a explicar tudo da minha época, pelo menos acho eu, também não ninguém para me corrigir, o que me faz lembrar outra vez dos meus amigos e do meu pai, gostaria de poder dizer-lhes alguma coisa, enfim tento não pensar nisso, porque fico muito depressiva, mas o meu remédio para isso, são os beijos fofos, doces e cada vez mais quentes do Douglas, ele surpreende-me todos os dias, até já me acompanha as festas e bailes da corte, o que me deixa feliz, não gosto de estar longe dele e tem me andado a ensinar a andar a cavalo. Além de Edith aprovar o meu "namoro" com ele, a Princesa diz que fazemos um casal muito belo, que me faz ficar com um sorriso parvo no rosto, e fala que os nossos bebés vão ser muitos fofinhos, fui eu que lhe ensinei, ela queria dizer queridos, mas gostou mais da minha palavra. E tenho tentado não faltar com minha promessa com Edith, tenho ido visita-la quase todos os dias, às vezes, nas festas, enquanto ela trabalha, eu ando atrás dela a falar, ela disse que não era preciso tanto já que eu agora sou uma dama de companhia, não me devia dar tanto com os empregados, mas não me importo com isso, ela é a primeira melhor amiga verdadeira que faço há muito tempo, por isso não a vou largar. Quanto ao idiota do Príncipe Henry, continua o mesmo estúpido de sempre, nem a presença da Princesa o muda, quer dizer só o faz disfarçar um pouco o seu jeito, mas continua a perseguir-me, no entanto o Douglas ou a Edith ou a Princesa aparecem e ele não consegue dizer nada, além disso também me olha nos bailes de alto a baixo, como se me comesse, o que me faz arrepender daquela noite no quarto dele, e lembrar-me de como fui parva por ter sentido algo por ele no outro castelo, deve ter sido só por ser igual ao Adam, confundiu o meu raciocínio lógico, não sei o que fazer, porque o Henry parece ter uma obsessão comigo, ele tem uma gama de prostitutas ou amantes ao seu dispor, e ainda vai casar, qual será o problema dele? Ficou bloqueado em mim ou quê? Só por saber que sou do futuro fez com que ficasse vidrado na minha pessoa?

Não faço ideia, assim como o milhão de perguntas que ainda tenho por estar presa neste tempo, apesar de já me estar habituada, nunca me vou esquecer que não pertenço aqui, só precisava de respostas, mas acho que nem isso eu vou ter, por isso tenho de acreditar que esteja destinada a ficar aqui, e com Douglas, não me importo nada, é verdade agora acredito em destino.

Só que numa noite, deitada juntinha ao Douglas, que parece mais o meu cobertor, que veio uma surpresa inesperada:

- Iza, estás a dormir?

- Agora que perguntaste, não, porquê? – Viro a cara, de modo a olhar para o rosto dele.

- Para falar contigo. – Parecia ser séria a conversa.

- Sobre o quê? – Perguntei curiosa.

- Tu sentes saudades da tua casa e da tua época, não é?

- Claro que sim, porquê que perguntas?

- Porque eu tenho estado a pensar e é melhor fazermos a tal viagem que tu querias em primeiro lugar quando chegamos aqui...

- A sério?

- Porque não, eu sei que tu não te sentes completa aqui e que preferias estar em 2015. – Diz olhando para baixo, triste.

- Sim é verdade, mas se não fosse isto, não teria conhecido.

- Pois, mas estás aqui porque não tens outra opção, se tivesses se calhar já não estarias cá.

- Douglas... - Digo triste por ele achar isso.

- Não! Eu quero-te dar essa opção, já que o Henry não te a deu.

- Tu vens comigo? – Digo surpreendida comigo mesma.

- Na viagem, claro que vou, se não for, nem sei o que te pode acontecer.

- Eu sei isso, estou a falar se eu voltar para o meu tempo.

- Ah... Sim... Claro que sim! Não há nenhum motivo que me prenda aqui e eu vou contigo para onde tu fores. – Diz-me nos olhos.

- A sério?!

- Então eu falo a brincar, queres ver. – Diz com um sorriso.

- Douglas, eu amo-te! – Digo sem saber, agarrando-me ao seu pescoço e abraçando-o.

- A sério?!

- Não, estou a brincar. – Imitando-o.

- Tu só tinhas-me dito que me adoravas, mas eu vou mas é calar. Eu também te amo. – Diz beijando-me com os seus lábios quentes.

- Só por ter-te encontrado já valeu esta viagem no tempo.

- Olha mas não podes falar disto a ninguém, principalmente ao Henry, se souber não nos vai deixar ir. Bem sendo assim vou preparar tudo, quando tiver eu te aviso, está bem?

- Está mais que bem, está perfeito. Tu és perfeito para mim, sabias disso?

- E tu és para mim. – Fala, beijando-me em seguida,nunca me senti tão bem entregue a alguém, sem ser a mim própria.

605 Years Before or AfterOnde histórias criam vida. Descubra agora