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Quando chegamos ao Palácio, reparei que o Henry nos levava por outro lado, porque tinha-nos desviado das portas principais, não percebi a causa disso ele não é todo poderoso, o Príncipe de Inglaterra e Lorde da Irlanda, então qual era a razão de estarmos a ir para a porta que parecia ser a dos empregados, quando entramos, o Douglas fingindo ser cavalheiro deixou-me ir na frente, as empregadas, era impressão minha ou estavam todas cheias de risinhos e coradas conforme passávamos, mas era por minha causa de certeza, relembrava-me a época do secundário, onde passavam os rapazes populares, elas desmaiavam, pronto estas não chegavam a esse ponto, mas não faltava muito para isso, eles até não sei feios, no entanto não é razão de ficarem assim, também quem sou eu para falar se já tinha beijado o Henry e o Douglas tinha feito contacto íntimo comigo, aliás todos fizeram vénias, claro o futuro Rei de Inglaterra ia a minha frente, ao estar a pensar nisto, mas já tínhamos percorrido um longo caminho pelo palácio, pelo menos na parte mais pobre, onde os empregados desempenhavam as suas funções, estávamos nos bastidores por assim se dizer, até que o irritante que vinha atrás de mim puxa-me e viro-me para ele:

- O que pensas que estás a fazer?!

- Tu não podes passar aí. Vossa Majestade foi falar com a sua família para comunicar a sua chegada e a estadia de pouca duração. Ele já vem falar connosco.

- Entretanto ficamos aqui especados?

- Não, temos de nos limpar e vou-te levar a Edith para te orientar, ou seja, dar-te algo para fazer.

- Ah, afinal tomas banho. – Ri-me no gozo. – Mas não vamos partir já hoje?

- Que piada, sabias que davas para bobo da corte. Como tu disseste na viagem para cá, temos de descansar.

Ele volta a puxar-me, não sei o que estas pessoas têm, que gostam tanto de puxarem umas às outras, percorremos vários corredores, onde por fim chegamos à cozinha, pelo menos parecia, o Douglas chega ao pé de uma rapariga loira e nova, mas mais velha do que eu e diz-lhe:

- Olá, olha, nós temos de nos ir lavar, onde podemos faze-lo?

- Ah, claro, eu indico-vos o caminho e olá. – Tinha uma voz doce.

- Iza, esta é Edith Kermens. – Ela faz um leve sorriso de cortesia.

- Olá, sou a Iza Thompson. Espera aí, tu és a irmã do Calvin? – De repente, veio a cabeça como um flash de memórias, a morte dele nos meus braços, que fez com que as lágrimas viessem-me aos olhos.

- Sim sou. Pois é, vocês vieram do Castelo. Como ele está?

- Ah...Ele m...mor... - Parecia ter ficado gaga, tinha-me esquecido de como dizer a palavra "morreu", o Douglas deu-me a sua mão, entrelaçando os dedos nos meus, os mesmos que me tocaram de maneira íntima.

- Iza quis dizer que ele vinha connosco na carruagem, nós fomos abordados e ele morreu defendendo Sua Majestade, sinto muito. – Ela desaba em lágrimas nos braços do Douglas que larga a minha mão, reconfortando a rapariga de quem o irmão morreu nos meus braços.

- Edith, sinto muito, o que conhecia do teu irmão, ele não merecia aquilo, era um bom rapaz.

- Obrigado, eu sei, ele mais que um irmão, era um filho para mim, eu cuidei dele até ir para o Castelo. – Largou o Douglas e enxugou as lágrimas no avental. – Ele morreu em paz?

- Penso que sim, pelo menos sorriu no último momento.

- Ainda bem, não desejaria de outra maneira. Bem vou-vos levar para se limpar. – Começou a andar e seguimo-la, ela ficou séria, mas parecia que ela não ia derramar mais lágrimas do que foi necessário, aqui tudo era diferente, até a forma como encaram a morte, quer dizer tudo, menos a taradice dos homens, quando chegamos a divisão onde tinha um recipiente de madeira com água dentro, parecido ao de Henry, mas tinha ar de ter sido bem mais usado e era maior, a Edith trazia roupa para eu trocar mais uma vez não podia usar as minhas, agarrei nelas e trazia também para Douglas e foi-se embora, fechando a porta, deixando-me com ele:

- Do que estás a espera? Vai-te embora! – Empurrando para a saída.

- O que pensas que estás a fazer?! Tenho de tomar banho.

- Então eu tenho de ir embora?

- Não. Espera aí, estás a espera de ficar sozinha? – Ri-se como se eu tivesse contado uma piada.

- Sim, porque te ris?

- Não está óbvio, tu não és ninguém da corte para teres casa de banho privada. Por isso tens a mim a fazer-te companhia.

- Não pode estar a acontecer, tirem-me daqui.

- O que se passa? Tens medo de não me resistir?

- Claro que não, só queria privacidade.

- A vida é assim para quem não nasceu em berço de ouro. Tens de contentar comigo aqui. – Começou-se a despir a minha frente, qual era a de todos se despir a frente de todos, virei-me logo para não olhar.

- Não podias avisar?!

- Qual é o problema, nunca viste? E até parece que não estás desejosa de ver. Bem, não queres ajuda com o espartilho?

- Porque é que não tomas tu primeiro e depois vou eu, mas sem ninguém ver o outro nu, ok?

- Porque temos de nos despachar, nunca tomaste banho com ninguém?

- Já, mas conhecia a pessoa.

- Sabes para aquilo que fizemos na floresta, já me conheces. Eu não sou daqueles que vai-te obrigar a algo que não queiras, está bem?

- Ok, então ajuda-me com o espartilho. – Ele veio até mim, eu continuava de costas e tirou os fios que prendiam e me apertavam com cuidado e foi delicado ao tirar.

– Bolas, quem te apertou isto, deves sufocar aídentro. – Ri-me, porque era exatamente como me sentia. Tirei o resto, fechei osolhos, acho que ele já estava nu, deu-me a mão e guiou-me até recipiente, ondeouviu-o a sentar-se e a puxar para lá, onde caí para dentro de água, senti omaterial dele, não era pequeno, encostado ao meu rabo, ele começou-se a rir,apesar de eu não ter acho graça, sentei-me direita. – Posso lavar-te as costas?– O pior de tudo é que eu disse que sim e comecei a lavar-me, enquanto ele,suavemente passava as mãos nas minhas costas, de cima a baixo, causando me umarrepio, no entanto fez-me esquecer de tudo o que me preocupava.

605 Years Before or AfterOnde histórias criam vida. Descubra agora