Lá estava eu a trabalhar, simplesmente em troca de comida, sem dinheiro, num salão ainda maior do que no Castelo, eu estava a pôr as bandejas cheias e de variados alimentos, a Edith tinha-me posto fazer aquilo, para onde fosse acabava sempre com empregada de mesa, o Douglas depois do banho, que no qual não aconteceu nada, mas confesso que soube bem, tinha sido chamado por Vossa Majestade, quando pensei nisso, ouvi uma voz:
- Iza. – Viro-me e automaticamente, faço a vénia.
- Vossa Majestade.
- Está tudo bem?
- Não, não está, quero saber quando é que vou para casa?
- Peço desculpa pelo que aconteceu, mas só daqui a um ou dois.
- O quê?! Enquanto isso faço o quê?
- O que estás a fazer agora, serves o palácio. E como não estamos no outro Castelo, ficas com o Douglas durante a noite, não há espaço nos quartos dos empregados. E continuas a ser a minha empregada pessoal, sempre que te chamar, tens de ir ter comigo, tirando a parte de seres a minha bruxa, ninguém pode saber, ouviste? – Diz em tom autoritário, mas baixo para não ouvirem.
- Sim, Vossa Majestade. – Ali não podia discutir, se não iriam achar estranho, por eu ser uma simples empregada e fiquei a pensar onde iria dormir, ainda por cima com o Douglas, com quem já tinha tomado banho.
Ele foi-se embora, mas voltou mais tarde, juntamente com a sua mãe e o seu irmão, quem parecia desprezar muito ou até mesmo odiar, não se parece com o irmão, este tem cabelo preto, no entanto são ambos magros, mais pessoas iam chegando, o Douglas ficou atrás do Henry, de pé, pois ele é braço direito/segurança, que piscou o olho quando viu que eu olhava para ele, quando fui servir o vinho a Vossa Majestade, o Douglas sussurrou-me ao ouvido:
- Estou a ver que gostaste do banho que tomamos juntos, já que vais dormir comigo. – Olhei furiosa e ele apenas sorriu.
Fui até a mesa onde estava a comida para levar, para distribuir pelas outras mesas, quando a Edith chega com sorriso apesar de ter recebido a notícia, há umas horas atrás, que o seu irmão morreu, ainda por cima nos meus braços:
- Olá outra vez, ouvi dizer que tu e o Douglas vão dormir juntos. Desculpa se me estou intrometer, é que já que conhecias e falavas com o meu irmão, e pareces ser diferente das outras empregadas.
- Olá, eu sou diferente, além disso eu só vou dormir, não vou fazer mais nada com ele.
- Ah é que uma empregada disse que vocês tomar banho juntos.
- Não era suposto?
- Que eu saiba não, era para um de vocês esperar pelo outro e ia um de cada vez.
- Idiota! Ele enganou-me, pensei que aqui fosse diferente.
- Assim já sabes da próxima vez, mas olha, o Douglas é um bom partido, é simpático, generoso e tem um ótimo cargo, se fosse a ti ia em frente.
- Eu não quero isso agora, além do mais ele é irritante.
- Tu podes não querer, mas parece que ele quer. Confessa lá, é um dos homens mais irresistíveis daqui, ele e o Príncipe.
- Visto assim, até que são.
- Então aproveita enquanto ele está interessado. – Diz com um sorriso doce.
- Logo se vê e tu estás interessada ou tens alguém interessado em ti?
- Eu? Claro que não, já olhaste bem para mim.
- Edith, tu és linda, só tens de te arranjar um pouco mais.
- Da maneira como falas até pareces um deles, deve ser por isso que pareces diferente das outras. Bem, temos de voltar a trabalhar.
Depois do jantar, fui com a Edith para cozinha, comer o sobrou, até que apareceu o Douglas à minha procura, seguiu pelos corredores, fomos dar a um que parecia o meio-termo, nem muito pobre nem muito rico, andamos até à última porta, não falamos, ele só olhava para mim, para garantir que eu o seguia, quando abriu a porta, insistiu que eu entrasse primeiro, apesar de ser parvo maior parte do tempo, ele até era cavalheiro, quem costuma dizer que isso só existia antigamente, acho que tem razão, reparei que era simples, mas como ele era o braço direito do futuro Rei de Inglaterra, tinha de ter mais do que os outros pobres empregados que serviam o palácio, pude observar que tinha uma cama individual, que estava a pôr um problema na cabeça, como iriamos dormir, vi também que não tinha tapetes, tinha um armário de madeira, uma mesa onde ele pousou o seu cinto, com as armas dele, tinha uma mesa-de-cabeceira com uma vela já meio gasta, tinha duas janelas, já que o quarto era no final do corredor, devia ser alguma esquina do castelo, se calhar era por isso que estava muito mais fresco, de repente o Douglas interrompe os meus pensamentos:
- Podes-te mexer. E é melhor, preparaste para dormir.
- Olha lá, onde vou dormir?
- Na cama.
- E eu?
- O mesmo, porquê?
- É que é pequena para os dois.
- Também o quarto é frio por isso ao dormirmos juntos, iremos aquecer-nos um ao outro, não achas?
- Pensas que eu não sei o que tu queres?!
- Bem, faz como tu quiseres, eu vou dormir na cama.
- Então, vira-te para eu puder despir-me.
- Ok, não queres ajuda com o espartilho?
- Está bem. – Viro-me e ele tira devagar os nós dos fios que prendiam o espartilho.
- Quem apertou assim tanto isto? Como consegues respirar?
- O teu querido Príncipe e isso queria eu saber como.– Pelo menos partilhávamos opiniões parecidas.
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605 Years Before or After
RomanceIsabella (Iza) Thompson, 18 anos, mora em Liverpool e no ano de 2015, vive a vida nos extremos, devido ao seus vícios e o seu lema é, basicamente, “Sex, Drugs and Rock’n’Roll”, faz parte de uma banda “NiceHard”, é guitarrista e compositora, diz ser...