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- Quem disse que não gosto, pode ser, simplesmente como eu trato as pessoas.

- Iza, obrigado, sempre que precisares de alguma coisa, é só dizeres, porque agora tu és minha prioridade, tu salvaste-me da morte.

- Tem calma, eu só não quis que morresses, não mereces.

- Isso já foi muito, o que fizeste por mim. – Levantou-se mais um pouco, envolveu os seus braços a minha volta e abraçou-me, dando um beijo na bochecha.

- Bem tenho de ir buscar alguém para me ajudar a levar-te para o quarto, que sozinha, eu não consigo.

- Não é preciso, eu daqui a pouco estou bom e consigo ir.

- Nem pensar.

- Não vês? Já estou pronto para outra.

- Ah estás? – Dando um soco de leve no braço.

- Au!

- Estás a ver, teimoso?

- Está bem, mas já vamos.

- Eu tenho de procurar alguém.

- Já vais, fica um pouco aqui, comigo.

- Porquê?

- Tenho medo que volte o meu adversário para me dar mais. – Disse ele se rindo.

- Está bem, mas só um pouco. – Ri-me. – E eu protejo-te, claro. – Deitei-me ao seu lado no monte de palha.

- Por incrível que pareça, foi aqui que conheci o Henry, quero dizer Vossa Majestade, costumava fugir para aqui para ver os cavalos.

- Gostava de saber andar a cavalo.

- Se quiseres eu ensino-te.

- Está bem, agora posso ir procurar alguém?

- Sim, vai lá. – Estava a levantar-me quando ele, agarra-me o pulso, viro a cara.

- O quê? Estás bem?

- Era só para dizer obrigado, Isabella. - Quando ele disse o meu nome, passou um arrepio pelo meu pulso, onde me agarrava.

- Ah, de nada. Não precisas de dizê-lo outra vez.

- Só que saibas que te devo tudo.

- Douglas, não exageres. Agora tenho de ir.

Assim fiz, deixei o sozinho, só que todas as pessoas estavam sempre a fazer algo, a única que teve disposta ajudar-me, foi a Edith, como já era de esperar, voltei ao estábulo com ela, demos com o Douglas de olhos fechados:

- Admite lá, ele é bonito, não é? – Diz Edith a rir baixo.

- Acho que sim.

- Tu já tiveste alguma coisa com ele, não já?

- Talvez tenha tido.

- Se fosse a ti agarrava-me a ele, que por aqui não há muitos como ele.

- Sim, já me disseste isso. Não sei, talvez um dia.

- Tu és cheia de talvez para aqui e para acolá.

- Shiuuu... Olha que ele ouve.

- Está bem.

- Douglas, anda. A Edith vai-me ajudar a levar-te para cama. – Disse ao seu ouvido.

- Hum... - Acordou, abrindo os olhos, eu pus-me de um lado, para ele apoiar o braço dele em mim e Edith assim fez do outro lado.

Andamos até ao quarto, com um pouco de dificuldade, já que eramos duas raparigas, e ele não é nada leve, abrimos a porta, largamo-lo na cama, a Edith despediu-se, fechando a porta, deixando-me sozinha para cuidar dele, endireitei-o na cama, tirei-lhe as botas que tinha calçado:

- Iza, estás-me a pôr na cama de maneira que depois tu não consegues-te deitar.

- Não faz mal, depois penso nalguma coisa. – Admirando o corpo dele, apesar de estar um pouco sujo e magoado, mas era belo, musculado na medida certa, sem exageros, suado que me fazia subir a temperatura sem razão nenhuma.

- Se quiseres podes dormir em cima de mim, já que me achas bonito.

- Tu estavas a ouvir? E eu não posso, ia-te magoar nas feridas com o meu peso.

- Claro que estava, ainda bem, porque senão não ouviria algo que me faz sorrir. Eu não me importo com o teu peso, tens-me estado ajudar até agora, é mínimo que posso fazer, não posso deixar-te dormir no chão.

- Douglas, deixa-te estar, agora tens descansar e ficares melhor.

- E tu vais dormir onde?

- Depois vejo isso, agora tenho de ir tratar de uma coisa.

- Onde vais?

- Não te preocupes, dorme. – Tapando-o com o lençol e o cobertor.

- Até já, Iza.

Fui-me embora do quarto, procurei a Edith, para me dizer onde ficava o quarto de Vossa Majestade, quando soube, fui até lá, bati a porta, ele abriu logo com um sorriso na cara, com o tronco nu:

- Estava a ver que não vinhas.

- O que queres de mim afinal?

- Tu disseste tudo o que eu quisesse. – Olhando-me alto abaixo.

- Estou a falar a sério.

- Eu também, entra, não vais ficar aí na porta.

- Diz lá o que queres porque tenho de ir dormir, porque ao contrário de ti, tenho de trabalhar.

- E se não tivesses mais que o fazer? – Andando a minha volta.

- O quê?!

605 Years Before or AfterOnde histórias criam vida. Descubra agora