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- Uh, Henry, por não gostares da outra, tu substituíste-a?

- É eu não sou nada disso que estás a pensar! – Digo chateada.

- Querida, isso é que muitas dizem para não serem mal vistas. Já percebi porque quiseste esta, é toda espevitada.

- Isso e muito mais.

- Estou a ver que arranjaste uma amante que te satisfaça.

- Hey, eu ainda estou aqui. – Fazendo sinal com as mãos.

- Eu sei. – Diz o Príncipe, que está a ficar muito atrevido para o meu gosto, tenho de ameaçar com fogo, outra vez, porque passou por mim e deu-me uma palmada no rabo, que me fez dar um pequeno salto.

- Bem, eu voltei para te dizer que depois preciso de ti na sala de reuniões.

- Estarei lá.

- Está descansado, se ainda quiseres outra volta, aí na tua égua por domar, eu cubro-te. – Foi-se embora, agora achava de vez.

- Olha lá, tu não sabes dizer que só sua empregada?! – Com os olhos cheios de fúria.

- Eu sei muito bem que te sentes tentada, porque rejeitas? – Aproximando-me, mas consigo escapar.

- Eu odeio que me respondam com outras perguntas!

- E eu gosto que me respondam, porque é uma ordem!

- Eu estou a lixar-me para isso, só quero sair daqui, por favor arranja-me algum transporte para voltar para casa.

- Está difícil de cumprir algo, quando a outra pessoa não colabora.

- Vamos simplificar, queres-me para ser tua bruxa ou para sexo, porque se for por isso, então vamos lá, mas com a condição de arranjares imediatamente o transporte.

- E se fosse para os dois? Além disso, para aqueles lados, só no próximo mês.

- O quê?! Isto não me pode estar acontecer!

- Porque estás tão desesperada em voltar, podes-te divertir enquanto não vais.

- Porque tu és insuportável, desprezível, tarado, idiota e irritante! Eu odeio-te!

- Ninguém ama ou odeia assim tão rapidamente. Ainda não me conheces. Eu devia prender-te só por dizeres isso.

- Mas alguém falou em amor aqui? Não parece que haja assim muito mais para tal. E tu também não me conheces.

- Tu não gostas é que eu possa mandar em ti e te dar ordens. Não gostas de te sentires submissa, mas até agora não tens muita razão de queixa.

- E tu não gostas que as coisas fujam do teu controlo e queres-me ver debaixo dos teus lençóis, não é? Tu não aguentas a sensação de não poderes possuir algo ou alguém.

- Tu ficas ainda mais apetitosa quando te irritas e me desafias.

- Ugh, não me parece que isto vá acontecer algum dia, ainda por cima tu sendo igual ao meu melhor amigo, só se perdesse a minha saúde mental, o que não me parece.

- Espera aí, tu és virgem! E queres que seja especial. Eu posso fazê-lo.

- Só visto! Claro que não sou! Se fores a perguntar, se não gosto de fazer. Eu amo fazer sexo, mas só com alguém decente.

- Por amor de Deus, eu sou um Príncipe da Inglaterra e Lorde da Irlanda! Eu prometo que não te arrependes.

- Duvido! Já reparaste que é o segundo dia que estás comigo e já não aguentas, por não dormir contigo.

- Tu é que sabes, tu é que perdes. Se quiseres podes comer daqui. – Apontando para o tabuleiro com comida, mas antes disso, fui as garrafas de bebidas que tem na mesa, peguei numa e enfiei pela garganta abaixo, pelo menos um pouco, não a garrafa toda, para ver se suportaria melhor o que me estava acontecer. – Estás mesmo mal.

- Porquê agora as mulheres também não bebem, aqui?

- Só não tanto de uma vez e não tão cedo.

- Queres saber de uma coisa, vou deixar-me de importar se me chamam de prostituta, bêbeda, drogada, bruxa ou mendiga.

- Porque te haverias de importar, ao chamarem-te esses nomes não quer dizer que o sejas, assim como tu já me chamaste muita coisa e eu não me importo, porque sei quem sou, Henry V de Monmouth, Príncipe da Inglaterra e Lorde da Irlanda, um grande líder, um soldado fiel e um amante fantástico.

- Tu és grande convencido, isso sim. – Engolindo em seguida um pouco de pão do tabuleiro, estava duro, mas sabia-me bem, pois ali tinha fome e não podia reclamar muito.

605 Years Before or AfterOnde histórias criam vida. Descubra agora