605 Years Before or After

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- Como assim? O que queres dizer?

- Eu não sou desta época, eu pertenço a 2015.

- Como é possível? És uma bruxa?!

- Não, eu só venho do futuro e não sei como voltar! – Digo triste e desabafando sem conseguir aguentar mais com o fenómeno que aconteceu comigo.

- Mas como o fizeste?

- Não faço ideia, só perdi os sentidos e acordei no outro castelo, mais propriamente, no quarto do Henry. Eu percebo se não quiseres nada comigo, porque só podes achar que sou louca. – Olhando para o chão, com uma lágrima no canto do olho, pois cada vez sentia-me mias sozinha e com saudades do meu tempo.

- Iza...

- Escusas de falar, se for para me chamares de louca, maluca, insana, bruxa ou feiticeira... - Só que para minha surpresa, ele pôs uma mão em cima das minhas e a outra pôs no meu queixo, levantando-o para cima para olhar para ele.

- Iza, deixa-me falar. – Eu acenei que sim. – Eu posso não entender muito sobre o que te aconteceu, mas eu acredito na tua palavra, em ti, não te vou deixar sozinha ou que alguém te maltrate, não vou deixar o teu lado. Tu deste me a opção de viver, depois que me salvaste daquela luta, por isso só tenho de te apoiar e ajudar em tudo o que for preciso, assim como fazes comigo.

- Douglas, não sei o que te dizer...

- Que tal um obrigado? – Sorrindo para mim.

- Muito obrigado. Não sei como te retribuir?

- Ficando ao meu lado e não deixares que o Henry faça de ti, um objeto de usar e deitar fora quando ele se fartar.

- Eu não vou deixar que ele faça isso comigo, pois já conheci vários como ele, que declaram-se depois de conseguir o que querem para puder continuar a ter até se fartarem.

- Ainda bem que sabes, porque não te quero magoada.

- Posso-te conhecer a pouco tempo, mas adoro-te, Douglas. – Disse abraçando com força.

- Au, cuidado...

- Oh, desculpa, desculpa... - Ele mostra um sorriso fofinho, no qual estava a começar afeiçoar-me a ele.

- Não faz mal, só tem cuidado.

- Ok, mas estás bem?

- Sim, mais uns tempos e as feridas ficam saradas.

- Queres que eu te traga alguma coisa?

- Pode ser, talvez um pouco de comida, obrigado. – Levanto-me da cama, só que ele puxa-me o braço.

- Passa-se alguma coisa?

- E tu estás bem?

- Eu vou ficar bem, estou a ver que tenho de me habituar a este tempo e desde que tenha a ti comigo, acho que vou ficar bem.

- Ok, se precisares de alguma é só dizeres.

Saí do quarto, fiz o que tinha a fazer de manhã, as tarefas do costume com a Edith, quando consegui um intervalo, juntei comida num tabuleiro para levar ao Douglas, que ainda não tinha comido nada, quando ia pelos corredores, ouvi uma voz familiar:

- Iza, espera aí. – Virei-me e confirmei que era o Henry.

- O que foi?

- Só queria saber onde vais.

- Vou ter com o Douglas, ele ainda não comeu e tem que o fazer, para recuperar as forças.

- Contigo é Douglas para aqui, Douglas para lá...

- Posso ir?

- Não, espera. Não queres ir para o meu quarto conversar sobre o teu problema?

- Dispenso, obrigado. Além disso, o Douglas já sabe tudo e vai-me ajudar.

- Então preferes ajuda de um zé-ninguém, em vez da minha ajuda, de um Rei?

- Futuro Rei. E sim preferiu, não quero mais nada contigo, eu só trabalho para ti, mais nada.

- Então aquilo não significou nada para ti, ontem?

- Foi só sexo... E soubeste o meu segredo e mais nada. Henry, tu vais casar e eu vou trabalhar para ela.

- Quer dizer que escolheste o Douglas?

- Se queres nesses termos, sim, escolhi-o. Deixa-me em paz, vais ver que encontrarás alguém disponível para ir para a tua cama.

- Mas não és tu...

- Só te interessas por mim, porque descobriste que sou do futuro, mas vais-te fartar e eu já tive muitos do teu género, por isso agora opto pelo tipo do Douglas que acho que me fará muito mais feliz.

- Podes pensar isso agora, mas vou fazer-te mudar de ideias.

- Faz como quiseres, mas aconselho a concentrares-teem reinar e na tua futura esposa. – Abandonei-o no meio do corredor, seguindopara o quarto do Douglas.