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Enquanto dormia, ouve uma altura que acordei, fui à casa de banho, sorrateiramente, pode-se dizer que sanita daquela altura, não era bem ao que eu estava habituada, mas o poderia fazer, vim-me embora, a porta do armário dele estava encostada, vi uma luz reluzente, abri devagar para não fazer barulho, não tinha assim muito espaço, quer dizer para alguém real, devia ser maior, então é que vi, o que achava ser a espada dele, eu sabia que não devia mexer, mas talvez nunca viesse a segurar tal objeto, por isso peguei, lentamente, custou um pouco, por ser um pouco pesada, via-se logo que estava feita só para que homens, o que era injusto, e se alguém invadisse o castelo, e as mulheres precisassem de defender, não tinham como, por acabariam por ser mortas, feridas ou violadas, porque parecia ser tudo um pouco bárbaro, só de pensar, dava-me um arrepio, mas também não é muito diferente da minha época, porque continua haver homens brutos e selvagens com mentes sujas, no entanto sabem disfarçarem-se, continuava todos os dias, a aumentar os homicídios e as violações, mesmo aquelas de que não se sabe, mas será que houvesse um sítio onde não existisse tal coisa, tive sorte que nunca me aconteceu algo parecido, com quem eu dormia, por mais que tive bêbeda ou drogada, era sempre decisão minha e não obrigada, pode não me acontecer isso, mas quem diria que eu vinha parar 1410, fazia um monte de teorias na minha cabeça, que já pareciam labirintos sem obter saída, ou seja, a solução do porquê, que me aconteceu isto?

Estava tão distraída nos meus pensamentos, que nem dei conta, tinha uma mão posta por cima daquela que tinha a espada:

- Iza?! – Tentava-me chamar a atenção.

- O que raios?! – Larguei a espada no chão, tirando a minha mão por baixo da dele.

- O que estavas a fazer com a minha espada? Ias-me matar enquanto dormia? – Ele me olhava com ar desconfiado.

- Se o quisesse fazer, já o tinha feito quando estavas mais fraco, seria mais fácil e eu nem consigo levantar a espada, quanto mais.

- Hum, poderás ter razão. – Riu-se.

- Vá lá que estás vestido. – Murmurei, pois ele tinha um roupão vestido.

- Já reparei que tu não irias querer ver o que é bom. Até me admira que gostes da minha espada, porque as mulheres dispensam tudo o que tenha a ver com guerra, acham horrível.

- Não quer dizer que goste, mas tenho de saber me defender e só tive curiosidade em ver. Bem, vou voltar a dormir. – Pus-me debaixo do cobertor e deitei a minha cabeça na almofada, era esquisita, não parecia ser de polyester, se calhar tinha penas, se forem reais, tinha pena pelas aves de onde tinham sido arrancadas, enquanto ele arrumava a espada e fechava o armário, observei-o, era muito parecido ao Adam, ruivo, de olhos azuis, de barba desenhada no seu rosto, por fazer, ao contrário do meu melhor amigo, no entanto ambos são magros, com poucos músculos definidos mas não demasiado, e eu era quase da altura dele, ainda assim me ultrapassava, ele deitou-se e fechei os olhos.

Não sei quanto tempo tinha passado, só sei que era o Henry, que me estava acordar, mas como estava meia a dormir, pensei que fosse o Adam, então estava a mandá-lo embora, é que já era irritante:

- Deixa-me dormir, chato!

- Esconde-te! Vem aí gente! – Aí é que acordei, pus o cobertor e a almofada em cima da cama, com a minha mochila, fui para debaixo da cama, bateram a porta, ele abriu, entrou uma empregada com um tabuleiro e um homem.

- Então, divertiste com a prenda que te mandamos?

- Hum, acho que não tanto como gostaria. – De repente pensei que deviam estar a falar de mim ou da rapariga que ele entrou quando estava aqui.

- Mas ela não era do teu gosto?

- Sim, mas faz de difícil. – Aí soube que estava a falar de mim e a tentar-me irritar, pois notava-se que tinha um sorriso perverso nos lábios.

- Às vezes, são as melhores. – Diz despedindo-se. Ele fecha a porta.

- Já podes sair, Lady Iza.

- Essa conversa toda era sobre quem?

- A rapariga com quem me encontraste.

- Não me parecia ser muito difícil. – Ele ia-se aproximando de mim.

- Isso é porque ao pé de mim, nenhuma parece.

- O que é que a Vossa Majestade está a insinuar?

- O que achavas que é? – Encurrala-me contra a parede, pelos vistos ele gostava de fazer isso, pôs as mãos na pedra, impedindo-me de sair dali, só que de repente abrem a porta, empurro-o e ponho o coberto por cima de mim, para não verem mais do que deviam.

605 Years Before or AfterOnde histórias criam vida. Descubra agora