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- Eu depois digo ao meu escrivão para fazer isso. Agora podes afastar isso de mim?

- Ah, claro. – Ele se levanta e recompõem, conforme afasto o fogo.

- Senhorita, para quem é assim magra, tem um pouco de força a mais.

- Primeiro: Não me chames Senhorita...só de Lady Iza. – Ri-me por achei piada. – Segundo: Achas isso por não estás habituado a pessoas como eu.

- Existe mais como tu, nem quero imaginar. Terceiro?

- Terceiro: Quero um quarto, comida e sítio, onde tomar banho e etc...

- Bem, vais ter ficar neste, porque não podes ser vista, porque o teu aspeto, vai chamar atenção e apesar de eu acreditar em bruxaria, há muita gente que não, comida, arranjo maneira de trazer, para tomares banho, podes utilizar o sítio onde vou, por ser privado, só para mim.

- Espera aí, mas este quarto não é teu?

- E depois?

- Eu não vou ficar aqui contigo!

- Bem, se não quiseres, sais e não tens a minha proteção, se ficares podes sempre ficar no chão, por cima do tapete.

- Quer dizer, tu és mesmo desprezível para as mulheres. Mas é sempre preferível do que na mesma cama.

- Muitas mulheres desejariam estar no teu lugar, e não estás a sugerir que eu durma no chão?

- Não era nada mal.

- Eu sou o Príncipe de Inglaterra, tu não podes mandar-me fazer isso.

- Tu, além, de Lorde, és também Príncipe.

- Não se vê logo, Lady Iza? – Exibindo-se.

- Nem por isso.

- Para puderes comer hoje, tens de dizer que és uma das músicas na festa, porque aí haverá comida suficiente para comeres. Só tenho de te arranjar um vestido.

- O quê?! Nem pensar! Eu não vou vestir essas roupas ridículas.

- Então não comes.

- Ok. Também não sou muito de comer.

- Bem, se precisares de ir fazer, tu sabes o quê, é só passares aquela porta e outra coisa, se eu vier com outra pessoa, escondeste debaixo da cama, percebido?

- Sim, Vossa Majestade.

- Pelo menos, já estás aprender a ter modos. Bem, tenho de ir para a minha festa. – Começa a andar, passa pela porta, fecha-a, deixo passar uns dois minutos, mexo na maçaneta, mas não abre, há movimentação do outro lado da porta, vou a caminho da cama, mas ela se abre:

- Pois, eu já sabia, que ias tentar fugir. Por isso, te tranquei.

- Qual é problema de eu passar a porta?

- Tu és mesmo irritante.

- Olha quem fala.

- Podem achar o mesmo que eu e queimarem-te como me querias fazer.

- Hum, então porque estás a fazer isto, só para te dizer o teu futuro?

- Ah...

- Ora aqui vai, vais morrer, já está. Agora deixa-me ir.

- Davas para bobo da corte. Mas eu sei que vou morrer um dia, como tu também, mas eu quero saber mais sobre essas coisas novas que tu sabes.

- Ok, pronto não saio daqui. – Ele olhou-me, foi-se embora de vez e fechou a porta a chave.

Despois de tudo isto, percebi que tinha de estar a disposição do Príncipe, pela sua pura curiosidade, para que algum dia pudesse voltar para junto da minha banda, do meu melhor amigo, da minha guitarra, do armazém, até do meu pai, já sentia saudades devido a estar aqui, há algumas horas, pensando em todos eles como estariam, que eu não estaria lá, para tocar as minhas músicas e acima de tudo pensei, porque que raio me aconteceu isto a mim? Enquanto pensava em tudo isto, fui ver a casa de banho, realmente só dava para entrar pela porta do quarto em que estava, tinha água morna num recipiente para pôr noutro maior que seria a banheira da época, fui ao quarto, até à minha mochila que estava no chão, despi a roupa e levei a que tinha lavada para a casa de banho, fechei a porta e entrei no recipiente, ao mergulhar na água, fechei os olhos, adormecendo e rezando para aquilo não passa-se de um pesadelo, apesar de eu não ser religiosa.

605 Years Before or AfterOnde histórias criam vida. Descubra agora