𝑿𝑰𝑿. 𝑀𝑒 𝐷𝑒𝑠𝑡𝑟𝑢𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑣𝑜𝑐𝑒̂

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Estava enrolada com o grande casaco de Tom, na qual até mesmo o tecido era igual ao meu, o observando conversar com algum tipo de amigos ou criado pelo celular, enquanto olhava pela janela as pessoas ainda se matando e se vangloriando nas ruas

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Estava enrolada com o grande casaco de Tom, na qual até mesmo o tecido era igual ao meu, o observando conversar com algum tipo de amigos ou criado pelo celular, enquanto olhava pela janela as pessoas ainda se matando e se vangloriando nas ruas. Suas costas vermelhas e seu jeito de mancar me traziam todas as recordações dessa noite, e me faziam surtar comigo mesma por dentro.

Me deitei com o assassino de meus pais, deixei que ele, literalmente, rasgasse minha vagina enquanto se contentava, e estava perdidamente apaixonada por ele! Sem mencionar meu lado mortal e masoquista, na qual não queria descobrir se havia gostado de conhece-lo. Muitos me chamariam de louca ou me mandariam para um hospital psiquiátrico, mas só aqueles que não sentiam tal adrenalina que senti em uma noite. Nunca havia me sentido tão viva, tão lúcida e, parcialmente, feliz em tanto, tanto tempo. Era como se eu finalmente tivesse me reencontrado em meio a neblina que Tom me deixou á um ano, como se ele mesmo tivesse me resgatado da própria armadilha.

- Tudo bem... - sua voz rouca e pouco manhosa me fizeram retornar a realidade - Quero os comprimidos e o kit agora mesmo, por favor.

Cenho as sobrancelhas ao ver que ele era educado com frequência, ou pelo menos, parecia ser. Observo o fogo na lareira distraída, pensando se havia algo de errado comigo, pensando se tudo isso ainda era um jogo, pensando se valia a pena ficar com Tom, pensando se ainda estava realmente viva e consciente de meus atos.

- Daqui a pouco vão trazer comprimidos e algumas coisinhas pra melhorarmos suas dores... - sua voz ecoa suave pela sala vasta, bem atrás de mim - Está com fome?

- Onde nós estamos? - a dúvida, de repente, martela minha cabeça, afastando meu pensamento antigo de estarmos na Casa Branca ou em qualquer casa do governo. A respiração pesada de Tom pareceu um sorriso fraco, e os paços de seus pés me traziam a certeza de que ele estava se aproximando ainda mais.

- Estamos em casa - ele se senta ao meu lado, lançando seu olhar até meu corpo coberto, parecendo repugnar meus ferimentos - Na minha casa.

- Oh - solto parecendo entender, notando que faz mais sentindo do que estar em qualquer outro lugar. Olho Tom com paixão, ficando certamente tímida com seus olhos que já estavam fixos nos meus. Não pude deixar de soltar uma risada fraca ao ver o quanto isso era irônico, mas afasto os pensamentos e me aconchego no ombro de Tom.

Coloco minha cabeça sobre o ombro dele, olhando as chamas novamente, enquanto sinto a mão do homem adentrando o casaco e se colocando na minha coxa, não a apertando para não me machucar ainda mais. Um rápido e delicado beijo é deixado em minha cabeça, fazendo meu corpo se arrepiar.

Posso estar ficando maluca, mas, por um breve momento, o pensamento de dar uma chance pra nós dois passou pela minha cabeça, o pensamento de querer fazer dar certo e não desgrudar dele, e esses pensamentos só estavam crescendo e se tornando mais forte. Mas, depois de tudo o que ele fez, depois de sua reputação, com sua vida corrida e cheia de câmeras e sorrisos pra fotos, eu não sei se daria conta de carregar toda essa carga.

The Purge | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora