𝑰𝑿. 𝑭𝒆𝒍𝒊𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝑨𝒃𝒔𝒖𝒓𝒅𝒂

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- Quero aquela desgraçada na minha mão, AGORA! - o único sentimento real em mim era o ódio, o ódio me pegava a cada dia, e me cega a cada sangue que escorria responsáveis pelas minhas mãos

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- Quero aquela desgraçada na minha mão, AGORA! - o único sentimento real em mim era o ódio, o ódio me pegava a cada dia, e me cega a cada sangue que escorria responsáveis pelas minhas mãos. Meu Anjo me deixou assim, a partir do dia em que invadiu minha mente e marcou minha alma, ela me perturbava tanto quanto eu a perseguia, e isso estava acabando comigo. - Essa vadia vai ser minha, de um jeito ou de outro...

- Tom, tente se acalmar um pouco - Bill, meu gêmeo, tentava me acalmar enquanto saíamos daquela festa ridícula, passando suas mãos delicadas sobre seu novo ferimento no pescoço, causado por suas próprias correntes.

- Tente se manter calmo quando uma garota inútil te deixou sangrando, merda - tiro meu grande terno e o jogo para Gustav, que não desgrudava a cara do celular. Passo a mão sobre meu sangue quente, o sentindo escorrer sobre minha roupa negra, e ignoro a sensação de que essa garota me assustava, já que ela foi a única que conseguiu arrancar gotas vermelhas do meu corpo.

Olho para meu amigo de óculos, esperando uma resposta.

- Está funcionando? - pergunto aproveitando a brisa fria desse ar poluído, seguindo até meu carro a um quarteirão daqui.

- Está... - ele analisa a tela, confuso e preocupado, mas logo, abre um puta sorriso, como o de uma criança que acabara de ganhar uma bicicleta - O rastreador está funcionando!

- Perfeito - sentia um sorriso de canto se abrir em meus lábios, o plano de Bill realmente era genial - Me lembre de te retribuir mais tarde, Bibo.

- Prostitutas e uma garrafa de Licor já basta - ele solta uma risada sínica, analisando meu machucado.

- E agora? Vamos atrás deles? - Gustav pergunta ajeitando seus óculos. - Digo... Temos tudo pronto. Parece que Georg está conseguindo a confiança de Lilith e temos o localização dela em tempo real.

- Não, não... Ainda não - mexo em meu piercing, imaginando as coisas mais impuras que iria fazer com Lilith quando a tivesse em minhas mãos - Vamos brincar um pouquinho com isso.

- Então aviso Georg para ele enrolar? - o loiro não parava de perguntar, mantive a paciência enquanto abria a porta do meu bebê.

- Não precisa. Vamos dar um "oi" antes da brincadeira começar - pensei em cada detalhe para essa noite, e tudo teria sair como o planejado. Meu amigo assente e logo vai até seu carro atrás do meu, olho para Bill, que parecia minimamente assutado, já que pela primeira vez, as presas revidaram o ataque. - Vai dar tudo certo, Bill.

- Claro que vai - ele diz pensativo, pegando as chaves de seu veículo vermelho como seu sangue e as gira pensativo.

- Eu prometo, irmão - agarro seus ombros pouco acima dos meus, observo seus olhos tão escuros quanto os meus e quanto essa noite obscura, transmitindo a maior paz possível para que sua fé nesse plano ainda estivesse acesa - Sairemos ilesos, como todos os anos... Não é só porque eles revidaram, que signifique que eles são mais fortes.

- Vamos acabar com aqueles imbecis. - seu tom de vitória me subestimou, mas adorei ver meu gêmeo assim. Ele sempre era o cabeça de tudo, sempre consciente e idealista, causando a imagem do gêmeo perfeito. Já eu, era a força disso tudo, era aquele que todos viam como "o vilão", sendo sempre o conquistador mais nato. O bom de nossa relação, é que sabíamos lidar com nossos dons, e usávamos isso a nosso favor e entretenimento, abusando de planos malucos nas noites da Purificação desde que fomos, legalmente liberados a participar do expurgo.

Ele aperta o botão na qual abre seu carro vermelho vivo e segue adiante. Respiro fundo, ignorando minha angústia e focando em minha presa da vez, focando em mantê-la em minha coleção e acabar com a sensação de que algo me atraia para ela, e que ela era superior a mim.

Sinto o couro de meu banco afundar, assim como a compaixão que existia em mim. Abro o porta-luvas e jogo minha antiga arma de cabo preto lá dentro, vendo meu sangue pingar dela, como o sangue de um traidor num campo de batalha, onde a bandeira branca não era uma opção. Olhava a estrada á espera de Gustav sinalizar que estava pronto, e em minha mente passa aquele olhar magnífico e mortal, aquele que observo à 365 dias, aqueles que aparece em meus sonhos para me matar, usando a mesma faca na qual matei os pais desse Anjo.

- "Leve-me ao seu" - sua voz doce e marcante assombra meu cérebro, enquanto tinha a lembrança nítida de seus olhos azuis como o oceano me matando como o próprio demônio, encima de mim, me enfeitiçando com seus lábios carnudos e avermelhados. Mas logo minha intenção retorna ao me lembrar da parte onde a vaca refletia sobre as chamar vindas da janela e entrando em meu coração, manchando o rosto do Anjo com o sangue do Diabo.

Barulhos de buzinas frenéticas me fazer retornar a realidade, me fazendo esquecer o sonho e lembrar do objetivo final, tê-la para mim. Olho rapidamente a luz de meu celular se acender com a notificação de Georg chegando.

*Georg on*

"O jogador número 001 já está posicionado na avenida, e estamos indo até lá."

"Ótimo, quero saber de tudo. Já estamos a caminho."

"Ok."

*Georg off*

Desligo a tela e jogo o objeto no banco do passageiro, pensando somente na manhã seguinte, onde tudo estaria como eu planejei. Giro as chaves no guidão com rispidez e afundo meu pé no acelerador, aproveitando a sensação libertadora e pura que sentia quando o barulho do motor entrava em meus ouvidos, a adrenalina incomparável por saber que a qualquer deslize, morreria se batesse por tamanha velocidade, isso era impagável.

Os olhos mais singelos e brilhantes invadem minha mente novamente, perturbando-me, assombrando-me, enlouquecendo-me por conseguir fazer meu cérebro doente encantar-se por ela de tal maneira, me fazendo desejar sentir seu cheiro novamente e provar dos pecados que a carne trás. Repasso tudo em minha mente, torcendo para que esse animalzinho fosse capaz de sobreviver aos lunáticos que paguei para caça-la, animando meu interior ao imaginar o que aqueles lábios fariam.

Meu celular toca novamente, observo a luz se acender enquanto paço no sinal avermelhado pegando o objeto novamente, cenho as sobrancelhas vendo o nome de Bill de novo na tela.

- Fala - digo seco, estranhando a ligação surpresa, sentindo o couro do volante afundar.

- Mudanças de planos - percebi que meu gêmeo também corria com seu carro vermelho devido ao motor auto vindo do outro lado da linha. - Estou indo pra Casa Branca, arrumar tudo.

- Está cedo demais, Bill - eu bufava pelo meu gêmeo não obedecer a porra do plano - Vamos fazer do MEU jeito.

- Desculpa, maninho - sua risadinha me irrita - Vou arrumar as coisas por aqui. Qualquer coisa, me ligue.

- Bill!

- Tchauzinho! - a chamada é encerrada. Soco o volante, revirando os olhos e tentando me acalmar.

Diminuo a velocidade e abro o porta-luvas, pegando um dos saquinhos com pó dentro e uma alegria absurda. Abro o saco e viro o produto em minha narina, inalando tudo e sentindo a ardência incomodante, porém boa impregnando.

Eu não sou viciado, repugno viciados, mas passei a usar como um tipo de calmante desde que comecei com essa coisa de assassino legalizado. Uma maconha seria mais fácil, mas odeio o cheiro que fixa em minhas tranças e no meu couro, então, a cocaína e heroína são mais práticos pra mim.

Tombo minha cabeça, focando em meu objetivo, nos olhos de Anjo, no meu anjo, no plano na qual fiz somente para ela. Rio fraco, voltando a acelerar meu carro preto como a noite, decidido de que meu Anjo se juntaria comigo no inferno.

[...]

The Purge | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora