𝑿𝑿. 𝑽𝒆𝒓𝒎𝒆𝒍𝒉𝒐 𝑬𝒔𝒄𝒖𝒓𝒐

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Meus olhos ardiam ao ver o sangue escuro por todo o corpo de Lilith, por ver a pele de um anjo rasgada por minha culpa, por culpa do meu demônio interior

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Meus olhos ardiam ao ver o sangue escuro por todo o corpo de Lilith, por ver a pele de um anjo rasgada por minha culpa, por culpa do meu demônio interior. O vermelho que cobria sua pele me dava gastura, pela primeira vez em toda minha vida viciante, senti arrependimento em ferir outro ser humano.

- Seus amigos estão bem - digo mais uma vez para a morena, que perguntava sem parar sobre tais, sentada na mesa, esperando para que outro gase fosse colocado em seus machucados - Estam na minha sala de jogos. Vivos, limpos, malucos e presos.

- Hum... - foi a única coisa que ela disse, a mesma coisa pela quinta vez.

Respiro fundo buscando paciência para aturar mais uma birra dessa infeliz. Tinha a observado por um ano, é claro que eu sabia quando ela fazia graça.

- O que você quer, Lilith? - retruco logo de cara, sem paciência para seus jogos chatos.

- Por que colocou eles no meio disso tudo? - ela quebra, de repente, um silêncio passageiro que se fez entre nós dois, um silêncio que não era necessário - Por que colocou as pessoas que eu amo no meio disso tudo, sendo que já sabia que iria vir até você, de uma forma ou de outra?

Olho para ela, vagante, percebendo sua ingenuidade e sua carícia sobre meu peito nu. Mordo os lábios incerto de fazer o que pensava, incerto de demonstrar e realizar o que nunca fiz com mais ninguém, uma coisa que diria que era pior que meu pior lado.

Vou até meu Anjo com o gosto de seu sangue na boca, não dando muitos passos e colocando minhas mãos firmes sobre suas coxas frias e com nossos sangues secando sobre sua pele. Olho bem em sua pupila, me certificando de que ainda lhe dava arrepios e pavor, junto com a paixão e dor.

- O que lhe mostrar - chego perto de seu ouvido, o suficiente para que somente nós dois escutassemos, mesmo que estivesse um anjo e um demônio nessa sala - Se contar a alguém, eu- -

- Você me mata - ela sussurra de volta, já sabendo meu vocabulário por completo. Um sorriso de canto se forma em meus lábios enquanto me afasto de sua pele e olho envolta, buscando o silindro correto.

O noto, o mesmo com uma única vela vermelha, o candelabro que continha a mais alta das chamas, o último dos últimos. Sinto os olhos de Lilith sobre mim, mas não os olhei de volta para identificar sua expressão, apenas observava a vela vermelho escuro, inverto de fazer isso, pois seria, de fato, um caminho sem volta.

Respiro fundo, finalmente encarando a mulher e mina frente, que parecia assustada e confusa, porém, curiosa. Ri, esquecendo os problemas que tinha, me confortando em seus olhos, e sentindo a certeza aparecer em meu peito. Sem pressa e com cuidado, pego Lilith no meu colo, que resmunga e me xinga baixo meu ser, mas desiste de uma breve birra pela dor. Sua pele gelada e com líquido seco se arrepiaram ao meu toque, como sempre que me via quando eu espreitava pela sua janela, suas mãos foram até minha nuca, se agarrando a mim com firmeza, confiando seu corpo em mim e entregando sua alma por mais um bocado.

- Promete que não vai me matar? - ela solta, olhando meu maxilar enquanto nos levo até até o candelabro. Minha mão aperta sua perna fraco, ansiando para que ela ficasse tranquila.

- Não - digo sínico, olhando a mesma novamente e dando mais alguns passos, com muita dificuldade, mas conseguindo. A dor em minha perna era absurda, era insuportável, era deplorável me ver imune desse jeito, mas eu a arrastaria pelo Mont Everest se fosse preciso, sem uma perna toda, para que a visse bem e em segurança, em minhas mãos.

- Ótimo... - ela diz mais para si mesma, testando sua mente, que adorava lhe pregar peças. Ignoro-a gemendo de dor a cada paço que eu dou, mas sentindo uma enorme culpa me amaldiçoando, mas sabia que no fundo, toda essa dor seria recompensada.

Chego no candelabro, não exitando nem um pouco ao fazer o que iria fazer, tendo a certeza de que, a partir do momento que lhe mostrasse isso, seria completamente dela, me ligaria a ela, assim como me liguei na noite de um ano atrás. Observo seus olhos, sentindo algo estranho dentro de mim, algo novo, um frio já barriga na qual me deixava enjoado, mas que era bom de se sentir.

A vela entre as duas menores do candelabro era que carregava a chama mais alta, mais quente e intensa. Sinalizo para que a morena em meus braços pegasse o aço, sentindo graça ao ver o olha de "Está ficando maluco?" para mim.

- Puxe o aço, Anjo - digo simples, o mais calmamente possível, segurando uma risada intensa.

- Se quiser colocar fogo em mim, não precisa fazer com que eu faça com minhas próprias mãos - ela disse com uma cara parcialmente duvidosa, apenas intercalo meus olhos sobre os seus e sobre o aço antigo, sem dizer uma palavra - Vixe...

Ela, resmungona como uma velha, puxou o candelabro, se agarrando fortemente em meu pescoço quando o aço tomba para frente, fazendo um barulho engraçado.

[...]

The Purge | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora