O sótão estava atulhado de sucata de heróis gregos: suportes de armaduras cobertos de teias de aranha; escudos outrora brilhantes cheios de adesivos dizendo ÍTACA, ILHA DE CIRCE e TERRA DAS AMAZONAS.
Sobre uma mesa comprida estavam amontoados potes de vidro cheios de coisas em conserva — garras peludas decepadas, enormes olhos amarelos e diversas outras partes de monstros.
Um troféu empoeirado na parede parecia uma cabeça de serpente gigante, mas com chifres e uma arcada completa de dentes de tubarão. Uma placa dizia: CABEÇA N. 1 DA HIDRA, WOODSTOCK, N.Y., 1969.
Junto à janela, sentado em uma banqueta de madeira com três pernas, estava o suvenir mais pavoroso de todos: uma múmia. Não do tipo enfaixada em panos, mas um corpo humano feminino, ressecado até ficar só a casca. Usava um vestido de verão estampado em batique, com uma porção de colares de contas e uma bandana por cima de longos cabelos pretos. A pele do rosto era fina e parecia couro por cima do crânio, e os olhos eram fendas brancas vítreas, como se os olhos de verdade tivessem sido substituídos por bolas de gude; devia estar morta fazia muito, muito tempo.
— Oi, eu sou o Percy, prazer em te conhecer — ele disse olhando para à múmia — me disseram que uma missão não é uma missão até você dizer que é — ele continuou — o que é estranho, já que você é uma decoração de Halloween.
Olhar para ela deu arrepios nas costas dele. E isso foi antes de ela se endireitar na banqueta e abrir a boca.
— Ai, caramba! Eu tô atrapalhando, depois eu volto — disse com medo.
Uma névoa verde jorrou da garganta da múmia, serpenteando pelo chão em anéis grossos, sibilando como vinte mil cobras.
A múmia não estava viva. Era algum tipo de receptáculo horripilante para outra coisa, o poder que girava em espiral na névoa verde. Mas sua presença não parecia maligna. Era mais como as Três Parcas, tricotando o fio de lã ao lado da banca de frutas da rodovia: antiga, poderosa e, sem dúvida, não humana.
A névoa rodopiou, mais densa, juntando-se bem na frente dele e em volta da
mesa com os potes que continham partes de monstros em conserva. De repente, havia quatro homens sentados à volta da mesa, jogando cartas. Os rostos ficaram mais nítidos. Era Gabe Cheiroso e seus cupinchas.— Ah, não!
Meus punhos se contraíram, embora eu soubesse que aquele jogo de pôquer não podia ser real. Era uma ilusão, feita de névoa.
— Ta brincando? É serio? — ele disse olhando para a figura de seu padrasto.
Gabe voltou-se para ele e falou na voz rouca do Oráculo:
— Você irá para o oeste e irá enfrentar o deus que foi desleal. Você irá encontrar o que foi roubado e vai trazer de volta em segurança.
As figuras começaram a se dissolver. De início Percy estava atordoado demais para dizer alguma coisa, mas quando a névoa recuou, enrolando-se como uma enorme serpente verde e deslizando de volta para dentro da boca da múmia, ele gritou:
— Espere! O que quer dizer?
A cauda da serpente de névoa desapareceu na boca da múmia. Ela se reclinou de volta contra a parede. A boca fechou-se bem apertada, como se não tivesse sido aberta em cem anos. O sótão ficou silencioso de novo, abandonado, nada além de uma sala cheia de suvenires.
Ele teve a sensação de que poderia ficar lá parado até juntar teias de aranha também, e não ficaria sabendo mais nada.
Sua audiência com o Oráculo estava encerrada.
— Percy? — Meddy disse enquanto jogava pôquer com Dionisio.
— Como foi? Assustador? — Dionisio disse prestando atenção no jogo.
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(1) Daughter of the Sea
FanfictionUma das principais regras entre Zeus, Poseidon e Hades, era proibido ter filhos com humanos. Mas os três foram contra suas regras, principalmente Poseidon. Andrômeda, uma semi deusa que muitos dizem ser uma dos mais poderosos, filha favorita do Deu...