Capítulo 15 - Donunts

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— Então, o que Luke quis dizer a respeito de ciclopes? — Percy perguntou curioso — Ele disse que você, entre todas as pessoas...

— Eu sei o que ele disse. Ele... ele estava falando sobre a verdadeira razão de Thalia ter morrido.

Annabeth respirou fundo, indecisa.

— A gente nunca pode confiar em ciclopes, Percy. Há seis anos, na noite em que Grover estava nos levando para a Colina Meio-Sangue...

Ela foi interrompida quando a porta da cabana se abriu com um rangido.

— Meddy, onde você tava? O que aconteceu com você? — Percy disse vendo sua irmã abrir a porta com tudo.

— Ah, tava andando.

— Porque você ta vermelha? Você ta bem? — Percy perguntou vendo a roupa de Meddy e as bochechas avermelhadas.

— Eu...

— Você...?

— Eu cai! — soltou — eu escorreguei e cai, foi vergonhoso e muito desastroso — ela mentiu.

Percy começou a rir imaginando a cena, ele acreditou na mentira. Mas Annabeth a olhava desconfiada, porque a morena percebeu algo que Percy não havia percebido, o cheiro. O perfume que elas haviam sentido perto de Luke, totalmente empreguinado em Meddy.

Annabeth sabia que Meddy não havia caído, ela sabia que Meddy estava com Luke, mas porque estava tão eufórica? Além de estar mentindo, havia algo a mais. Antes que Annabeth questionasse, Tyson abriu a porta com tudo.

— Donuts com açúcar! — disse, orgulhoso, mostrando uma caixa de doces. Annabeth olhou para ele espantada.

— Onde conseguiu isso? Estamos no meio do mato. Não há nada num raio de...

— Quinze metros — disse Tyson. — Uma loja Donuts Monstro, logo depois da colina.

— Isso é mau — murmurou Annabeth.

Eles foram até o local, estavam agachados atrás de uma árvore, olhando para a loja de donuts no
meio do mato. Parecia nova em folha, com janelas iluminadas, uma área de estacionamento e uma estradinha conduzindo para dentro da floresta, mas não havia mais nada em volta, e nenhum carro estacionado. Sobre a marquise da loja, em enormes letras pretas que até eu consegui ler, estava escrito:

DONUTS MONSTRO

Um ogro de desenho animado estava dando uma mordida no O de MONSTRO. O lugar cheirava bem, como donuts de chocolate fresquinhos.

— Isso não deveria estar aqui — sussurrou Annabeth. — Está errado.

— O que está errado? — Jackson perguntou — É uma loja de donuts.

— Psiu!

— Por que estamos sussurrando? Tyson entrou e comprou uma dúzia. Não aconteceu nada com ele.

— Ele é um monstro.

— Ora, vamos, Annabeth. Donuts Monstro não quer dizer monstros! É uma rede. Nós temos em Nova York.

— Uma rede — concordou. — E não acha estranho que uma loja dessas tenha aparecido imediatamente depois de você mandar Tyson comprar donuts? Bem aqui, no meio do mato?

Percy pensou naquilo. De fato parecia meio estranho, mas, quer dizer, lojas de donuts realmente não estavam no topo da lista de forças sinistras.

— Pode ser um ninho — explicou Annabeth.

Tyson choramingou. Ele havia avançado em meia dúzia de donuts da caixa e estava com açúcar polvilhado na cara inteira.

— Um ninho do quê? — perguntou Meddy.

(1) Daughter of the Sea Onde histórias criam vida. Descubra agora