Capítulo 12 - Princesa Andrômeda

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— Como vamos embarcar? — Meddy gritou, mais alto que o barulho da ondas.

Os cavalos-marinhos pareciam saber o que era preciso. Deslizaram ao longo do estibordo do navio, passando facilmente através da enorme esteira, e encostaram-se junto a uma escada de serviço rebitada ao casco.

— Você primeiro — disse Annabeth.

Ela jogou o saco de viagem no ombro e agarrou o primeiro degrau. Depois que ela se içou para a escada, seu cavalo-marinho relinchou uma despedida e mergulhou na água. Annabeth começou a escalar.

Por fim restara somente Tyson na água. Seu cavalo-marinho o estava divertindo com aéreos de trezentos e sessenta graus e saltos para trás, e Tyson ria histericamente, o som reverberando no casco do navio.

— Tyson, shhh! Venha, grandão!

— Não podemos levar Arco-Íris? — perguntou, o sorriso sumindo.

— Arco-Íris?

O cavalo-marinho relinchou, como se tivesse gostado de seu novo nome.

— Ahn, nós temos de ir — disse Meddy. — Arco-Íris... bem, ele não pode subir escadas.

Tyson fungou. Ele enterrou a cara na crina do hipocampo.

— Vou sentir saudade, Arco-Íris!

— Quem sabe a gente encontra com ele de novo — Meddy sugeriu.

— Ah, por favor! — disse Tyson, animando-se imediatamente. — Amanhã!

Com um último relincho triste, Arco-Íris, o hipocampo, deu um salto-mortal para trás e mergulhou no mar.

A escada levava a um convés de manutenção cheio de botes salva-vidas amarelos. Havia uma porta dupla trancada, que Annabeth conseguiu arrombar com sua faca e uma boa dose de pragas em grego antigo.

Eles imaginaram que teriam que se esgueirar por ali, já que eram clandestinos, mas depois de examinar alguns corredores e espiar, por cima de um balcão, um enorme corredor central ladeado por lojas fechadas, não havia ninguém de quem se esconder. Quer dizer, é claro que estava no meio da noite, mas eles andaram metade da extensão do navio e não encontraram ninguém.

— É um navio-fantasma — Jackson murmurou.

— Não — disse Tyson, manuseando a alça do seu saco de viagem. — Cheiro ruim.

Annabeth franziu o cenho.

— Não sinto cheiro de nada.

— Os ciclopes são como os sátiros — Meddy disse — Eles podem farejar monstros.

— Certo — disse Annabeth. — Então está sentindo cheiro de quê, exatamente?

— Coisa ruim — respondeu Tyson.

— Beleza — resmungou ela. — Isso esclarece tudo.

No lado de fora havia fileiras de espreguiçadeiras vazias e um bar fechado com uma cortina de correntes. A água da piscina brilhava de modo fantasmagórico, ondulando de um lado para o outro com os movimentos do navio.

E no entanto... Meddy senti algo familiar. Algo perigoso.

— Precisamos de um esconderijo — disse ela — Algum lugar seguro para dormir.

— Dormir — concordou Annabeth, cansada.

Exploraram mais alguns corredores até chegaram a uma suíte vazia no nono deque. A porta estava aberta, o que me pareceu estranho. Havia uma cesta de chocolates sobre a mesa, uma garrafa gelada de cidra espumante sobre a mesa- de-cabeceira e uma pastilha de hortelã em cima do travesseiro com um bilhete manuscrito que dizia: Aproveite seu cruzeiro!

(1) Daughter of the Sea Onde histórias criam vida. Descubra agora