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Acordou primeiro, um pouco confusa. Seus castanhos piscaram, tentando se adaptar a pouca claridade no cômodo, e avistaram um quarto neutro, o que a fez, automaticamente, entender que não estava em casa.

Suspirou, enquanto soltava um bocejo e esticava os braços, tudo ao mesmo tempo, e notou um peso nada familiar sobre sua barriga.

Abaixou os olhos naquela direção e encontrou um braço pálido. Bastou aquilo, e as lembranças adormecidas da noite anterior vieram como enxurradas, tão afoitas, que em segundos já tinha toda a memória restabelecida.

Sorriu um pouquinho, de canto, e se virou para encontrar a face branca de Lauren quase escondida em seu ombro. Os cabelos negros espalhados e tampando metade do seu rosto.

Mantendo os lábios esticados na extremidade, virou-se de corpo inteiro para a morena e levou seu dedo ate os fios caídos na bochecha. Seu indicador contornou a onda que desenhava seu rosto e a empurrou de forma mansa para atrás da orelha de brinquinhos e piercings delicados. Aprovou, e muito, a limpeza da visão, pois pôde admirar com mais nitidez a beleza de Lauren Jauregui.

Ela tinha um biquinho bem sutil nos lábios rosas e a testa um pouco crispada, como se questionasse algo em seus sonhos. Sua respiração era branda, baixinha, e o corpo se bruços impossibilitava Camila de ver o subir e descer do seu tórax, mas as costas se movendo conforme inspirava e exalava já valia.

Não soube por quanto tempo ficou ali, lembrando-se do que fizeram, das sensações que Lauren a fez sentir, de como havia se declarado para ela,  até ter tantos pensamento e ideias, tanta coisa na mente, que se obrigou a levantar antes de ter um treco.

Decidiu tomar um banho, uma vez que não se lembrava de tê-lo feito, e pegou algumas roupas na cômoda da morena emprestado, além dos seus chinelos.

Durante o cair da água em suas costas e cabeça - quis lavar os cabelos - refletiu sobre toda a sua pequena história com a morena. Foram de somente colegas de classe, a quase amigas, e então todo aquele lance e química, muito rápido. Ainda assim, parecia que tinha se passado tanto tempo desde já... não sentia que Lauren soava como uma desconhecida, mesmo que não soubesse praticamente nada a seu respeito.

Ate tentou coletar em sua memória o tanto de coisas que sabia sobre ela, porém não chegou a uma lista grande. Na verdade, um pouco mais de cinco itens nem deveria servir para qualificar com uma listagem - e nem as perguntas que trocaram no trabalho serviu de muita coisa.

Contudo, mesmo a falta de informações básicas, Cabello se sentia íntima da garota de olhos verdes - e nem era por terem feito sexo a noite anterior inteira.

Deus! Fizeram sexo. Muito.

Tocou sua vulva, meio timida, e sentiu-se um pouquinho sensível, porém, nada alarmante, somente o suficiente para criar link com as lembranças do que os dedos, língua, e boca, de Lauren foram capazes de lhe fazer.

Bem, íntima de um jeito indecente, sim, mas, ia além daquilo.

Embora a latina pensasse que Lauren era deveras confusa e contraditoria, sentia-se segura com ela como nunca se sentiu com mais ninguém.

Não era tola, nem sensível à certos assuntos. Sexo para si era apenas isso: sexo, algo comum e que, por escolha, nunca quis praticar com outrem, mesmo tendo tido oportunidades. Se namorasse, ainda assim não acreditava que teria avançado os passos tão rapidamente como foi com Lauren. E elas sequer namoravam!

Não, não foi levada pela declaração da menina, muito menos agiu por impulso. Faria novamente, sem hesitar, mesmo que sua mente fosse resetada e não tivesse perspectiva alguma dos dons da morena na cama. Entregaria-se como antes pois o fez por desejo, por que queria, então o faria novamente. Sentia-se muito atraída, viu a chance, e pimba!

Ossos do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora