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Estava se preparando para chutar a porta e pedir ajuda, quando Camila a escancarou de forma brusca.

- O que-

- Graças a Deus! Eu já estava indo atrás de você - a latina falou, ignorando a dificuldade que a morena parecia ter para equilibrar tudo. - Eu morri!

- Morreu? - Lauren não estava entendendo nada, e por segundos esqueceu-se até mesmo de sua dificuldade, correndo seus olhos pelo corpo da menina, ainda que aquela verificação não fizesse sentido.

- Sim! Morri! - Estava aflita e com uma sensação de urgência lhe incomodando.

Lauren, ainda sem entender, deixou-se ser puxada pela latina para dentro de seu próprio quarto. Teve ajuda dela antes de pedir por tal, com a menina lhe pegando a xícara rosa.

- É do Harry - explicou quando recebeu um olhar intercalado com a xícara.

- Só podia ser - murmurou, e, desatenta, deu um gole na bebida. Antes que pudesse avisá-la de que estava quente, ouviu o resmungo ao queimar a língua.

Lauren se perguntava o que Camila tinha na cabeça? A xícara estava fumegante ainda e a fumaçinha serpenteando borda à fora era uma indicação nítida.

- Está quente.

Camila a olhou, indignada enquanto fazia um biquinho.

- Você só me avisa agora?!

- Achei que fosse óbvio - disse tranquilamente, desviando sua visão daqueles lábios antes que entrasse em transe. Teria que ser forte demais para dormir com Camila.

Além do olhar, a estudante de direito também desviou de seu caminho, queria e a evitaria o quanto desse.

- Dinah entregou seu celular- avisou, o rumo em sentido a mesa de estudos, e não a cama. Tinha consigo uma estratégia tática de evitar a menina. Já foi suficiente tomar um fora.

- Oh, eu tinha me esquecido completamente dele - para o seu desespero, Cabello chegou por suas costas, parou só um pouquinho ao seu lado, e Lauren engoliu seco quando sentiu sua presença tão perto e parte do seu corpo em sua bunda.

Camila se esticou, pegando o aparelho que Lauren deixou sobre a mesa e verificou.

- Acho que está descarregado - ela ainda se mantinha esticada, quase debruçada. Lauren ousou virar um tantinho a cabeça, olhando para atrás. Viu o que supôs que enxergaria; a bunda de Cabello empinada.

Negou com a cabeça, voltando a visão para a frente. Se Camila não fosse tão Camila, cogitaria a hipótese de estar agindo daquele jeito de propósito.

- Você disse que morreu - Deixou escapar com a voz espremida, evitando pensar no que não deveria.

Viu a menina se apropriar de seu carregador e colocar o aparelho rosa para carregar. A xícara da Pantera deixada momentaneamente de lado enquanto isso.

Camila ainda sentia um certo incômodo na língua que queimou com o líquido, então não deixava de correr a pontinha entre os lábios, tentando muito em vão identificar a origem daquele desconforto. Seu ato distraído era, por conseguinte, a tortura de Jauregui, que fitava aquela cena repetida como uma tarada.

- Eu morri! - E simples assim voltou a se lembrar de sua aflição anterior. Deixou seu celular no cantinho carregando e se virou para Lauren. Tinha o celular da morena em mãos, algo que Lauren não tinha notado antes, muito focada em outras áreas do corpo bronzeado.

Ergueu o iPhone para a colega de classe, bem a frente do seu rosto. A tela mostrou a Lauren a imagem de seu avatar estendido no chão.

Franziu as sobrancelhas. Inclinou um pouco para a frente, como se não estivesse enxergando, mas em realidade incrédula com o que via.

Ossos do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora