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Jeans claro num corte justo, a barra da calça dobrada terminando um pouco abaixo das canelas, botas de galocha de cana médio rosa, um croped de moletom de mangas longas na cor lilás com a estampa do Patrick, personagem do Bob Esponja, ao centro, e cabelos soltos ainda naquele estilo repleto de cachos.

Assim estava Camila Cabello para aquela noite de festa que seria inesquecível.

Sentia-se um pouco receosa, afinal, fazia tempo que não encontrava seus amigos e temia que fosse rejeitada por eles pelo desaparecimento. Principalmente Dinah, que já notara se magoar fácil com distâncias. Talvez por isso tenham se dado tão bem, pois, embora fossem diferentes em muitos aspectos, no quesito sentimental eram quase como gêmeas idênticas.

Desceu de sua limusine com a ajuda de Rob - não que precisasse, e sorriu em agradecimento.  Combinaram que ela mandaria mensagem ou ligaria caso precisasse voltar mais cedo. Deu o prazo de até 1h da manhã para entrar em contato, porém, tranquilizou-ou ao deixar claro que avisaria se estivesse com alguém e mudasse os planos de retornar, ou o que rolasse. Não gostava de preocupá-lo.

Dessa vez, Mendes não a acompanhava. Na verdade, a latina não o deixou a par daquela festa quando o viu pela última vez. Além disso, o rapaz tinha partido para Nova York na quarta-feira à noite, dando-lhe algum respiro.

Já diante da casa que representava a moradia dos membros da Kappa Tau Gamma, deixou sair uma lufadinha de ar trêmula. Era visível o quanto o nível ali era elevado, em comparação a festa no apartamento dos amigos. Não eram ainda nem meia-noite e já haviam pessoas jogadas pelo jardim. Alguns rolos de papéis higiênicos espalhados por todo canto, fosse no corrimão da pequena escadaria até a porta aberta, fosse nos arbustos, e até nas duas árvores que tinha a cada lado da residência. Parecia que uma tempestade de papel higiênico havia passado por ali.

Além deste item super moderno de decoração, também havia algumas luzes piscicodelicas que saíam de uma espécie de globo do teto da varanda. Alguns refletores em tons de azul, vermelho, verde, e até amarelo, estavam dispostos na calçada em direção à entrada, fazendo da enorme casa o centro das atenções. Fora o varal com pequenas luzes coloridas.

Camila achou que tudo parecia até tranquilo para o que imaginou. A música chegava abafada no quintal, então não deveria estar tão alta, logo, a festa não tão cheia.

Lado engano.

Com sua bolsinha a tira-color pendurada no ombro e o presente de Bryant nas mãos, caminhou para a entrada. Ouviu atrás de si Rob se afastar com o veículo, e largou outra respiração, dessas vez de encorajamento. 

Estava pronta para viver aquilo. Ao menos, era o que acreditava.

Enquanto andava, se assustou um pouquinho com a visão que ia recebendo mais de perto. Um casal se pegava bem do lado esquerdo do gramado, uma pegação forte, com muitos toques indevidos, e do outro lado, simultaneamente, uma garota colocava seus órgãos para fora enquanto um menino, que parecia menor de idade de tão pequeno, esmurrava suas costas como uma espécie duvidosa de ajuda. Também havia um cara desmaiado, de cara virada para o chão, e o corpo contornado por copos vermelhos.

Camila se preocupou se ele estava vivo, e não conseguiu desviar o olhar mesmo que seus passos estivessem seguindo adiante. Pensou seriamente em voltar e checar se ele estava respirando, mas sofreu um sobressalto ao ouvir um grito e quase ser atropelada por uma garota com a parte de cima de um biquíni. Atrás dela vinha um cara negro e de dreads longos.

- Ai, meu Deus! - Exclamou em alarde, já virando o rosto e fechando os olhos bem apertados. O homem estava completamente nu! Camila só pôde lamentar não ter fechado os olhos antes de ter visto o que não queria.

Ossos do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora