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Não teve tempo. Antes que desse conta, estava com Lauren agarrada ao seu corpo, lhe imprensando contra a parede do elevador. O prédio não tinha câmeras, então Jauregui não se preocupou com ter ou não privacidade. Tudo o que queria era sentir a maciez daquela boca carnuda novamente, seu tato passeando por aquelas curvas, sua língua sendo tentada pela da outra. Para além disso, também estava louca para sentir o toque da mais nova. A forma como parecia se transformar numa mulher conduzida pelo desejo, mas com nuances de sua Camz tímida. Os puxões de cabelo, os dedos lhe apertando as bordas do corpo, puxando sua camisa.

Queria dar e receber. Não sabia por qual destes se via mais ansiosa por ter, só sabia que queria.

E Camila correspondeu. Talvez não a altura do seu desespero, porém tão inerte quanto ela na aura de paixão que criaram.

Bastou um olhar para a boca uma da outra, e Lauren não ousou se segurar. Era atacante, afinal, e agora sentia que poderia sê-lo também com a latina. Sua latina. Ao menos por aquela madrugada.

A banana gigante foi ao chão, jogada num êmbolo junto da bolsinha e da jaqueta. Nada poderia detê-la. Nem mesmo o olhar de cautela e receio de Camila.

Sem condições de respirar, com aquele beijo arrebatador, Cabello se afastou, ofegante. O beijo de Lauren lhe roubava todo o fôlego, fazendo-a soar como uma asmática fumante. Agarrou-se a cintura dela, sentido o pano umido de sua camiseta nos dedos, e buscou por algum apoio.

Lauren parecia faminta de si, atacando seu pescoço com beijos e chupões que estavam lhe dando pontadas em outras áreas do corpo.

Já se contorcia, tão presa à teia de submissão de Jauregui, que derretia e gemia baixinho, estarrecida.

A morena tinha toques precisos, firmes. Capazes de lhe tirar a noção, o pudor, tudo.

A mão da estudante puxou sua coxa direita para cima, sem delicadeza, e obteve o espaço que queria para se meter entre ela, roçando seus corpos, devorando sua pele, bebendo dos seus gemidos, apreciando das puxadas no seu cabelo molhado, que Camila parecia fazer de auxílio tortura.

As mãos corriam pelos corpos, desnorteadas sem um rumo certo, porém convictas de quererem explorar cada ângulo, esquina, curva, protuberância, uma da outra.

Eram dedos insaciáveis, língua muito molhada, respiração pesada e irregular. Suspiros e olhos fechados em contenção.

Lauren não achou que fosse capaz de desejar Camila tão ardentemente outra vez, não tão cedo, pelo menos, não depois de todos aqueles rounds no quartinho da piscina, mas o fazia. E fazia com a gana de uma desconhecida, de um alguém que nunca provou do paraíso, como se nunca tivesse degustado do sabor daquela pele bronzeada, daqueles gracejos instigantes, daquela bunda esculpida por Michelangelo.

Ela estava em uma abstinência intensa e infundada, contudo, muito bem-vinda e totalmente condizente com seu desespero.

Camila não se encontrava muito distante. Estava fora de sua órbita, não sabendo dizer quem era e o que fazia. Não tinha controle sobre seu corpo, não mais. Seus pensamentos, suspiros... Tudo nela, cada reação, era somente uma resposta às provocações de Jauregui. Da sua Lauren.

E ela queria mais. Muito mais.

Não sabia o que lhe faltava, mas puxava a morena para si como se ela fosse a única capaz de aplacar sua fome, sua sede, sua agonia. Como se fosse a única resposta existente para os seus problemas e aflições.

Seu coração parecia dividido, incerto entre correr e tropeçar no peito, tão atrapalhado quanto ela era em si,  deveras desestabilizado e despreparado para as acelerações que estava sendo subjugado a executar.

Ossos do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora