10| Eu sou o problema dela

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- MENINOS, por hoje é só

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- MENINOS, por hoje é só. Podem ir. - Minha voz ecoa pelo campo enquanto observo os jogadores saírem, o som das chuteiras no gramado gradualmente desaparecendo. Um alívio sutil se espalha pelo meu corpo. Hoje não foi tão exaustivo quanto ontem, mas isso não significa que estou menos cansada. Talvez seja o peso emocional que vem me derrubando mais rápido do que qualquer treino.

Com o silêncio do campo agora predominante, recolho minhas coisas e caminho em direção ao estacionamento. O carro me espera como uma promessa de paz. Hoje, não tem Bryan em casa, nada de reclamações, nada de cobranças. Ele viajou a trabalho e, pela primeira vez em semanas, a ideia de estar sozinha soa como o paraíso. Paz.

Por mais que eu ame o Bryan, às vezes ele é insuportável. Reclama de tudo, parece que cada detalhe ao meu redor precisa estar perfeito para ele, mas nada nunca está bom. E isso pesa. A pressão que ele coloca, mesmo que sem perceber, me afoga. Preciso de espaço.

Dou partida no carro e acelero para longe do CT. A noite abraça a estrada, as luzes da cidade no horizonte parecem distantes, quase irreais. Meus pensamentos vagam, mas logo se dissipam quando noto algo no retrovisor. Uma BMW M3 cinza. Meus olhos se estreitam, e por instinto, pressiono o pé no acelerador, dando passagem para o carro de trás de mim. Ele aumenta a velocidade também, mas não me ultrapassa.

A irritação começa a subir como fogo.

- Quem é o idiota que tá me seguindo? - murmuro entre os dentes, e sem pensar, acelero mais uma vez. O carro atrás de mim faz o mesmo.

Sinto meu coração bater mais rápido, mas não é medo. É adrenalina misturada com raiva, uma combinação perigosa. Minha mente já está em alerta, os músculos prontos para reagir. Entro no túnel à frente, completamente vazio - o que deveria me trazer alívio, mas só intensifica a tensão. A BMW acelera também, agora lado a lado com a minha Lamborghini. Giro o volante bruscamente, tentando cortar o caminho do outro carro.

A pessoa que dirige é habilidosa. O motorista consegue manter o controle, igualando cada um dos meus movimentos. Isso só aumenta minha desconfiança e irritação. Quem quer que seja, está brincando comigo. Eu não estou disposta a ser o joguete de ninguém.

Agora, sou eu quem o segue, observando cada movimento. Ele faz uma curva brusca, entrando em um beco. Não hesito. Ultrapasso e bloqueio sua saída, o carro transversal no caminho. Saio do carro antes que a adrenalina me faça perder o controle, pegando a arma debaixo do banco. Sempre preparada, sempre alerta. Não posso me dar ao luxo de falhar, não agora, não com tudo que já vivi.

Caminho até o carro, a arma apontada para a porta que lentamente se abre. O coração bate forte no peito, mas minha mão está firme. A pessoa sai com as mãos levantadas, o capuz escuro de um moletom preto escondendo o rosto.

- 'Tá querendo morrer?! - minha voz é firme, mas o som ecoa dentro de mim. Minha paciência já está no limite. Quando o capuz é jogado para trás e o rosto de Endrick surge, sinto uma mistura de choque e raiva. Meu coração dá um salto desconfortável, mas eu mantenho o controle.

Contradição ||Endrick F. (1° Livro da saga Buoni Demoni)Onde histórias criam vida. Descubra agora