19| Vai em frente.

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        TEMOS MAIS um dia de jogo e, para falar a verdade, estou com bons pressentimentos

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        TEMOS MAIS um dia de jogo e, para falar a verdade, estou com bons pressentimentos. Hoje jogaremos fora de casa, na Arena Barueri, contra o Mirassol. A expectativa está no ar, mas é difícil ignorar a pressão constante.

Minha manhã e tarde foram como as de sempre: cheias, corridas, sem tempo para respirar.

— Estella! — uma voz masculina chamou meu nome no corredor, me fazendo parar abruptamente. Virei-me e vi o médico do time, Gustavo, vindo em minha direção.

— Sim? — perguntei, com uma pitada de curiosidade.

— Preciso falar com você, é importante.

Algo importante? Meu coração apertou um pouco. Será que algum dos jogadores teve um problema?

— Vamos para a minha sala. — ele abriu a última porta do corredor e me deu passagem. O tom sério na sua voz me deixava inquieta.

— O que houve? Aconteceu alguma coisa com os meninos? — perguntei, sentindo uma crescente ansiedade.

Ele se sentou calmamente na cadeira, pegou alguns papéis e respirou fundo antes de falar.

— Os meninos estão ótimos. O assunto, na verdade, é sobre você.

Franzi o cenho e me aproximei um pouco mais, já sentindo o nó se formar no estômago.

— Os resultados dos exames que você fez saíram.

Lembro dos exames que fiz quando aceitei a proposta do Palmeiras. Algo no processo havia sido “confuso”, segundo os médicos, e precisei refazê-los com mais calma. Mas não esperava que o resultado fosse algo grave.

— Vou direto ao ponto: sua saúde está relativamente boa, exceto pelo fato de que você está com pré-anemia. Isso foi causado pelo seu transtorno alimentar e, se você não tomar cuidado, pode acabar piorando.

Minha mente parou por alguns segundos. Transtorno alimentar? Anemia? De todas as coisas que eu esperava ouvir, isso não era uma delas. Eu estou ferrada. A realidade me atingiu como um soco no estômago, mas mantive a expressão firme.

Gustavo estendeu os papéis, mas recusei.

— Não, fique com eles. Não quero pensar nisso agora.

— Tudo bem — ele sorriu gentilmente, compreensivo.

— Vou tomar cuidado, prometo. E, por favor, não diga nada a ninguém, por enquanto.

— Está bem. — Ele assentiu.

Saí rapidamente da sala, fechando a porta atrás de mim. Eu não vou pensar nisso agora. Tenho um jogo importante para focar, e a última coisa que preciso é dessa preocupação ocupando minha mente.

Caminhei até o vestiário feminino, abri o armário e peguei minhas coisas. O ônibus já estava quase saindo.

[...]

Contradição ||Endrick F. (1° Livro da saga Buoni Demoni)Onde histórias criam vida. Descubra agora