11| Custe o que custar.

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Dias depois.

       — BRYAN! — Chamei o loiro novamente, aumentando o tom da voz, sentindo a impaciência crescer

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       — BRYAN! — Chamei o loiro novamente, aumentando o tom da voz, sentindo a impaciência crescer. — Bryan, filho de Deus!

       — Tô aqui! — A voz dele veio abafada, e eu a segui até o espaço de treinamento.

       Lá estava ele, ofegante, suado, e socando o saco de boxe com uma fúria latente. Cada golpe parecia ecoar na sala, como se ele estivesse tentando expurgar algo muito maior do que apenas tensão física.

       — Por que não me falou que viria hoje? — Perguntei enquanto me aproximava, minha voz mais suave agora, tentando esconder o caos que ainda fervia dentro de mim.

       — Acabei esquecendo, foi mal. — Ele respondeu, sem tirar os olhos do saco de boxe, enquanto se afastava um pouco, respirando pesadamente.

       — Como foi lá? — Peguei uma bandagem vermelha e comecei a enrolá-la em volta das minhas mãos com a precisão de quem já fez isso milhares de vezes. O ato de apertar a fita contra a pele sempre me ajudava a me centrar, a focar em algo tangível.

       — Traumatizante. — A resposta veio pesada, carregada. — Cinco corpos no mesmo local. Um deles, o assassino escondeu dentro da parede.

       — Ele deixou a parede oca? — Perguntei, tentando manter a conversa leve, mas a gravidade da situação pairava entre nós.

       — Por incrível que pareça, não. — Ele riu sem humor. — Só percebi pelos respingos de cimento no chão.

       Eu parei por um momento, absorvendo o que ele tinha dito. A adrenalina subiu por mim, mas não era o tipo de excitação que eu procurava. Era o tipo de história que fazia meu peito se apertar.

       — Esse é o tipo de caso que eu queria resolver. Adrenalina pura. — Disse, terminando de enfaixar minhas mãos, deixando minha voz escapar com uma falsa leveza. Coloquei as luvas, o som delas apertando ao redor das minhas mãos era familiar e reconfortante. Bryan, por outro lado, pareceu me observar com aquele olhar de quem sabia que eu estava tentando me distrair de algo mais profundo.

       — Você literalmente achou um corpo dentro do mar, do MAR! — Ele me lembrou, aumentando o tom como se aquilo fosse surreal. — E o corpo estava sem cabeça! Isso sim é adrenalina.

       — Você já resolveu casos piores. — Disse, esquivando de um dos cruzados dele, sentindo meu corpo fluir no ritmo do treino.

       — Tenho que concordar. — Ele tentou um gancho, mas desviei com facilidade, e um pequeno sorriso curvou meus lábios. — Mas mudando de assunto, o que rolou entre você e o Endrick no sábado?

Contradição ||Endrick F. (1° Livro da saga Buoni Demoni)Onde histórias criam vida. Descubra agora