27| Céu e inferno. Segurança e caos.

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        HOJE TÍNHAMOS mais um jogo

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        HOJE TÍNHAMOS mais um jogo. Mais uma semifinal do Campeonato Paulista, dessa vez contra o Novorizontino. 31 dias se passaram desde o último grande evento, mas a verdade é que, nesse meio tempo, quase nada mudou. Tivemos quatro jogos — Portuguesa, São Paulo, Botafogo-SP e Ponte Preta. Resultados previsíveis, nada que movimentasse as águas. Mas hoje… hoje era diferente. Eu sentia isso no ar, na pressão nos ombros de cada jogador.

Saímos do vestiário com a mente no jogo, mas o primeiro tempo foi... razoável. Nenhum dos dois times conseguiu abrir o placar. Cada tentativa, de ambos os lados, parecia travada. O Novorizontino criou mais chances, testando nossa defesa e obrigando Weverton a ser praticamente heroico. Ele manteve o zero no placar, nos salvando de uma situação pior.

Quando a árbitra apitou o início do segundo tempo, o Palmeiras começou com a posse de bola. Eu podia sentir a tensão no ar, densa, quase palpável.

O segundo tempo mal havia começado quando tudo mudou. Aquela primeira metade arrastada e indecisa foi substituída por algo muito mais vibrante, e eu não conseguia parar de observar Endrick. Havia algo nele, algo que atraía minha atenção de forma quase involuntária. O jogo estava lá, mas meu olhar se fixava nele, naquela energia que ele irradiava.

Aos 7 minutos, finalmente veio o momento. Mayke lançou a bola com precisão, encontrando a cabeça de Flaco, que a escorou com perfeição para Endrick. O tempo parecia desacelerar enquanto ele ajeitava a bola, seu toque confiante, como se soubesse que aquele gol já estava destinado a acontecer. E então, com um chute firme, direto — gol.

Palmeiras 1, Novorizontino 0.

A explosão da torcida preencheu o estádio, mas o que me prendeu de verdade foi a celebração de Endrick. Não era uma comemoração comum. Não, foi algo inesperado, quase teatral, carregado de um simbolismo que me pegou de surpresa. Ele pegou aquele enorme tapete circular com o escudo do Palmeiras e o colocou nas costas, esticando os braços como se exibisse um manto de guerreiro. Por um instante, me senti transportada para um cenário épico, como se estivesse assistindo a uma cena de um filme que mexe com suas emoções mais profundas.

E então, como se soubesse exatamente o efeito que teria em mim, Endrick deixou o escudo de lado e, caminhando em direção à torcida, fez o gesto de sacar uma espada invisível das costas. Com um joelho no chão, ele "cravou" aquela espada imaginária no gramado, como um cavaleiro vitorioso reivindicando seu território.

Um arrepio me percorreu, mas não era por causa do frio. Havia algo naquilo que mexeu profundamente comigo, algo que ressoava mais fundo do que eu gostaria de admitir. Meu coração parecia pular uma batida. Era impossível desviar o olhar; como se ele estivesse me chamando, sem dizer uma única palavra. O mundo ao meu redor sumia, e tudo o que restava era ele — a intensidade daquele momento, daquele gesto.

Os outros jogadores se aglomeravam ao redor de Endrick, celebrando, mas ele se levantou. Seu olhar, firme e direto, me procurava no meio da comissão técnica. E quando finalmente me encontrou, senti um choque, como se ele tivesse me puxado para aquele instante, me desafiando.

Contradição ||Endrick F. (1° Livro da saga Buoni Demoni)Onde histórias criam vida. Descubra agora