14| É uma ameaça?

74 4 0
                                    

      SENTADA NO sofá, tudo parecia vazio

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

      SENTADA NO sofá, tudo parecia vazio. Dias de folga sempre me deixaram desconfortável. Enquanto as pessoas aproveitam para descansar ou colocar suas coisas em ordem, eu sinto uma ansiedade que não sei explicar. Já arrumei minha casa de cima a baixo em quatro horas e, agora, cá estou, olhando para o nada. A falta de algo para fazer me consome.

        Mandei mensagem para o Raphael e o Bryan logo de manhã, sugerindo que a gente fosse jantar. Nada. Nenhum deles visualizou. E, conhecendo os dois, isso é estranho. São o tipo que manda mensagem toda hora, para falar besteira ou só para encher o saco. Agora, o dia todo sem sinal? Algo não está certo.

        O visor do celular acendeu, e vi a notificação de uma chamada perdida. Veiga. Trinta segundos atrás. Suspirei.

        — O bonito resolveu dar as caras — murmurei, atendendo.

        — Será que você pode vir aqui em casa? Acho que tem fantasmas! — Ele parecia desesperado.

        — Tá de sacanagem, Raphael? Fantasmas não existem.

        — É sério, PORRA!

        O grito dele foi tão forte que me fez ficar alerta. No fundo da ligação, ouvi um barulho. Minha preocupação aumentou. Ele não parecia estar brincando dessa vez.

        — Você tá sozinho? — perguntei, já pegando as chaves em cima da mesa.

— Tô — a voz dele estava trêmula.

        Veiga sempre foi paranoico com essas coisas. Desde criança, ele tinha um medo irracional de histórias de terror. Eu o conhecia o suficiente para saber que, se estava falando daquele jeito, algo o havia assustado de verdade.

        — Me espera do lado de fora, tô subindo.

        Desliguei a chamada, fechei a porta atrás de mim e comecei a subir a ladeira. Por que foram inventar de construir minha casa numa subida tão íngreme? Cada passo parecia mais longo e, junto com isso, minha preocupação aumentava.

        Cheguei em frente à casa dele, e nada. Nenhum sinal do Raphael. As luzes estavam apagadas, o silêncio era quase absoluto. Meu coração começou a bater mais rápido.

        — Raphael! — chamei, mas não houve resposta.

        Minha inquietação crescia. Que diabos estava acontecendo?

        — Porra, Veiga... — girei a maçaneta e empurrei a porta.

        Assim que abri, todas as luzes se acenderam de uma vez, me cegando por um momento. Dei um passo para trás, assustada, quando ouvi gritos.

"Surpresa!"

        Raphael, Endrick, Bryan, Richard, o elenco do Palmeiras, seus familiares... todos pulando e cantando parabéns. Demorou alguns segundos para cair a ficha. Era meia-noite. 23 de fevereiro. Meu aniversário.

Contradição ||Endrick F. (1° Livro da saga Buoni Demoni)Onde histórias criam vida. Descubra agora