34| Eleonor era Estella.

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Abri os olhos com dificuldade, minha visão turva sendo tomada por um ambiente negro e vazio

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Abri os olhos com dificuldade, minha visão turva sendo tomada por um ambiente negro e vazio. Meu corpo parecia pesado, como se carregasse o peso de algo que eu não conseguia lembrar. Quando minha consciência retornou por completo, percebi que estava com os pés submersos em água gelada. O toque era suave, mas havia algo inquietante naquela sensação.

Comecei a andar, procurando algum ponto de referência, qualquer coisa ou alguém que me trouxesse respostas. Mas aquele lugar era como um labirinto. Cada passo parecia levar-me de volta ao mesmo lugar, como se eu estivesse andando em círculos, preso em um loop que minha mente não conseguia escapar.

Foi então que um som cortou o silêncio, distante, mas ao mesmo tempo próximo, como um eco que se espalhava pelo vazio. Risadas. Risadas femininas, doces e genuínas, cheias de uma felicidade que parecia deslocada daquele cenário sombrio.

Fui em direção ao som, meus passos ecoando pela água rasa. Quanto mais me aproximava, mais meu coração parecia acelerar, tomado por uma mistura de ansiedade e curiosidade. Quando finalmente vi de onde vinha, senti meu corpo estremecer.

Diante de mim estavam Estella e uma garota mais jovem, que parecia ter cerca de 15 anos. Estella estava deslumbrante em um vestido branco de alças finas, o tecido fluindo como uma segunda pele. A outra menina, no entanto, era um contraste intrigante: vestia uma blusa masculina cinza manchada de sangue, combinada com um short jeans desbotado.

Havia algo na garota que me deixava inquieto. Ela não tinha tatuagens que marcavam o corpo de Estella, e seus cabelos eram lisos, sem os cachos característicos de Estella. Ainda assim, a semelhança entre elas era inegável.

Ambas usavam o mesmo colar: um pingente de espada com um girassol minúsculo pendurado. O brilho metálico chamou minha atenção, uma memória à beira de emergir, mas ainda fora de alcance.

— Merda… Eu tenho esse colar. — murmurei, minha voz ecoando no vazio, mas sem respostas. Não conseguia lembrar onde ou como o havia conseguido, mas a sensação era familiar, quase dolorosa.

Antes que pudesse fazer qualquer coisa, um garoto apareceu na visão delas. Eu o reconheci de imediato. Era eu. Mais jovem, talvez com 18 anos, carregando o brilho de uma inocência que agora parecia perdida. Ele sorriu para a garota mais nova e ficou ao seu lado. Os três estavam radiantes, sorrisos estampados em seus rostos. Não pude deixar de notar as covinhas no rosto das duas.

Meu coração deu um salto. Quem era aquela garota? Por que ela parecia tão familiar? Uma filha que ainda não existia? Uma versão do passado que eu tinha esquecido? Cada pensamento era uma faca, cortando minha mente com perguntas sem respostas.

Eles olharam na minha direção, mas não pareciam me ver. Eu não era parte da cena; eu era apenas um observador, um narrador sem voz.

Foi quando a verdade me atingiu como um soco.

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⏰ Última atualização: 6 days ago ⏰

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Contradição ||Endrick F. (1° Livro da saga Buoni Demoni)Onde histórias criam vida. Descubra agora