17| Oliver era a minha âncora.

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9 anos atrás.

CHEGUEI MAIS cedo no QG, exatamente como Oliver pediu

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CHEGUEI MAIS cedo no QG, exatamente como Oliver pediu. Talvez cedo demais, já que o lugar está vazio. O escritório dele tem um espaço peculiar, um pequeno cômodo sem porta, transformado por Oliver em uma espécie de refúgio literário. Ele tirou as quatro paredes brancas e as substituiu por estantes repletas de livros. Cada gênero que se possa imaginar está aqui – romance, fantasia, ficção científica... É como se ele tivesse escolhido cada título para me transportar para um novo mundo.

Me sentei em um puff no centro, pegando um dos livros. Este espaço é, sem dúvida, o meu favorito. E o mais especial? Ele foi feito só para mim. Oliver disse que é para ficar de olho em mim, garantir que eu não faça nenhuma besteira. No fundo, ele tem razão.

Perdida no livro, fui surpreendida por vozes conhecidas.

— Te achamos! — George anunciou ao entrar, seguido por Hector e Ronny.

Hector se jogou no chão com aquele sorriso sarcástico de sempre. — Qual a desculpa dessa vez pra sua tia?

Fechei o livro e me juntei a eles, suspirando. — Disse que vou passar o dia na biblioteca estudando, porque amanhã tem treino e jogo, e que vou dormir na casa de uma amiga à noite.

Ronny arqueou uma sobrancelha, já puxando um papel do bolso. — Biblioteca? Já usamos isso mais de 324 vezes. Que tal passeio escolar? Ou um treino demorado?

George riu. — Treino é sempre uma boa desculpa.

Revirei os olhos, achando graça daquela conversa tão boba e familiar. — Você tem uma lista de desculpas?

Ronny me olhou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. — Você não?

Joguei uma almofada nele, arrancando risadas dos três. Era assim sempre com eles: leve, divertido, sem complicações. Até que a porta se abriu e Oliver entrou, lançando aquele olhar confuso que só ele faz.

— Trouxe o que pedi? — ele perguntou, direto, mas com um sorriso discreto nos lábios.

Coloquei o livro de volta na estante e fui até ele. — Sim. Mochila com uma muda de roupa, comida e água, como você pediu.

— Perfeito. — Ele sorriu um pouco mais.

Antes que Ronny pudesse segurar a curiosidade, soltou: — Onde vocês vão?

Lancei um olhar cúmplice para Oliver, que entendeu imediatamente. Um sorriso malicioso apareceu no rosto dele enquanto se preparava para provocar.

— Vamos para Roma, visitar o cemitério dos D'Angelo Ferreira. Quer ir?

Ronny ficou pálido. — Nem morto!

Oliver segurou o riso e eu completei: — Tecnicamente, você vai de qualquer forma.

Ele balançou a cabeça, rindo, e jogou uma almofada em Oliver. — Vão a merda, vocês dois! — resmungou, saindo irritado, enquanto Hector e George gargalhavam e o seguiam.

Contradição ||Endrick F. (1° Livro da saga Buoni Demoni)Onde histórias criam vida. Descubra agora