24| Hello Kitty ou Pikachu?

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9 anos atrás

        HECTOR E EU estávamos nos últimos ajustes nos carros, o som metálico das ferramentas ressoando pelo ambiente enquanto o ar denso de expectativa dominava a garagem

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HECTOR E EU estávamos nos últimos ajustes nos carros, o som metálico das ferramentas ressoando pelo ambiente enquanto o ar denso de expectativa dominava a garagem. George, Ronny e os irmãos De Martino verificavam as armas com precisão calculada. Era mais um dia antes de uma missão, e o clima de tensão nos fazia evitar falar demais.

- Elite! Comigo. - A voz de Oliver ecoou pela garagem, firme e inquestionável. Quando ele chamava assim, todos sabíamos que não era para discussão.

Nossos olhares se cruzaram rapidamente, e deixamos tudo de lado, indo em direção ao escritório. Oliver nos esperava encostado na sua mesa, braços cruzados, seu olhar calmo, mas afiado. A maneira como ele sempre estava no controle total, mesmo nas situações mais delicadas, me intrigava e, às vezes, me deixava desconfortável.

- Acho que todos já sabem o que vai acontecer - ele começou, seus olhos passando por nós, firmes e sem hesitação. Acenamos em concordância. - Para essa missão, quero discrição. Pequena e precisa. Ronny, Hector, cobrem a entrada da rua. Se Jhon voltar mais cedo, me avisem. Piter, Michael, fiquem no final da rua, mesma função. George, sua mira será essencial. Um dos meus contatos vai te colocar no prédio em frente à mansão, quinto andar. De lá, você vigia qualquer movimento estranho na entrada.

Oliver analisou cada um de nós por um breve momento e, então, parou os olhos em mim.

- Podem ir se preparar.

Enquanto os outros se moviam, eu os segui, até que senti o puxão no meu pulso. Oliver me segurava, com aquele olhar profundo que sempre me fazia sentir que ele sabia mais do que eu deixava transparecer.

- Menos você. - Sua voz tinha uma gravidade diferente, uma intimidade perigosa que me fazia sentir uma mistura de alerta e desconforto. - E você, monstrinha, já sabe o que vai fazer, certo?

Monstrinha. A palavra que costumava me fazer querer desaparecer, agora era apenas uma lembrança do que eu havia me tornado. Dois anos atrás, esse apelido era uma tortura, mas hoje, eu o abraçava de forma quase natural.

Suspirei, mantendo o olhar firme nele. - Certo. Vou caminhar pela calçada, me disfarçar até que ele saia. Depois, entro pela porta dos fundos, subo até o escritório no terceiro andar e acesso a conta bancária dele. E... - pausei, sentindo o peso do olhar de Oliver sobre mim - pego de volta o dinheiro que ele nos roubou.

Oliver sorriu de forma quase imperceptível, como se estivesse orgulhoso. - Tecnicamente, nós não estamos roubando. Apenas... pegando o que é nosso por direito. - Seus olhos brilharam com aquela confiança característica que sempre me desafiava.

Dois meses atrás, uma missão que valia mais de 12 milhões de euros foi executada. O dinheiro, pelas regras, deveria ser dividido igualmente entre os quatro naipes. Mas Jhon, a carta rei de Paus, traiu todos, ficando com o dinheiro para si. E agora, estávamos aqui, prontos para tomar de volta o que era nosso.

Contradição ||Endrick F. (1° Livro da saga Buoni Demoni)Onde histórias criam vida. Descubra agora