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*Narrador

Os cinco encaravam a garota que estava nervosa, sua mente estava a milhão e ela tentava formular alguma mentira envolvendo a foto.

- Certeza que é uma tal fefic aí. - Dinho fala e Júlio nega.

- É fanfic, cabeçudo. - ele corrige o amigo que dá de ombros.

- Isso aí. - Dinho fala e segura o pulso de Diana, vendo a foto. - Não é o Samuel.

- Como não? É a minha cara aí. - Samuel fala confuso.

- Mas na foto parece que você tá descendo de um jatinho. - Dinho puxa o braço de Diana, fazendo ela ir com tudo pra frente e cair de barriga no chão. - E na vida real você não tem nem os cinquenta centavos do ônibus.

- O ônibus custa cinquenta centavos? - Diana pergunta incrédula. - Porra, eu pago quatro e quarenta chorando. - ela puxa o braço de volta e dá um tapa na perna de Dinho. - Isso é por me derrubar.

- Vai ficar fugindo do assunto até quando? O que é isso de Em seus braços? - Sérgio fala e Diana o fuzila com o olhar. - Vou te encher até falar.

- É uma fanfic com o Sam, satisfeito? - ela pergunta irritada e ele sorri.

- Se fanfic é uma história... Por que você escreveu uma história com ele? - Bento faz careta. - Ele é o mais feio.

- Só perco pro teu pai, aquele corno. - Samuel xinga e Diana da risada. - Ela fez comigo porque eu sou o mais bonito do grupo.

- Concordo. - Diana sorri, mas seu sorriso logo se desfaz ao ter os cinco a encarando. - Eu disse que discordo. - ela pigarreia. - Eu fiz com você porque... Porque eu gosto muito de baixo, meu sonho é aprender a tocar.

Não era mentira, ela só omitiu a informação principal.

- Eu te ensino. - ele dá uma piscadinha para a mesma e ela sente algo estranho no estômago.

- Malditas borboletas. - ela resmunga e leva a mão até a barriga.

- O quê? - Júlio pergunta.

- Adoleta, eu disse adoleta. - ela fala. - Sabem brincar de adoleta?

- Nossa, mas você acha que somos burros? - Dinho pergunta ofendido.

- Ela não acha, ela tem certeza. - Bento fala rindo.

- Sabe ou não sabe brincar de adoleta, Dinho?

- Tem diferença entre adoleta do passado e do futuro? - ele pergunta e ela revira os olhos. - Que adoleta?

- Aquela que te torce as teta. - Diana aperta o mamilo dele sobre a camiseta e se levanta correndo.

- MAS É UMA PRAGA! - Dinho xinga e leva a mão até o peito enquanto os amigos gargalhavam.

- FOI PENSAMENTO INTRUSIVO, FOI PENSAMENTO INTRUSIVO. - Diana grita desesperada quando Dinho se levanta e corre atrás dela. - SOCORRO.

- Vem cá, praga. - ele fala ainda correndo atrás dela.

- Me ajudem. - Diana pede e se esconde atrás de Sérgio.

- Traidores! - Dinho resmunga quando Sérgio se levanta e fica na frente dela, impedindo Dinho de se aproximar.

- Sam, se vira. - Sérgio fala deixando Samuel confuso, a garota é surpreendida quando Sérgio a puxa pela cintura e a empurra na direção de Samuel que a segura antes que ela caia no chão. - CORRE QUE EU SEGURO O BOI BRAVO.

Samuel segura a mão de Diana e sai correndo, Bento e Júlio gargalhavam ainda jogados no chão e Sérgio segurava Dinho.

Samuel e Diana vão para o outro lado do parque e ao pararem de correr, ambos se encaram e gargalham.

- Porra, me senti um peão com o Sérgio me girando daquele jeito. - Diana fala e Samuel dá risada.

- De onde você tirou essa coisa de adoleta? - ele pergunta rindo, ainda ofegante.

- É que você ainda não ouviu a do durex. - ela dá risada e Samuel nega. - Mas devem conhecer a do Mario.

- A do armário?

- Essa mesma. - ela responde e ele sorri.

- Acho que não vamos conseguir voltar. - Samuel fala ao sentir uma gota cair em seu braço.

- Por que? - Diana pergunta confusa, mas logo é respondida pela chuva que começa a cair. - Aí droga.

- Vamos pra casa, vem. - Samuel estende a mão para a garota, ela segura sua mão e ambos começam a caminhar, mas a chuva engrossa. - Você atrai chuva, é? - ele pergunta e ela dá risada.

- Eu gosto de chuva. - ela sorri, mas seu sorriso se desfaz e seu corpo treme quando um trovão ecoa. Samuel dá risada e nega a puxando para perto.

- Você tem medo de trovão? Medrosa!

- Eu tenho medo de qualquer barulho muito alto, mas de trovão principalmente. - suspiro. - Não vai falar para os meninos, Dinho não me deixaria em paz.

- Não falo, relaxa. - ele dá risada quando outro trovão ecoa e Diana se encolhe trêmula do mesmo jeito. - Vem cá. - ele a puxa para mais perto e passa seu braço pela cintura da mesma.

Os dois vão caminhando pra casa embaixo de chuva mesmo já que não tinham outra escolha. Samuel observava a forma como Diana olhava ao seu redor detalhadamente, como se estivesse gravando cada detalhe das ruas, mas sentiu a garota o encarar diversas vezes.

- Sam?

- Eu.

- Qual o seu sonho? - ela pergunta de forma objetiva, fazendo com que Samuel pare de andar e a encare.

- Meu sonho é... - ele coça a nuca nervoso. - Meu sonho é ter um relacionamento em paz com a Clara.

Ele mente, mas se arrepende ao ver tristeza refletir nos olhos da garota. Por que ela ficou triste? Ele não conseguia entender.

Diana apenas assente e volta a caminhar, Samuel a alcança e a para.

- E você? Qual seu sonho? - ele pergunta a olhando nos olhos.

Ambos estavam encharcados e a água escorria por seus rostos. Diana tinha algumas mechas de cabelos grudadas no rosto devido a chuva, Samuel tira uma por uma e coloca atrás de sua orelha fazendo a garota se arrepiar a cada toque seu.

- Um deles eu já realizei. - ela sorri para ele e Samuel sente algo estranho no estômago, algo que ele nunca sentiu antes.

Como um único sorriso pode mexer tanto com o garoto? Ele não sabia explicar.

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Capítulo escrito: 20.03.2024

Capítulo postado: 20.03.2024

Sonho de amor - Samuel Reoli (M.A)Onde histórias criam vida. Descubra agora