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*Narrador

Os garotos encaram ela como se ela fosse louca.

- Passado? Do que você está falando? - Júlio pergunta e ela suspira.

- Nem eu sei. - ela passa as mãos nos cabelos molhados.

- Olha, você está assustada e machucada. - Sérgio se aproxima e coloca a mão no ombro dela com delicadeza. - Nos fale onde mora, vamos levar você pra casa.

Diana suspira frustrada, apesar de morar do lado de Guarulhos, ela não conhecia muito a município. O máximo que frequentava era o shopping Internacional, ela até poderia passar o endereço da casa de sua avó e... Não, isso está fora de cogitação.

- Não precisam se preocupar, eu volto pra casa... - ela pensa por alguns segundos. - Andando.

- Desse jeito? E nessa chuva? - Bento pergunta incrédulo. - Nem pensar, eu não sei onde você pensa que está, mas está em São Paulo, lugar ontem tem um filho da puta em cada esquina.

- Bento tem razão, é tarde demais para você voltar pra casa sozinha e ainda mais vestida assim. - Júlio continua. - Nos deixe te ajudar.

- Eu não sei pra onde voltar, tá legal? - ela fala frustrada. - Não sei onde eu estou, eu não sei de nada... Eu não sei nem se isso é real.

- Eu acredito em você. - Júlio fala e ela o encara confusa. - Acredito sobre ser do futuro.

- Acredita? - Dinho pergunta incrédulo.

- Pensem comigo, nós nunca vimos ela na vida e aí na hora de fazer os pedidos ela invadiu nossas mentes e como em um passe de mágica ela apareceu na frente do carro, nós desejamos ela, agora o porquê eu não sei. - ele fala e Bento revira os olhos.

- Estão mesmo acreditando nisso? - ele resmunga e Júlio o fuzila com o olhar.

- Então explica o que é aquilo no braço dela, hein? - ele aponta para o relógio do braço de Diana. - Qual o nome mesmo?

- Smartwatch, mas mais conhecido como relógio. - ela responde.

- Viu? Relógio inteligente, deve ser alguma tecnologia do futuro. - Júlio fala e Dinho nega.

- Isso aí é coisa de gringo, ela deve ter comprado em outro país. - ele fala e Júlio respira fundo e puxa o braço de Diana.

- Então me expliquem essa foto que nós nunca tiramos na vida. - ele fala e os quatro se aproximam para encarar a pequena tela. - O Samuel parece estar com o rosto mais velho, todos nós parecemos estar mais velhos.

- Não exagera que são só meses. - ela resmunga e ele a solta. - Olha, tá tudo bem se vocês não acreditam em mim, não os julgo.

- Não é que não acreditamos, nós só... Isso é loucura. - Samuel que até então estava quieto fala e Diana suspira.

- Coloca loucura nisso. - ela fala e seus olhares se encontram, mas ela logo desvia os mesmos para o chão.

A chuva finalmente diminui e os jovens continuam apertados dentro do vagão do trem.

- Eu sei onde podemos ir. - Dinho fala e sai do vagão.

- Agora? - Bento pergunta.

- Não, não, amanhã. - Dinho resmunga. - Ou semana que vem, o que acha?

- Cavalo. - Bento resmunga e sai do vagão, Sérgio, Samuel e Júlio vão atrás.

- Você não vem? - Samuel pergunta para a garota que os observava completamente perdida. Os amigos já estavam seguindo até o carro de Júlio novamente.

Sonho de amor - Samuel Reoli (M.A)Onde histórias criam vida. Descubra agora