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*Narrador

Samuel esperava impaciente enquanto Clara conversava com a recepcionista. A garota bate as mãos na mesa e se inclina irritada.

- Procura direito. - ela fala em um tom rude e Samuel a segura pelos ombros.

- O que é isso? Ficou louca? - ele pergunta incrédulo.

- Senhora, eu já disse uma vez e volto a repetir não tem nenhuma consulta marcada com o nome de Clara Silva. - a recepcionista fala e Clara a encara irritada.

- Isso é ridículo. - ela fala e se vira para o Samuel. - Eu marquei a consulta.

- Com qual médico você marcou? - a recepcionista pergunta e Clara engole em seco.

- E-eu não sei. - ela fala nervosa. - Vamos embora, Sam! Estou passando mal.

- Podemos tentar uma consulta de encaixe, acho que a doutora Suzana consegue fazer o seu ultrassom. - a recepcionista insiste e Clara leva as mãos até o rosto e nega.

- Eu estou passando mal. - ela repete. - Vamos embora, Sam.

- Mas... - ela o interrompe.

- Vamos embora, Samuel!

Samuel suspira frustrado e a recepcionista o encara com pena.

- Obrigado. - ele agradece quando ela devolve para ele o cartão do sus e o rg de Clara.

Ambos seguem para fora do hospital e ao se aproximar do carro de Júlio, ele abre a porta para ela entrar. Quando vai dar a volta vê uma mulher com vestido vermelho, cabelos pretos e um batom vermelho vibrante encostada em um poste o encarando, mas foi apenas ele piscar que a mulher some.

O garoto balança a cabeça levemente e entra no carro, ligando o mesmo e logo colocando o cinto.

Os últimos dias estavam sendo difíceis para ele, a confusão que ele sentia sobre Diana dentro do seu coração foi embora ao ver a garota no estado depressivo. Ele nunca se preocupou tanto por alguém da mesma forma que se preocupou com ela, durante os três dias ele ia até o quarto e passava a manhã sentado no chão ao lado dela e em silêncio, só saia do quarto na hora de ir para a locadora e a primeira coisa que fazia quando chegava era ir ver ela novamente.

Foi ali que ele entendeu que estava apaixonado, só não sabia como revelar isso para ela.

- Sam, está me ouvindo? - ele é disperso de seus pensamentos ao ouvir a voz de Clara. - Não vai dirigir? Já está aí pensando tem uns dois minutos.

- Acabei me distraindo. - ele fala e sai com o carro, quando o mesmo vira a esquina, Clara coloca a mão na sua coxa e ele se esquiva. - Vai ficar na sua casa ou na casa da sua avó?

- Pensei em passarmos o dia juntos. - ela fala e ele suspira.

- Eu vou trabalhar agora na parte da tarde, Clara.

- Eu posso ir com você para a locadora, assim aproveito e vejo seus pais.

O posto de saúde não ficava tão longe da casa da garota, então em poucos minutos Samuel já estava entrando na rua da mesma.

- Clara, é melhor você ficar em casa. - ele fala ao estacionar em frente a casa.

- Vai continuar fazendo isso? - ela pergunta e ele suspira. - Você pediu espaço e eu te dei um mês para pensar, vai mesmo continuar fingindo que não existe nada entre nós?

- Mas não existe nada entre nós, Clara! - ele exclama e ela suspira, segura a mão dele e coloca em sua barriga.

- Um filho não é o suficiente para fazer você voltar a me amar?

Sonho de amor - Samuel Reoli (M.A)Onde histórias criam vida. Descubra agora