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*Narrador

Assim que as duas saem da casa de dona Inês, Liz encara a amiga esperando por algum comentário, mas Diana estava perdida em seus próprios pensamentos.

- E o que quer fazer agora? - a loira pergunta e Diana a encara.

- Voltar pra casa? - ela sugere e Liz assente.

- O que você tem?

- Eu não entendo, se esse não é o desejo dele, por que ele disse que era? - ela pergunta confusa e Liz da de ombros.

- Sei lá, isso de desejo ainda é confuso pra mim. - ela responde, mas suspira ao ver a expressão cansada da amiga. - Você precisa fazer o que a velha falou, vive e deixa que tudo se resolve sozinho, aprende a esperar.

- Eu não sei esperar. - Diana resmunga e a amiga da risada.

- Me conta uma novidade. - Liz provoca e leva um tapinha da amiga no braço. - Vem, vamos tomar um cafézinho.

Ela segura a mão da amiga e segue até a padaria na esquina, o atendente sorri ao ver a mesma.

- Liz!

- Fala, Jorge. - ela retribui o sorriso. - Me vê um café com leite e... Água. - ela fala e Diana sorri. - Você é uma fresca.

- Não sou fresca, só não gosto de café.

- Você não gosta de nada, criança. - Liz resmunga e Diana da risada, o rapaz se aproxima e coloca os dois copos sobre o balcão. - Vai continuar com essa cara triste?

- Eu preciso arrumar um emprego, Liz. - ela fala e Liz a encara. - Preciso ocupar a mente e preciso ajudar os meninos com as despesas da casa.

- Mas logo eles não vão ser ricos? - ela pergunta confusa.

- Liz! - Diana repreende a amiga que levanta os braços em rendição. - Eu encontrei cem reais na rua, consigo me virar por uns dias, mas preciso de mais dinheiro.

- Desculpa interromper vocês duas, mas ouvi que está procurando emprego. - um senhor que estava ao lado das duas fala chamando a atenção da dupla. - Eu estou procurando meninas para trabalharem no meu restaurante.

- Sério? - Diana pergunta animada e o homem assente. - Poxa e quais são os requisitos?

- Você atende eles, querida, não se preocupe. - o homem sorri e se levanta, ele tira uma caneta do bolso e anota um endereço em um guardanapo. - Vem fazer uma entrevista ainda hoje.

- Claro, que horário? - Diana pega o guardanapo e olha o endereço anotado.

- Depois das oito. - ele responde ela assente. - Com licença, garotas.

As duas observam o homem se afastar e Liz toma o último gole do café.

- Você não vai, né? - ela pergunta tirando uma nota de dois reais do bolso e colocando sobre o balcão.

- Por que não? - Diana pergunta confusa.

- Porque é claramente um golpe, Diana. - ela responde como se fosse óbvio e Diana revira os olhos.

- Como você arrumou seu emprego na loja de roupa? - ela pergunta e Liz da de ombros e se levanta, saindo da padaria, Diana se levanta e segue a mesma.

- Estava no mercado e ela puxou fila comigo, falei que estava morando em Guarulhos recentemente e comentei que estava atrás de emprego e ela me falou que precisava de uma atendente. - Liz fala e Diana cruza os braços e a encara.

- Qual a diferença entre isso e o homem me oferecendo um emprego? - ela questiona e Liz suspira.

- Porque era possível ver a maldade nos olhos daquele cara, Diana! - ela responde e Diana suspira. - Você precisa parar de achar que todo mundo é bonzinho ou amorzinho.

Sonho de amor - Samuel Reoli (M.A)Onde histórias criam vida. Descubra agora