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*Narrador

Após comprarem o necessário e voltarem pra casa, Júlio insiste para que Diana o deixe ajudar.

- 'Tá, mas só porque eu não sei fazer pudim. - ela fala e ele dá risada. - Quer dizer, eu sei... Mas nunca fiz, não gosto muito.

- E por que vai fazer? - ele pergunta confuso, tirando as coisas da sacola e colocando sobre a mesa.

- O Sam gosta! - ela responde pegando as sacolas e dobrando, mas olha para o amigo quando escuta ele dar risada. - O quê? - ela pergunta confusa.

- Você 'tá gostando dele. - ele fala e ela nega.

- Eu gosto de todos vocês. - ela retruca.

- Mas você está se apaixonando por ele, bastou dois dias para ele ganhar seu coração?

- Eu não estou me apaixonando, Júlio! Ele é meu favorito e acho que isso mexe bastante, mas vocês ainda são vocês, não vou me apaixonar pelo Samuel. - ela resmunga e ele assente.

- Se você diz, quem sou pra discordar? - ele pergunta e ela suspira.

- Eu só... Olha, vocês são muito importantes pra mim e eu daria o mundo pra vocês se fosse necessário, mas o Sam... Ele me salvou, Júlio.

- Ele sabe disso? - Júlio pergunta abrindo o armário e pegando o que iriam usar.

- Ele sabe que ele me ajudou, mas acho que não sabe o quanto. - ela fala sem graça.

- Deveria contar pra ele, mas com detalhes. - ele fala colocando a forma sobre a mesa. - Ele ficou meio confuso, não entendeu se o luto que você estava falando era sobre sua mãe ou outra pessoa.

- Ele te contou? - ela pergunta surpresa.

- Eu sou um dos melhores amigos dele, ele conta tudo pra mim, Di. - ele sorri pra garota. - O que você acha que está acontecendo agora no seu ano?

- Não faço a mínima ideia. - ela força uma risada. - Não gosto de pensar muito sobre lá, pelo menos não estando aqui.

- Entendo... Enfim, por onde vamos começar? - ele pergunta esfregando as mãos.

- Sabe fazer pudim?

- Eu não. - ele responde e ela faz careta.

- É nessas horas que sinto saudades do meu celular, era só jogar no Google ou ver no YouTube. - ela resmunga. - Eu queria tanto fazer o pudim que ele gosta.

- Eu já sei. - Júlio segura a mão da mesma e a puxa para sala, Diana observa confusa enquanto ele pega o telefone e disca alguns números. - Alô? Oi, tia... É o Júlio, a Su está em casa?

Diana arregala os olhos ao perceber o que ele estava fazendo.

- Não, Júlio. - ela fala baixinho e ele faz sinal de silêncio pra ela.

- Su, como você está? Sabe aquele pudim maravilhoso que você faz? Uma prima minha queria a receita, pode passar pra mim? - ele pergunta e Diana bate na testa, Júlio pega um caderninho que estava na gaveta da estante e começa a anotar a receita. - Obrigado, Su!

Ele desliga o telefone e estende o caderninho pra Diana, com um sorriso convencido.

- Eu não sei se eu te amo ou se eu quero te matar, Júlio Rasec. - ela fala e ele a encara surpreso.

- Júlio o quê?

- Rasec, ué. - ela responde como se fosse óbvio. - Teu sobrenome.

- Meu sobrenome é César.

- Ainda não trocaram para Rasec e Reoli?

- De novo você com esse tal Reoli, bem que os meninos avisaram... Samuel tá até se autodenominando assim agora.

- Vocês trocaram o sobrenome de vocês, o nome artístico ficou Júlio Rasec e Samuel e Sérgio Reoli. - ela explica e volta pra cozinha.

- Rasec é César invertido, não é? - ele pergunta puxando uma cadeira e se sentando e ela assente.

- E Reoli é a junção do início de Reis e do início de Oliveira. - ela fala e olha para a receita. - Será que eu dou conta?

- Claro que dá, o Samuel fica feliz se você der uma pedra pra ele, quem dirá um pudim. - Júlio responde e ela dá risada. - Ele ficou estressado com o que aconteceu hoje de manhã.

- Estou me sentindo culpada. - Diana fala começando a preparar o pudim segundo a receita.

- Mas você não fez nada!

- Eu não julgo a Clara, ela chega do nada e vê que tem uma outra mulher dormindo na cama do namorado dela? Eu também surtaria.

- Ele é ex namorado dela. - Júlio a corrige. - Posso perguntar por que vocês estavam dormindo juntos?

- Ele estava muito quente, não tinha cobertor e ele não deixou eu acordar vocês para o levar pro hospital. - ela joga as latas de leite condensado no lixo. - Fiquei com medo de dormir e ele passar mal ou ter alguma convulsão e eu não ver.

- E aí você foi deitar com ele? - ele pergunta e Diana morde o lábio nervosa. - Não estou julgando, é só uma pergunta.

- Deitada com ele eu iria sentir se ele passasse mal. - ela explica e ele assente. - Mas agora pensando em toda essa situação, estou arrependida.

- Não fique, eles brigam demais e essa com certeza foi só mais uma. - Júlio pega a última lata de leite condensado, abre a mesma e pega uma colherada. - É a primeira namorada dele, então ele sempre perdoa.

- Sério? - Diana pergunta surpresa.

- Sam sempre foi cheio de mulheres o que sempre me surpreendeu já que ele é feio pra caramba. - Júlio fala lambendo a colher e Diana o fuzila com o olhar, fazendo ele dar risada. - Mas ai se apaixonou pela Clara e começaram a namorar, uma pena ela ser chata desse jeito, ele ama ela.

- É... - Diana força um sorriso. - Ele ama ela.

Um certo desconforto tomou conta de seu peito e Diana resolveu ignorar, considerando ser da gripe.

- Já descobriu o sonho de algum dos meninos? - Júlio pergunta e Diana o encara. - Que foi?

- Você me deu uma ideia!

- Eu que dei? Então não é ideia boa. - ele suspira.

...

Diana tira o pudim do forno e termina de salpicar as raspas de limão em cima da torta.

- Agora você pode ir deitar? - Júlio pergunta e Diana suspira. - Você está péssima, se não melhorar eu vou te levar ao hospital.

- Eu não tenho documentos, Júlio. - ela fala colocando a torta na geladeira. - Sou praticamente uma indigente... Será que eles vão gostar?

- Eu vou fazer eles engolirem esses doces, você fez mesmo estando capenga.

- Capenga é foda. - ela dá risada.

- Olha, eu vou tomar um banho e quando voltar eu espero ver você deitada e descansando. - ele fala se levantando e saindo da cozinha.

Diana o acompanha com o olhar e ao ouvir a porta do banheiro fechar, ela corre pra sala.

- Cadê? Cadê? - ela resmunga sozinha revirando a gaveta da estante, mas sorri ao achar o caderninho de telefones. Ela passa as páginas rapidamente e respira fundo ao encontrar o número que queria, ela disca rapidamente e engole em seco ao ouvir a voz do outro lado. - Alô? Não é ele, é a Diana... Podemos conversar?

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Capítulo escrito: 04.04.2024

Capítulo postado: 04.04.2024

Sonho de amor - Samuel Reoli (M.A)Onde histórias criam vida. Descubra agora